domingo, julho 30, 2006

Indignação!

Há algo de muito estranho e de muito lésbico nesse namoro.

Não basta dividir as contas, o carro, a cama e as famílias. Agora eu menstruo por ela também!

Alguém me explica por que a menstruação da Violeta pulou um mês enquanto a minha desceu pela 2a vez em julho?

segunda-feira, julho 24, 2006

Esse sábado fui num almoço de família. Casa cheia, aparência comportada, o sorriso educado. Dia de fazer o social.

Família inteira estava lá: tios, tias, primos, prima, avó, tia-avó, cunhada, sogro, sogra. Ahn??? Sogra?

Pois é. Fui de namorada (oficial) da Violeta, num almoço da família dela. Estava nervosíssima. No fim, deu tudo certo.

Alguém tem o Guia da Nora Lésbica pra me emprestar? Preciso estudar.

quinta-feira, julho 20, 2006

O preconceito vem dos lugares que a gente menos espera.
Nessa vida de casal, saímos eu e Orquídea para comer perto da universidade. Chegamos e aquele inferno, lugar lotadíssimo, fila pra pegar a comida... E a gente lá, normalmente, na fila de mão dadas. Já no balcão, a atendente pergunta quem é o próximo, várias pessoas respondem "eu" e uma mulher que estava ao nosso lado começa a reclamar que ela estava na nossa frente e deveria ser atendida primeiro (nós estavamos caladas...). Orquídea responde que não havia motivos pra ela agir daquele jeito e ela se irrita, eu perco a paciência e respondo: "olha, a comida não vai sair andando." Fim da primeira parte, pessoas irritadas...
Conseguimos escolher o que iríamos comer e saimos para sentar e esperar a moça levar. Pra nossa supresa não haviam lugares vagos, então ficamos esperando em pé. Falando da vida, (céus, como a gente fala!!) ficamos lá sob olhares tortos e curiosos, até a moça chegar. Falamos do problema assim que ela apareceu com nossa bandeija e o inacreditável aconteceu! Um homem e uma senhora, sentados numa mesa próxima nos ofereceu lugar, se não nos importássemos de sentar com eles!! Alívio, ainda existem pessoas educadas e simpáticas no mundo.
Comemos, conversamos, rimos... Quando levantamos o lugar já estava bem mais vazio e pudemos constatar um fato interessante: no final das contas, a origem dos olhares tortos, da observação descarada e com ar de reprovação, foi de jovens, pessoas que esperamos que tenham uma concepção diferente daquilo que é considerado "fora do padrão", pois são de uma nova geração, com muito mais acesso a informação e a diversidade da sociedade.

quarta-feira, julho 19, 2006

Vamos começar com as definições.

The Chart: Popularizado por The L Word. Gráfico composto pelas relações entre todas as garotas que já ficaram, namoraram, transaram, etc. O nome de cada garota é colocado no Chart e ligado a outra por uma linha, simbolizando contato sexual entre as duas (bonito isso, não?). Essa ligação entre as duas é chamada Link.


Fizemos nosso Chart anteontem. Queríamos saber quantos links eram necessários para chegar em outra Flor. Descobrimos distâncias consideráveis entre o Jardim. Faltam conexões. Faltam meninas.

Precisamos linkar!

.

.

.

Flores que aderem ao movimento:

Camélia

Dama-da-Noite

Hortênsia

Orquídea

Violeta

.

.

.

Alguém se habilita?

domingo, julho 16, 2006

É lugar-comum ouvir que não existe amizade entre um homem e uma mulher. Já ouvi muito que todo relacionamento H-M descamba para o interesse amoroso ou sexual, e por isso uma amizade não vinga. Puxando a sardinha para o nosso lado (claro!), pergunto: existe amizade entre as lésbicas?

No seriado The L Word, uma das personagens comenta que, para lésbicas, "amizades são preliminares". Estando certa ou não, uma coisa é fato: é muito fácil - e prático - desenvolver um relacionamento com aquela amiga.

Analisando racionalmente: a amiga está ao seu lado, te apóia quando você precisa, conhece suas qualidades e defeitos, costuma sair com você... a base está toda lá. E com toda essa carga de vivência e de intimidade, é muito comum confundir as coisas. Quais os limites dessa amizade? Como saber até onde vai a linha da amizade e começa a da paixão?

Eu, como Flor, tenho o privilégio (e às vezes o desespero) de dizer que namoro em grupo. É rotina elogiar a roupa, dar em cima, consolar, ir ao supermercado junto, dar pitaco na vida da amiga e até brigar por besteira, com direito a discussão de relação depois. Mas o que acontece quando a intimidade fica grande demais e a amiga deixa de ser amiga, mas ainda não é "algo mais"?

É nesse limbo que me encontro agora. Oficializando: Violeta e eu estamos "qualquer coisa" no momento.



***



(Acho que deveríamos lançar a campanha "Diga o que você acha de ficar com amigas e ajude Orquídea e Violeta!" - Que tal?)

domingo, julho 09, 2006

Acho que nunca falamos de festas por aqui... (absurdo!!)
Brasilia, capital do país e quase uma cidade do interior no quesito festas LGBTTS (GLS). Boates são poucas e a maioria é para gays ou pelo menos focam esse público. Festas são poucas, existem alguns poucos organizadores que fazem sempre as mesmas festas.... normalmente em chácaras, lugares afastados. Eventualmente temos uma grande festa, com estrutura muito boa, música, decoração...
Toda essa introdução pra falar da festa deste fim de semana!!! Foi um tiro no escuro, diziam que a festa era boa mas eu nunca tinha ido. E de fato, as festas da Lili são muito boas!! Vi poucas como ela e a maioria em ocasiões especiais, semana das lésbicas, semana do orgulho gay... A decoração estava linda, umas estrelas enormes de tecido colorido e iluminadas, conseguiram dividir muito bem o ambiente aberto, música excelente, telões... Além de um público muito bom!! (Sem contar que a natureza ajudou muito!! Céu lindo, lua linda, muitas estrelas, fora o fato de estarmos na beira do lago...)
Violeta aqui se divertiu horrores!!! =)

PS: melhor festa ever, com a melhor companhia ever... (oficialmente a melhor companhia!!)



xxxx


Enquete:
Como vocês chegaram ao Jardim?
a) Através de amig@s
b) Através de outros blogs
c) Banheiros da UnB
d) Links fotologs
e) MSN
f) Outros (como?)

terça-feira, julho 04, 2006

Leve, leve, leve. É como eu estou me sentindo agora, depois de tudo. Um peso enorme saiu das minhas costas, a nuvem cinza e pesada que ficava ao meu redor se dissipou. E todas as outras metáforas mais-do-que-repetidas.

Fui parar no hospital esse fim de semana. Setenta comprimidos. Preciso explicar mais alguma coisa?

Foi muito bom. Contraditório? Hm, pra mim não é. Eu precisava ir até o fundo do poço pra voltar. E acho que finalmente encontrei o fundo e estou pronta pra retornar.

Muita gente foi me fazer companhia, mas o importante não foi o "muita", e sim o "gente". Amigos de verdade. Gente que eu nem sabia que eu podia contar. Família que parecia não estar ligando muito antes (engano). E um detalhe essencial: ela não foi. Dolorido. Necessário.

Meu pai, que não mora conosco e sempre foi meio distante, pegou o primeiro avião que conseguiu pra Brasília. O que contar pra ele? Meu irmão falou a verdade. Tendo muito cuidado ao dizer que o que aconteceu foi devido a um "grande processo, várias coisas acumuladas, e a questão problemática não era namorar uma menina, mas o tipo de relacionamento". Meu irmão sempre foi bom com palavras.

Ontem saí do hospital. Vim almoçar em casa com meu irmão, minha mãe e meu pai. Escolhi o lugar do almoço (no jardim de casa), conversamos besteiras. Mas logo antes do almoço conversei com meu pai. Ele, ariano típico, disse que não era "um bom conselheiro", mas que era bom em resolver problemas. E que qualquer problema era só falar com ele que ele tentaria achar uma solução. Eu chorei e disse que tinha muito medo de contar pra ele da minha orientação sexual. Ele sorriu e disse que "não tinha problema nenhum, aliás, não é um problema". Chorei de novo.

Hoje almocei com ele mais uma vez antes de ele pegar o avião de novo. Vida política, sabe como é. Tomei coragem e perguntei pra ele algo que me incomodava há muito tempo e que era um argumento muito utilizado na minha casa para eu não me assumir: que isso iria destruir a carreira política dele. Ele riu e disse que isso é escolha de cada um e que ele queria que eu fosse feliz. Depois disso nós nos despedimos, ele foi para o aeroporto e eu estou aqui, em casa, feliz, leve, sem acreditar direito em nada, louca pra colocar um "gay" enorme no Orkut. Leve, leve, tão leve!