segunda-feira, outubro 30, 2006

A próxima geração lésbica

E aí eu cansei de levar pessoas novas a lugares GLS e ouvir delas um "nossa, tem tão pouca mulher!" e eu responder "olha, na verdade hoje tem mais mulher do que de costume".

Tá, deixa eu explicar. O problema não é a pessoa nova no lugar GLS, longe disso - adoro fazer expedições héteros a boates e bares gays (quase uma experiência antropológica). Mas eu me sinto envergonhada, de tabela, por mal existirem mulheres nos points gays.

Eu me pergunto: qual a diferença? Por que tem sempre muito mais homens do que mulheres? A pior resposta que eu já ouvi foi que "há mais gays do que lésbicas no mundo". Tá, isso definitivamente não me convence.

Eu tenho as minhas explicações possíveis. Talvez as mulheres apareçam menos. Talvez elas se assumam menos, ou se arrisquem menos numa vida homossexual. Ou então talvez elas prefiram ficar em casa, namorando, vendo um filme, ou no máximo ir a um barzinho, enquanto os caras preferem curtir a noite e sair para a balada. Sei lá.

O que eu sei é que o mundo tá cheio de sapata velha que só sai se for pro boteco tomar um chope ouvindo Ana Carolina com as amigas também sapatas. E todas com aquele barrigão de cerveja, o cabelo desgrenhado e as pernas abertas. Ecow! Eu não quero ficar assim no futuro!

Fico pensando como será a próxima geração de sapatas (a nossa). Será que a gente vai fazer alguma diferença? Será que a gente vai dar uma cara nova às lésbicas? Ou será que, no fim das contas, vamos ser sempre o lado "feioso" do mundo gay, onde vão parar todas as mulheres cafonas e que não se cuidam?

Eu gosto de pensar que a nossa geração é a que vai reformular o mundo lésbico. Tanto se fala em lesbian chic ultimamente! Até temos uma série lésbica na qual os figurinistas estão interessados em dar um "tchan" para as sapatas (aliás, coisa que é criticada pelas sapatas velhas!). Gosto de pensar que, num futuro não muito distante, a palavra "sapatão" leve a uma imagem mental de uma mulher muito estilosa, seja ela feminina ou masculina. E independente, bem-sucedida e de bem com a vida. Chega da tia solteirona e gorducha que só usa roupas do dobro do seu tamanho! Se os gays conseguiram emplacar a imagem de caras bonitos, malhados e de bom gosto (é só ver as séries americanas, como o Will do seriado Will & Grace), a gente também pode mudar a nossa. Mas será que algum dia muda?

quarta-feira, outubro 25, 2006

O Brejo

Já estava na hora de fazer uma propaganda decente d'O Brejo, não?

Para quem ainda não sabe, O Brejo é uma lista de e-mails apenas para meninas. Aqui está a descrição que consta no site oficial:

"O grupo foi criado com o intuito de reunir meninas lésbicas e bissexuais (eventualmente alguma garota heterossexual curiosa, por que não?) para que tenham um espaço para conversar e trocar idéias com privacidade, coisa que não ocorre, por exemplo, numa comunidade do orkut, onde qualquer pessoa pode ler as mensagens."

Interessa? É só clicar abaixo:

segunda-feira, outubro 23, 2006

Hora de acordar.

Todas as crises do mundo ultimamente. Hoje, especificamente, foi a de ter a necessidade de ser apaixonada pelo que faço, de ser motivada e não fazer algo simplesmente por fazer.
Consegui meu primeiro emprego, uma empresa grande que exige dedicação e interesse de seus funcionários. Pré-requisitos que eu não tenho, por não ver futuro, não querer crescer dentro daquilo que não me interessa. Não sentir mais do que a necessidade de receber um salário no fim do mês.
Tenho vontades, sonhos... Aquela vida “adulta” que todo mundo quer, ao mesmo tempo tão perto e tão longe agora.
Mas será que crescer na marra funciona? Me sinto fraca, incapaz, sem preparo e maturidade. Às vezes acho que o que falta é acordar e perceber que meu mundo mudou.


xxx


E vocês meninas, acham que tudo vale por um salário? Seria esse o caminho pra “liberdade”? Vocês já trabalham? Querem sair de casa ou já saíram?

quarta-feira, outubro 18, 2006

Sexo lésbico (pesquisa)

Conversando com uma colega minha por MSN, recebi uma pergunta tão previsível quanto complicada de responder: o que é "básico" quando se fala de sexo entre lésbicas?

A minha interlocutora explicou melhor a pergunta. Se o ápice do sexo heterossexual costuma ser a penetração, o que é o supra-sumo do sexo lésbico?

Fiquei sem resposta - afinal, só posso falar por mim, e não por todas. Será que há uma preferência por certos tipos de sexo entre mulheres? Será que há um "ponto alto" entre lésbicas que se compare à penetração? Ou somos tão diversas como nossas práticas sexuais?

Por isso, trago ao Jardim a pergunta:

O que você costuma fazer na cama com outra mulher? O que você mais gosta? O que não faria de jeito nenhum?



(Lembrando que contribuições anônimas são liberadas nos comentários. Vergonha não é desculpa, participe!)

sexta-feira, outubro 13, 2006

Voltando ao Jardim!

Voltando ao Jardim, e fervilhando com os últimos acontecimentos.

Falei com minha ex hoje. Sim, aquela por quem eu quase (quase mesmo) morri, e a que me trocou por outra garota mesmo sendo a pessoa mais correta e ética do universo (ah, esqueci que ela era hétero e fazia questão de jogar isso na minha cara!)

Parece agressivo? Bom, não era a idéia. O encontro hoje foi bom, agradável - e eu que fui atrás. Decidi que eu precisava resolver essa pendência, afinal, a gente ia acabar se encontrando na cena musical da cidade. Achei que seria melhor descobrir se eu dava conta de olhar na cara dela hoje, quando eu estava preparada, do que esbarrar com ela um belo dia e sair com uma crise de choro.

O encontro me surpreendeu. Não por ela, mas por mim. Sem taquicardia, sem tremores, sem o antigo encanto. Ela me pareceu uma pessoa normal. As manias que ela tinha, que eu tanto gostava, hoje foram só tiques sem graça. Ela não parecia incrivelmente linda - e nem feia, só normal. Ela falava do curso e do semestre dela e eu me senti aliviada ao perceber o tanto que eu achava aquela conversa enfadonha, coisa que eu nunca tinha me dado o direito de sentir. Me senti, finalmente, curada do vício, da dependência horrorosa que eu tinha criado dela e que tanto me fez sofrer. Me senti uma pessoa melhor.

Apesar de tudo isso, e da sensação de alívio ao voltar para casa, certas coisas ainda me incomodam. Recapitulando: quando a antiga namorada dela a trocou por outra pessoa (e ela entrou em crise, história familiar, não?), todos a protegeram e ela nunca precisou sequer ouvir o nome da ex por aí. No meu caso, me incomoda ver ela se aproximando de novo, invadindo o meu espaço, e eu ter de receber cobranças de todos os lados para resolver minha vida com ela. Me incomoda ela ter sofrido com as reaproximações da ex há dois anos atrás, e - em contrapartida - ela ter me ligado para "esclarecer as coisas" menos de 2 meses depois de eu ter tentado me matar por ela. Me incomoda ela achar que não fez nada de errado e se fazer de vítima, quando no passado ela queimou o filme da garota que fez com ela menos do que ela fez comigo. Me incomoda, mais que isso tudo, perceber que eu sou a única que vê as coisas dessa maneira - ou ao menos a única que se importa.

De qualquer forma, fico feliz com o resultado do encontro de hoje. Me senti calma, segura, e mais forte para passar a encontrá-la uma vez por semana, nos ensaios que minha professora de canto arranjou para a gente. Só acho engraçado que essa professora sabe de todos os acontecimentos e evitou ao máximo que as duas (a minha ex e a antiga namorada dela) se encontrassem nos ensaios passados. Comigo, a história é diferente. Que coisa, né? Acho que eu faço drama demais. De repente 3 meses é tempo mais que suficiente para superar e esquecer o maior trauma de sua vida. Vai saber...



***



(Para entender melhor - Tragédia em três atos:

A traição
O declínio
A tentativa)

domingo, outubro 08, 2006

Sobre Orquídeae Dama!

Pois eh... esses dias atrás, na aula, descobri que a Dama-da-noite é uma flor polinizada por um tipo específico de mariposa, muito simpática... Descobri que a hortênsia nao é uma flor, mas uma inflorescência (um monte de florzinha junta)...
Mas o mais legal é que eu descobri que uma das flores mais especializadas em termos de polinizador é a Orquídea! Elas têm uma pétala modificada que "guia" o seu polinizador até a fonte do néctar... O legal é que essa pétala é tão modificada que somente um tipo específico de inseto consegue entrar lá!


Será fidelidade?
Ou só enjoeira???

Te amo Orquídea!!! Tô com saudade!!!!

segunda-feira, outubro 02, 2006

Família, família...

Quanto da minha vida também é a vida dela??
E quanto da minha família também é família dela?????
Com certeza, nós sempre queremos que nossas amadas sejam partes integrais da nossa vida (eu pelo menos, quero). Ou seja, se a família a aceita bem, gosta dela, chamamos pra batizados, aniversários, churrasco de fim de semana em casa, trocar a fralda da afilhada nova (quem mandou já ter cuidado de bebês?), fazer curso com a mãe, participar de um evento pra arrecadar fundos pro grupo que vc participa, também pro que você não participa... Enfim, uma tonelada de coisas chatas, às vezes até desconfortáveis pra ela. Mas mesmo assim, a queremos pertinho, pertinho....
Esse fim de semana foi assim... Arrumei um monte de coisa chata pra Impatiens fazer comigo... Umas eu vi que esteve profundamente desconfortável (dama, vc vai ficar muito triste se eu for embora e voltar pra te buscar mais tarde?)... Mas eu sou muito egoísta... Quero ela perto de mim sempre...
Uma coisa que eu sempre fiz com ela... nunca soube 'separar' as coisas...
Mas afinal, devem ser separadas? Quando ficar triste porque ela nao quer ir? Quando tenho o direito?
Até quando eu posso querer inserí-la na minha vida e no meu cotidiano sem graça?
São perguntas pras quais eu nao faço a menor idéia da resposta... Alguém sabe?