sexta-feira, outubro 13, 2006

Voltando ao Jardim!

Voltando ao Jardim, e fervilhando com os últimos acontecimentos.

Falei com minha ex hoje. Sim, aquela por quem eu quase (quase mesmo) morri, e a que me trocou por outra garota mesmo sendo a pessoa mais correta e ética do universo (ah, esqueci que ela era hétero e fazia questão de jogar isso na minha cara!)

Parece agressivo? Bom, não era a idéia. O encontro hoje foi bom, agradável - e eu que fui atrás. Decidi que eu precisava resolver essa pendência, afinal, a gente ia acabar se encontrando na cena musical da cidade. Achei que seria melhor descobrir se eu dava conta de olhar na cara dela hoje, quando eu estava preparada, do que esbarrar com ela um belo dia e sair com uma crise de choro.

O encontro me surpreendeu. Não por ela, mas por mim. Sem taquicardia, sem tremores, sem o antigo encanto. Ela me pareceu uma pessoa normal. As manias que ela tinha, que eu tanto gostava, hoje foram só tiques sem graça. Ela não parecia incrivelmente linda - e nem feia, só normal. Ela falava do curso e do semestre dela e eu me senti aliviada ao perceber o tanto que eu achava aquela conversa enfadonha, coisa que eu nunca tinha me dado o direito de sentir. Me senti, finalmente, curada do vício, da dependência horrorosa que eu tinha criado dela e que tanto me fez sofrer. Me senti uma pessoa melhor.

Apesar de tudo isso, e da sensação de alívio ao voltar para casa, certas coisas ainda me incomodam. Recapitulando: quando a antiga namorada dela a trocou por outra pessoa (e ela entrou em crise, história familiar, não?), todos a protegeram e ela nunca precisou sequer ouvir o nome da ex por aí. No meu caso, me incomoda ver ela se aproximando de novo, invadindo o meu espaço, e eu ter de receber cobranças de todos os lados para resolver minha vida com ela. Me incomoda ela ter sofrido com as reaproximações da ex há dois anos atrás, e - em contrapartida - ela ter me ligado para "esclarecer as coisas" menos de 2 meses depois de eu ter tentado me matar por ela. Me incomoda ela achar que não fez nada de errado e se fazer de vítima, quando no passado ela queimou o filme da garota que fez com ela menos do que ela fez comigo. Me incomoda, mais que isso tudo, perceber que eu sou a única que vê as coisas dessa maneira - ou ao menos a única que se importa.

De qualquer forma, fico feliz com o resultado do encontro de hoje. Me senti calma, segura, e mais forte para passar a encontrá-la uma vez por semana, nos ensaios que minha professora de canto arranjou para a gente. Só acho engraçado que essa professora sabe de todos os acontecimentos e evitou ao máximo que as duas (a minha ex e a antiga namorada dela) se encontrassem nos ensaios passados. Comigo, a história é diferente. Que coisa, né? Acho que eu faço drama demais. De repente 3 meses é tempo mais que suficiente para superar e esquecer o maior trauma de sua vida. Vai saber...



***



(Para entender melhor - Tragédia em três atos:

A traição
O declínio
A tentativa)

8 comentários:

Lisa disse...

"Somadas umas cousas e outras, qualquer pessoa imaginará que não houve míngua nem sobra, e conseguintemente que saí quite com a vida. E imaginará mal; porque ao chegar a este outro lado do mistério, achei-me com um pequeno saldo, que é a derradeira negativa deste capítulo de negativas: -- Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria."

Machado e simples Machado.

Que por filhos você entenda os próximos relacionamentos, as próximas possibilidades... enfim... espero que me compreenda.

Abraços - com a inveja da sua coragem de encarar a situação de frente...

Lisa

Uma mulher disse...

Sempre ter força,eis a questão,mas como saber de onde tira-la? nem sempre sabemos,então nos perdemos.Mas fico surpresa vc conseguiu.Parabéns! minha história é complicada,e já está me doendo pra ser sincera,mas não sei sair,há tanto amor...tanto amor...
e é isso!
Meu beijo p vc

Anônimo disse...

=***
sem mt o que comentar, apenas passando pra marcar presença
xDD

Anônimo disse...

Acho normal, eu já tive isso também...
Quando nos apaixonamos acabaos ficando cegas!!! Tá, agora você não tem mais nenhuma cegueira, então viva a vida loucamente!!!

Anônimo disse...

sim.. estou postando pois me falaram deste blog (não sei se a pessoa que me falou tem a ver com o blog )
mesmo não sabendo quem faz parte dessas tramas, de muito importante acho a atitude de vocês em diferenciar o mundo das relações de nós lésbicas com o mundo apenas hetero ou digo homosexual masculino ..bem é só isso mesmo .. o que poderia dizer a mais ?
Apenas um muito obrigada ,garotas =)

Ana Arcanjo disse...

Orqs... eu vejo o seu lado, entendo sua colocação...
Realmente achei meio estranha essa forçação de barra da sua professora. Um pouco dois pesos, duas medidas...
Pro bem dela, do trabalho dela, é melhor colocar logo as duas (voce e a ex) juntas, mas antigamente, quando ela nao precisava, era melhor manter as outras duas separadas (a sua ex e a outra ex)...
um pouco egoísta (tá bom, muito).
Mas, pensando por outro lado, você e sua ex são pessoas completamente diferentes. a maneira com que vocês duas enfrentam seus problemas é completamente diferente. Você tem uma fibra, uma força que ainda nao consegui ver na sua ex (sem querer desmerecer ou desprezar). Vocês são diferentes, apenas.
O rolo todo que aconteceu antes de vc namorar sua ex foi encarado por ela como um motivo para nao viver mais, ou foi um sofrimento que deveria ser curado aos poucos (por isso remédios, isolamento de quase todos e etc).
Com você vi algo diferente acontecer. Você nao gostava do sofrimento. Queria acabar logo com ele. Por isso foi tão fundo: para renascer. E renasceu como uma pessoa decidida, que toma as rédeas de sua própria vida e a guia, ao invés de ser levada. Você me mostrou, Orquídea, uma pessoa muito mais centrada e ativa do que eu achava que seria, quando todo aquele caos tomou conta da sua vida.
Acho que muitas pessoas compartilham dessa minha visão de você, e até por isso mesmo, creio que sua professora não exigiu mais de você do que sabia que poderia dar.
Fica bem!
se precisar, sabe que é só ligar!
Te amo!!!

Violeta disse...

Depois da Dama-da-Noite, nem preciso dizer nada. Sou uma das que concorda plenamente com ela!

(Xuxuh que é xuxuh sempre surpreende a gente, conheço essa força em dose dupla ainda!)

Amo... =***

Anônimo disse...

Sempre com a gente as coisas são piores.
always!
sei bem o q é isso!