terça-feira, outubro 30, 2007

"Tudo que um dia foi não é mais..."

Primeiramente devo me apresentar. Sou amor-perfeito. Tenho 18 anos e faço o curso que amo, mas que não acredito ter talento suficiente para concluir. Sou assumida para o mundo, mas não para meus pais. E, atualmente, sou ex da Dama-da-noite.

Eu e a Dama namoramos por 6 meses completos, sendo que dois desses eu passei viajando. Desde o dia em que consideramos a possibilidade de ficarmos, a intensidade dos nossos sentimentos foi assustadora. Sentir o calor de alguém nunca tinha sido tão excitante quanto sentir o calor dela naquela noite. Nunca tinha passado tão mal em uma situação como aquela. Sempre achamos que era pra sempre. Tínhamos nossos planos. Tínhamos até um pai (caso precisássemos de um doador) para a nossa moleca.
Foi quando aconteceu o inesperado. Em uma viagem, a Dama ficou com outra garota. Encantou-se por ela. Ficou confusa. Ficamos abaladas. Ela se afastou de mim e vice e versa. Conversamos muito. Tentamos fazer dar certo, mas não é justo ficar com uma pessoa quando você tem sentimentos por outra. E, ontem, foi oficializado o fim do nosso namoro.
O que eu senti? Alívio. Precisava de uma certeza. Mesmo que fosse um ponto final. E agora posso seguir com a minha vida. E ela pode seguir com a dela.

Hoje tivemos a oportunidade de conversar. Foi maravilhoso. Fazia tempo que não nos divertíamos tanto juntas. Foi tão com vê-la sorrir como hoje. Como não via há um certo tempo. E é isso que eu quero. Quero continuar me divertindo com ela. Conversando. Contando meus anseios. Chorando no seu colo, como tanto fiz semestre passado. Quero poder contar com ela, do mesmo jeito que ela pode contar comigo. Pra tudo. Pra sempre.

Eu t amo incondicionalmente! (e acho que você não tem mais duvidas disso, né?)

terça-feira, outubro 16, 2007

Vivemos numa ditadura.

Vivemos numa ditadura. É assim que começo meu texto hoje. Quem viveu na ditadura diria que eu sou uma felizarda por não ter a menor idéia do que estou falando, e espero que seja verdade. De qualquer forma, cada pessoa avalia o mundo a partir de suas próprias experiências, e para mim posso afirmar categoricamente: vivemos em uma ditadura.

São 2:20 da manhã e eu e Violeta acabamos de chegar em casa. Estávamos desde as 22:30 na porta do Presídio Feminino aguardando uma amiga nossa ser solta. O crime dela? Nenhum.

Tudo começou na terça-feira passada. Esta nossa amiga foi visitar outras colegas que estavam em um prédio comercial abandonado. Só para ilustrar a história, as pessoas que estavam naquele prédio pagaram mais de R$800,00 de água e luz atrasados 3 meses para poder utilizar o local. Nenhum "gato" de luz, nada. Continuando... ela foi visitar as colegas, até levou um melancia pro café da manhã. Lá pelas tantas, a polícia entrou no prédio e mandou todas elas mostrarem suas identidades. "Primeiro você mostre a sua", disse uma das meninas. O policial deu um tapa na garota e respondeu: "está aqui a minha identidade". Todas foram levadas para a delegacia, e na TV apareceram imagens do local com uns colchonetes e uma melancia cortada em cima da pia. O motivo: formação de quadrilha.

Na delegacia, as meninas viram os policiais discutirem na frente delas se "plantavam" ou não drogas no local para acusá-las de porte/tráfico de drogas. Elas aguardaram durante todo o dia de terça e nossa amiga, que sofre de uma grave fibromialgia, teve uma crise séria por ter sido privada de seus remédios. Os policiais só a deixaram tomar o remédio porque uma ambulância pública teve de ser chamada para conter a crise.

Passaram a noite lá, e no dia seguinte na hora do almoço foram transferidas para o Presídio Feminino. Decisão arbitrária, sem fundamento, sem provas, sem sentido. Como em toda prisão, elas foram humilhadas, maltratadas por funcionárias, perderam suas roupas e identidades. "Mão pra trás e cabeça pro chão", foram o que mais ouviram durante esses dias.

Passaram a quarta-feira lá, mesmo com toda a pressão feita por grupos de Direitos Humanos. Conheceram outras detentas que estão lá por nada, inclusive uma garota que foi presa porque os policiais não encontraram seu pai e decidiram levá-la para cadeia no lugar dele. Dormiram lá e o juiz disse que daria uma decisão na quinta.

Na quinta-feira, ficamos na expectativa. Aguardamos durante todo o dia. À noite, o juiz disse que trataria do assunto no dia útil seguinte. Como sexta era feriado, a decisão ficou para hoje, segunda. As garotas ficaram a noite de quinta-feira, e sexta, e sábado, e domingo. Por um crime absurdo que nunca cometeram.

Hoje eu saí do trabalho as 22:00 e a Violeta foi me buscar, dizendo que essa nossa amiga seria solta. Fomos direto para a frente do Presídio. Esperamos, esperamos, esperamos. A burocracia levou mais de 2 horas. As outras amigas falaram que tinham grandes suspeitas de seus telefones terem sido grampeados. Por fim, as meninas saíram.

Abraçamos todas, até aquelas que mal conhecíamos. Um monte de gente chorando. Piadas a respeito da tal "quadrilha". Depois de um tempinho, chegaram vários carros de amigos das outras garotas (as que nós mal conhecíamos). Os amigos portavam 2 câmeras filmadoras, faixas de protesto, máquina fotográfica. Muito abraço, muito sorriso, um pouco de choro e muita indignação com tudo que tinha acontecido.

E de repente, não sei de onde surgiram 4, 5, 6 viaturas da polícia. Eles fecharam a nossa saída e começaram a entrar pelo único lado que poderíamos sair. Ficamos com medo, pronto, é nossa vez de ir pra delegacia. Ninguém falou nada, mas todos entraram em seus carros e saíram de fininho, envergonhados, humilhados pelo uso da força. Viemos para casa com medo, silenciados, com o fervor da raiva vindo de dentro. O que fazer para protestar? Se eu reclamar, vão me prender também? E aquela garota que foi presa no lugar do pai, quem vai interceder por ela?

Ao final da noite, a frase mais marcante foi de uma grande amiga da Violeta, que trabalhou incansavelmente para a "soltura" das meninas. Ao abraçar o pai de uma das garotas que estava presa, o pai soltou um "Graças a Deus elas vão sair" - ao que a garota respondeu um: "Graças a nós. Deus estava dormindo".

terça-feira, outubro 09, 2007

eu+ex-namorada+atual dela= amizade(??)

Sabe...
Eu achava que aquela historia toda de "ah, nao rola de manter a amizade depois do fim do namoro" era a maior besteira do mundo, sabe?
Po, sempre me dei tao bem com meu ex-namorado, pq as coisas iam mudar com a ex namorada, não é?
Pois é... acho que minha amizade com O meu ex funcionou pq ele nao começou a namorar logo depois do fim do nosso namoro, e eu tb nao.
To começando a achar que o problema são @s atuais namorad@s que confundem as coisas.
Têm ciúme... mas, do que? Não sei se conseguem perceber, mas, pra mim, se não estamos mais namorando, é pq nao deu certo, não tem mais sentimento (ao menos o q tinha antes), e se vcs estão nos namorando agora é pq gostamos de vocês, e confiamos, e queremos construir uma relação.
Com os atuais! Não com o que a gente já viu que não dá certo.
Aí fica aquela palhaçada de "olha, no comenta que te vi hoje, lá ao longe passando do outro lado da rua, de carro, tá? é muito complicado!"
É complicado pra quem, cara-pálida?? qual o problema de eu estar passando do outro lado da rua e a ex me avistar?
ou qual o problema de sairmos uma grande grupo e minha ex estar lá?
voce não confia em mim?
ou a outra você não confia nela?
sinceramente, se for pra ficar nessa palhaçada de ciúmes, desconfiança, é melhor nem continuar!
Privar uma pessoa do convívio com um alguém que lhe foi extremamente importante por 4 anos!
Isso é absurdo! É o cúmulo da insegurança!
Velho, se olha no espelho. Não vê o quanto você é foda?
Não vêem que é pra vocês (as atuais) que olhamos com os olhos brilhando, cheias de orgulho e, muitas vezes, sem acreditar que vocês estão com a gente?
Não vêem que os brilhos nos olhos pelas ex's se tornaram opacos?
Enfim...
Acho que por fim estou descobrindo que amizade com ex só existe enquanto os atuais (ambas) estão no mesmo ambiente. Porque, se não for assim, não vale.
Será que eu sou muito sonhadora?
Ou será possível manter uma amizade com a ex?

domingo, outubro 07, 2007

Ameaças no meio da noite

Ontem estávamos eu e Violeta andando pela cidade atrás de algo para comer depois da meia noite. Depois de perambular um pouco, decidimos ir a uma loja de conveniências 24 horas que abriu perto de nosso apartamento (que, diga-se de passagem, estávamos relutantes em ir porque comida 24 horas perto de casa = freqüentadoras assíduas do local).

Acabamos indo lá, comemos, compramos porcaria pra comer em casa vendo filme e, ao sair, tivemos que passar por meio de um grupo de caras. Pedi licença e, logo após passar, ouvimos os comentários. Primeiro um "claro, pode passar!" rapidamente interrompido por um "opa, ou não... pera lá..." e um "me dá uma carona?"

O pior veio por fim, quando já estávamos no carro. "Nessas horas eu queria ser um skinhead". Liguei o carro rápido e acelerei enquanto eles entravam no carro de trás olhando para a gente.

Corri um pouco, o coração na boca, dei algumas voltinhhas pelas ruas perto de casa antes de ir pro apartamento. Quando tínhamos certeza de que ninguém nos seguia, viemos para o apê.

Fiquei com medo, me senti impotente, idiota. Por que não fizemos nada? Em outros tempos, teríamos retrucado - estávamos num posto de gasolina, tinha muita gente lá, era um local relativamente seguro e com várias testemunhas. Por que precisamos passar por isso? Tinha vontade de gritar "quem é você para invadir minha vida, tentar me prender nela, tirar minha liberdade? Quem é você que se sente no direito de reprimir o meu amor, ou tirar minha vida?"

Conversando com Violeta percebemos que estamos fracas, passivas. Talvez por termos passado por coisas tão ruins no relacionamento estamos sem a nossa ligação forte, inquebrável. Enfim. Foi ruim, me deu um puta dum medo e me fez sentir violentada. Cadê a minha segurança? Cadê a minha coragem? Onde foi parar minha militância?

Acho que a pior parte, depois do medo, foi me sentir covarde.

quarta-feira, outubro 03, 2007

Meu infinito particular

"Feliz com tudo e com as novas amizades."
Foi assim que eu terminei o meu post anterior. Mal sabia eu que o meu "tudo" e as minhas novas amizades (a generalização não é verdadeira) eram uma farsa em que só eu vivia.
No mesmo dia em que eu escrevia aqui, minha namorada e a minha nova "amiga" eram egoístas (pela segunda vez, logo eu saberia) o suficiente pra viverem as conveniências delas.
Talvez eu seja realmente muito diferente disso e tenha consideração demais pelas pessoas, pelos sentimentos alheios e pelo relacionamento alheio. Não é porque o meu tá ruim que eu quero que todos os outros também sejam ruins.
Achei idiota, baixo, desnecessário. Acho que faço expectativas e idealizo as pessoas mais do que elas merecem. Azar o meu. E só meu.
Se teve alguém "enganada e sacaneada por alguém" não foi a jasmim, não foi a orquídia.
Não estou aqui me fazendo de "oh, sou a coitada traída". Mais do que isso me sinto bem por ter idéia e ideais de que as amizades são leais, de que não se faz amigos em um mês, de quem gosta cuida, não quer te machucar, nem te enganar. Também não estou aqui querendo crucificar, culpar uma só pessoa, nem qualquer pessoa. Não tenho raiva, não tenho mágoa... muito pior (ao meu ver, porque vai saber a opinião dos outros) eu tenho desprezo ao pensar em quão baixo isso é... e o desprezo, muito mais rápido do que eu queira já vira indiferença.
Da minha parte, nada será como antes.



Às outras flores: Talvez não tenhamos mais muito contato, mas entendam que isso não é de forma alguma pessoal e direcionado à vocês. Estou saindo do jardim mas vocês sabem como me encontrar.


terça-feira, outubro 02, 2007

Meu depoimento sobre o que aconteceu

Não estou aqui para fazer papel de vítima. Dessa vez, essa é a última coisa que eu sou. Fiz merda mesmo e assumo o que fiz. Sei que não foi tão inesperado porque eu já vinha falando que estava infeliz no relacionamento e que queria ficar com outras meninas. Isso justifica alguma coisa? Não. O relacionamento ainda estava lá, ruim ou não, e eu não podia ficar com outra pessoa. Ainda mais quando isso envolvia outras. Enfim. Foi feito, e foi errado, mas eu não posso fazer nada mais do que pedir desculpas e não cair no mesmo erro.

O que me deixa com raiva é me sentir enganada e sacaneada por alguém. É ter me encantado por uma garota que não é real. Uma máscara. Alguém que falava coisas para mim, me fazia sentir única e especial, e depois fazia isso com a minha namorada, e com a namorada dela, e sabe-se lá com quem mais...

Sim, eu estava carente, e por isso acreditei. Assim como a Violeta, que também estava carente de atenção e carinho e amizade, e acabou se tornando uma "namorada afetiva". O lado sexual ficou para mim. Pelo menos foi o que pareceu.

Enquanto isso, saíamos as quatro para jantar e se divertir como se nada estivesse acontecendo. Uma merda de situação.

No fim das contas, eu desestruturei o grupo. Sei que o meu sentimento de revolta nada significa em reação às pessoas que magoei. E não é pra significar mesmo - eu não me perdoaria. O meu namoro eu já consegui consertar. Agora estamos mais transparentes, abertas, mais fortes. Aprendendo a lidar com nós mesmas de novo. Mas as amizades... essas eu não sei se sobreviverão. E eu entendo se não sobreviverem.

O que eu queria mesmo é que tudo fosse como antes. Bobo, divertido, íntimo, constante, próximo, cheio de confiança e com plena consciência dos limites. Na verdade a plena consciência dos limites a gente nunca teve, e daí veio toda a bagunça. Será que dá pra recomeçar? Acho que não, e essa decisão não cabe a mim. Da minha parte eu espero, distante, e fico no aguardo de alguma reaproximação, mas sabendo que isso pode não acontecer. Da minha parte, eu peço desculpas pelos erros que cometi e aceito o que for decidido por vocês.