Lendo outro blog, me deparei com uma notícia anunciando que Portia de Rossi, atual mulher de Ellen DeGeneres, quer adotar o sobrenome da esposa. Além disso, Ellen passou a se intitular "senhor" após o casamento, enquanto Portia é sua "senhora". Nos lugares onde a notícia foi publicada, mesmo com espaço para reflexão, não observei nada além de acharem "estranho" e talvez inadequado o fato de Ellen se auto intitular "senhor".
É complicado criticarmos o fato da Ellen se auto intitular de senhor quando não há nada mais heteronormativo do que a feminina da relação querer assumir o sobrenome da masculina. É uma gracinha? Romântico? Com certeza, mas nada tem de revolucionário. Ao contrário, é uma atitude bem reformista na verdade, que nos remete diretamente ao patriarcado, ao macho e fêmea, ao dominador e à submissa. Sabemos também que é uma decisão pessoal delas, mas será que essa decisão não será referência para outras lésbicas? E nós queremos mais alguém que nos enquadre no modelo heterossexual?
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5 comentários:
bom...
mas se as duas são mulheres, e ainda que a ellen seja mais bucth, a atitude de Prtia remetiria Às sociedades matriarcais e não patriarcais.
(tah, o fato da ellen se intitular sr complica um pouco as coisas)
às vezes eu não entendo nada, sabia?
uma hora os antropólogos dizem que o gênero não está, de forma alguma, intrisecamente relacionado ao sexo biológic. no entanto, quando uma mulher resolve se intitular sr. ela, de certa maneira, é repudiada.
não seria essa atitude da ellen apenas um reforço à descostrução de gênero tanto pregada pelos cientistas sociais e psicólogos?
Dama,
eu acho que a atitude da Ellen seria uma desconstrução se ela fosse a Lady da relação.
Do jeito que é, ela é só a "mulher que queria ser homem"... =/
ué, mas isso não depende da identidade de gênero dela?
não continua sendo uma dissociação dos padrões de gênero estabelecidos pela nossa sociedade?
onde já se viu uma mulher se denominar sr. e um homem sra.?
Não gata, essa atitude da Ellen se enquadra em papéis sexuais, não identidade de gênero. Não existe, pelo menos não exposto, qualquer indício de que ela tenha alguma dificuldade em relação ao próprio gênero, ela é mulher biologicamente, do gênero feminino e o seu papel sexual é o masculino.
É complicado pois só podemos fazer essa avaliação com as informações que nos são passadas pela mídia, mas ela não parece do tipo que esconde muita coisa depois que saiu do armário.
E na verdade, já acontece há muito tempo. Em tempos mais antigos a homossexualidade feminia só era "aceita" dentro dos padrões heterossexuais, então era comum ver mulheres de fraque e cartola acompanhando outras de vestido e salto alto.
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