sexta-feira, dezembro 28, 2007

Sobre minha motivação e meus objetivos com o Jardim

Recordações de um tempo de dúvidas e medos. Outro dia uma garota me encontrou na internet através de um texto que escrevi em um site. É, alguém lê esses textos! Claro que dá um certo orgulho. Mas também me bate uma solidãozinha, tanta vontade de mudar o mundo e o que eu fiz? Nem escrever no Jardim eu estava escrevendo esses meses. Pensei que não adiantava. Ninguém lê, e quem lê não se importa. Os gays estão aí, dominando a moda e o mundo, e as sapatonas estão escondidas, pintando seus cabelos de vermelho e fingindo que têm namorados. Eu tinha decidido viver minha vida e foda-se o resto, ninguém precisa da minha ajuda, e nem dos meus textos. Mas eu preciso.

Viajei para São Paulo no início de dezembro. Uma cidade maluca, gigantesca, tantas pessoas insignificantes esbarrando com você na rua. Tantos casais gays, o mesmo tanto que casais héteros. A mesma proporção. Andar na av. Paulista é se sentir no coração do mundo, muitas bichas, todos são bichas, as pessoas que importam são gays. Descia a Augusta pra comer qualquer coisa num boteco e lá estavam elas, meninas lindas de mãos dadas. Lésbicas, lésbicas, lésbicas para todos os lados, e eu queria estar com todas elas e com nenhuma delas - queria a Violeta do meu lado, para andar com ela sem ser uma aberração, sem me sentir infringindo nada, só vivendo. Pela primeira vez eu podia respirar, meu pulmão do tamanho do mundo e meu sorriso enorme, "a Violeta chega no fim de semana, vamos pra que boate quando ela chegar?"

Quando voltei, senti falta da comida indiana, dos inúmeros restaurantes 24 horas, do show de bandas feministas que eu não fui. Fiquei pequena de novo, ainda vivendo minha vidinha e andando de mãos dadas com minha namorada na rua - ainda tendo muito orgulho do que eu sou, mas tudo tão diferente de lá. Lá eu não precisava provar. Eu era.

Não gostaria de morar em São Paulo. Mas eu gostaria de ter essa liberdade, essa deliciosa sensação de ser indiferente sendo tão diferente de todos ao meu redor. Voltei e me senti sozinha de novo, onde estão todas as meninas lindas que são como eu? Me senti perdida como eu me sentia no início de tudo (quantas vezes achei que ia terminar sozinha). Até ser encontrada por essa garota, essa que eu falei no começo.

É engraçado. Antes eu escrevia para alcançar meninas como eu que estavam perdidas. Queria que elas soubessem que são normais e que há muitas outras vivendo vidas como as delas. E depois de tudo - eu demorei alguns anos para perceber, que arrogância a minha - eu entendi que quem precisava acreditar nisso era eu mesma.

sexta-feira, novembro 30, 2007

Sapatão!

Ontem teve a formatura da minha ex-escola...
Eu me formei há 3 anos, Violeta há 2, Orquídea a 5 (tá certo?), Impatiens formou comigo!
A irmã da Violeta tava formando ontem, a menina que eu tava ficando até segunda feira também...
Resolvi ir, pra fazer vontade nela, pra ver o q tava perdendo...
Cheguei lá e a Violeta me ligou, fui direto pra mesa dela!
Sensacional: todos os meninos de terno e gravata, as meninas de longo, longuete, salto alto e cara de que passaram HORAS no salão.
E eu (terno preto, camisa azul marinho, suspensório e gravata brancos) e Violeta (terno e camisa pretos, gravata laranja e moicano)....
Achei sensacional!
Todo mundo olhando pra gente (andando com duas meninas liiiiiiiiindas de morrer), as meninas nos encaravam de um jeito!
Eu me achei muito ontem!
Copo de uísque na mão, brincando com meu zippo prateado na outra mão, ora mão no bolso, mostrando o suspensório, hora na cintura de alguma das minhas muitas amigas que estavam lindas!
hahha
eu me diverti a valer!
Me senti a mais sapatão EVERRR...
e eu gosto de me sentir assim, de vez em quando...
Uma sapatão beeeeeeem butch mesmo....
e aí, quando enjôo, porque não colocar uma calça apertada e uma blusinha que mostra meu corpo?

Versatilidade....
adoro isso!



(post nada a ver, só pq isso aqui tá muito parado mesmo!)

quarta-feira, novembro 14, 2007

Atualizando...

Esses dias eu tava conversando com a Impatiens e ela me disse que eu tinha que atualizar isso daqui.
Na ocasião da conversa, nao havia nada a ser atualizado acerca da minha vida amorosa, que começou a ser contada pela Amor-Perfeito, no último post.
Conversando muito com a Impatiens, sobre minhas confusões e tal, ela me disse uma coisa que foi um puta soco no estômago: "Porque você ainda tá com a Amor-Perfeito? Não vê que só faz mal pra ela?"
Pois é... Eu, na minha imensa confusão, não me coloquei no lugar dela. E realmente nao tinha visto o quanto fazia mal pra ela.
Foi então que eu decidi, finalmente, deixá-la ir. Procurar alguém que lhe faça mais feliz, que lhe dê o que ela realmente precisa. Alguém que nao pense apenas em si próprio.
É o certo. É a melhor coisa a se fazer. Afinal, eu estou me apaixonando por outra pessoa, e ela precisa seguir em frente. Ela precisa fazer o que ela tem que fazer, e eu preciso fazer o que eu tenho que fazer.
Simples assim.
Ela precisa das certezas dela, eu preciso aprender a ir devagar, eu preciso viver coisas que ainda nao me deixei viver.
Eu preciso seguir meus impulsos e parar de raciocinar sempre como se estivesse num casamento pra vida inteira, como sempre fiz.
Foi assim com Impatiens, foi assim com Amor-Perfeito...
Espero que tenha sido a última vez. Pra aprender mesmo.
E fazer diferente no futuro, quando a oportunidade vier.

Ainda assim, eu te amo. E sei que você sabe.

terça-feira, outubro 30, 2007

"Tudo que um dia foi não é mais..."

Primeiramente devo me apresentar. Sou amor-perfeito. Tenho 18 anos e faço o curso que amo, mas que não acredito ter talento suficiente para concluir. Sou assumida para o mundo, mas não para meus pais. E, atualmente, sou ex da Dama-da-noite.

Eu e a Dama namoramos por 6 meses completos, sendo que dois desses eu passei viajando. Desde o dia em que consideramos a possibilidade de ficarmos, a intensidade dos nossos sentimentos foi assustadora. Sentir o calor de alguém nunca tinha sido tão excitante quanto sentir o calor dela naquela noite. Nunca tinha passado tão mal em uma situação como aquela. Sempre achamos que era pra sempre. Tínhamos nossos planos. Tínhamos até um pai (caso precisássemos de um doador) para a nossa moleca.
Foi quando aconteceu o inesperado. Em uma viagem, a Dama ficou com outra garota. Encantou-se por ela. Ficou confusa. Ficamos abaladas. Ela se afastou de mim e vice e versa. Conversamos muito. Tentamos fazer dar certo, mas não é justo ficar com uma pessoa quando você tem sentimentos por outra. E, ontem, foi oficializado o fim do nosso namoro.
O que eu senti? Alívio. Precisava de uma certeza. Mesmo que fosse um ponto final. E agora posso seguir com a minha vida. E ela pode seguir com a dela.

Hoje tivemos a oportunidade de conversar. Foi maravilhoso. Fazia tempo que não nos divertíamos tanto juntas. Foi tão com vê-la sorrir como hoje. Como não via há um certo tempo. E é isso que eu quero. Quero continuar me divertindo com ela. Conversando. Contando meus anseios. Chorando no seu colo, como tanto fiz semestre passado. Quero poder contar com ela, do mesmo jeito que ela pode contar comigo. Pra tudo. Pra sempre.

Eu t amo incondicionalmente! (e acho que você não tem mais duvidas disso, né?)

terça-feira, outubro 16, 2007

Vivemos numa ditadura.

Vivemos numa ditadura. É assim que começo meu texto hoje. Quem viveu na ditadura diria que eu sou uma felizarda por não ter a menor idéia do que estou falando, e espero que seja verdade. De qualquer forma, cada pessoa avalia o mundo a partir de suas próprias experiências, e para mim posso afirmar categoricamente: vivemos em uma ditadura.

São 2:20 da manhã e eu e Violeta acabamos de chegar em casa. Estávamos desde as 22:30 na porta do Presídio Feminino aguardando uma amiga nossa ser solta. O crime dela? Nenhum.

Tudo começou na terça-feira passada. Esta nossa amiga foi visitar outras colegas que estavam em um prédio comercial abandonado. Só para ilustrar a história, as pessoas que estavam naquele prédio pagaram mais de R$800,00 de água e luz atrasados 3 meses para poder utilizar o local. Nenhum "gato" de luz, nada. Continuando... ela foi visitar as colegas, até levou um melancia pro café da manhã. Lá pelas tantas, a polícia entrou no prédio e mandou todas elas mostrarem suas identidades. "Primeiro você mostre a sua", disse uma das meninas. O policial deu um tapa na garota e respondeu: "está aqui a minha identidade". Todas foram levadas para a delegacia, e na TV apareceram imagens do local com uns colchonetes e uma melancia cortada em cima da pia. O motivo: formação de quadrilha.

Na delegacia, as meninas viram os policiais discutirem na frente delas se "plantavam" ou não drogas no local para acusá-las de porte/tráfico de drogas. Elas aguardaram durante todo o dia de terça e nossa amiga, que sofre de uma grave fibromialgia, teve uma crise séria por ter sido privada de seus remédios. Os policiais só a deixaram tomar o remédio porque uma ambulância pública teve de ser chamada para conter a crise.

Passaram a noite lá, e no dia seguinte na hora do almoço foram transferidas para o Presídio Feminino. Decisão arbitrária, sem fundamento, sem provas, sem sentido. Como em toda prisão, elas foram humilhadas, maltratadas por funcionárias, perderam suas roupas e identidades. "Mão pra trás e cabeça pro chão", foram o que mais ouviram durante esses dias.

Passaram a quarta-feira lá, mesmo com toda a pressão feita por grupos de Direitos Humanos. Conheceram outras detentas que estão lá por nada, inclusive uma garota que foi presa porque os policiais não encontraram seu pai e decidiram levá-la para cadeia no lugar dele. Dormiram lá e o juiz disse que daria uma decisão na quinta.

Na quinta-feira, ficamos na expectativa. Aguardamos durante todo o dia. À noite, o juiz disse que trataria do assunto no dia útil seguinte. Como sexta era feriado, a decisão ficou para hoje, segunda. As garotas ficaram a noite de quinta-feira, e sexta, e sábado, e domingo. Por um crime absurdo que nunca cometeram.

Hoje eu saí do trabalho as 22:00 e a Violeta foi me buscar, dizendo que essa nossa amiga seria solta. Fomos direto para a frente do Presídio. Esperamos, esperamos, esperamos. A burocracia levou mais de 2 horas. As outras amigas falaram que tinham grandes suspeitas de seus telefones terem sido grampeados. Por fim, as meninas saíram.

Abraçamos todas, até aquelas que mal conhecíamos. Um monte de gente chorando. Piadas a respeito da tal "quadrilha". Depois de um tempinho, chegaram vários carros de amigos das outras garotas (as que nós mal conhecíamos). Os amigos portavam 2 câmeras filmadoras, faixas de protesto, máquina fotográfica. Muito abraço, muito sorriso, um pouco de choro e muita indignação com tudo que tinha acontecido.

E de repente, não sei de onde surgiram 4, 5, 6 viaturas da polícia. Eles fecharam a nossa saída e começaram a entrar pelo único lado que poderíamos sair. Ficamos com medo, pronto, é nossa vez de ir pra delegacia. Ninguém falou nada, mas todos entraram em seus carros e saíram de fininho, envergonhados, humilhados pelo uso da força. Viemos para casa com medo, silenciados, com o fervor da raiva vindo de dentro. O que fazer para protestar? Se eu reclamar, vão me prender também? E aquela garota que foi presa no lugar do pai, quem vai interceder por ela?

Ao final da noite, a frase mais marcante foi de uma grande amiga da Violeta, que trabalhou incansavelmente para a "soltura" das meninas. Ao abraçar o pai de uma das garotas que estava presa, o pai soltou um "Graças a Deus elas vão sair" - ao que a garota respondeu um: "Graças a nós. Deus estava dormindo".

terça-feira, outubro 09, 2007

eu+ex-namorada+atual dela= amizade(??)

Sabe...
Eu achava que aquela historia toda de "ah, nao rola de manter a amizade depois do fim do namoro" era a maior besteira do mundo, sabe?
Po, sempre me dei tao bem com meu ex-namorado, pq as coisas iam mudar com a ex namorada, não é?
Pois é... acho que minha amizade com O meu ex funcionou pq ele nao começou a namorar logo depois do fim do nosso namoro, e eu tb nao.
To começando a achar que o problema são @s atuais namorad@s que confundem as coisas.
Têm ciúme... mas, do que? Não sei se conseguem perceber, mas, pra mim, se não estamos mais namorando, é pq nao deu certo, não tem mais sentimento (ao menos o q tinha antes), e se vcs estão nos namorando agora é pq gostamos de vocês, e confiamos, e queremos construir uma relação.
Com os atuais! Não com o que a gente já viu que não dá certo.
Aí fica aquela palhaçada de "olha, no comenta que te vi hoje, lá ao longe passando do outro lado da rua, de carro, tá? é muito complicado!"
É complicado pra quem, cara-pálida?? qual o problema de eu estar passando do outro lado da rua e a ex me avistar?
ou qual o problema de sairmos uma grande grupo e minha ex estar lá?
voce não confia em mim?
ou a outra você não confia nela?
sinceramente, se for pra ficar nessa palhaçada de ciúmes, desconfiança, é melhor nem continuar!
Privar uma pessoa do convívio com um alguém que lhe foi extremamente importante por 4 anos!
Isso é absurdo! É o cúmulo da insegurança!
Velho, se olha no espelho. Não vê o quanto você é foda?
Não vêem que é pra vocês (as atuais) que olhamos com os olhos brilhando, cheias de orgulho e, muitas vezes, sem acreditar que vocês estão com a gente?
Não vêem que os brilhos nos olhos pelas ex's se tornaram opacos?
Enfim...
Acho que por fim estou descobrindo que amizade com ex só existe enquanto os atuais (ambas) estão no mesmo ambiente. Porque, se não for assim, não vale.
Será que eu sou muito sonhadora?
Ou será possível manter uma amizade com a ex?

domingo, outubro 07, 2007

Ameaças no meio da noite

Ontem estávamos eu e Violeta andando pela cidade atrás de algo para comer depois da meia noite. Depois de perambular um pouco, decidimos ir a uma loja de conveniências 24 horas que abriu perto de nosso apartamento (que, diga-se de passagem, estávamos relutantes em ir porque comida 24 horas perto de casa = freqüentadoras assíduas do local).

Acabamos indo lá, comemos, compramos porcaria pra comer em casa vendo filme e, ao sair, tivemos que passar por meio de um grupo de caras. Pedi licença e, logo após passar, ouvimos os comentários. Primeiro um "claro, pode passar!" rapidamente interrompido por um "opa, ou não... pera lá..." e um "me dá uma carona?"

O pior veio por fim, quando já estávamos no carro. "Nessas horas eu queria ser um skinhead". Liguei o carro rápido e acelerei enquanto eles entravam no carro de trás olhando para a gente.

Corri um pouco, o coração na boca, dei algumas voltinhhas pelas ruas perto de casa antes de ir pro apartamento. Quando tínhamos certeza de que ninguém nos seguia, viemos para o apê.

Fiquei com medo, me senti impotente, idiota. Por que não fizemos nada? Em outros tempos, teríamos retrucado - estávamos num posto de gasolina, tinha muita gente lá, era um local relativamente seguro e com várias testemunhas. Por que precisamos passar por isso? Tinha vontade de gritar "quem é você para invadir minha vida, tentar me prender nela, tirar minha liberdade? Quem é você que se sente no direito de reprimir o meu amor, ou tirar minha vida?"

Conversando com Violeta percebemos que estamos fracas, passivas. Talvez por termos passado por coisas tão ruins no relacionamento estamos sem a nossa ligação forte, inquebrável. Enfim. Foi ruim, me deu um puta dum medo e me fez sentir violentada. Cadê a minha segurança? Cadê a minha coragem? Onde foi parar minha militância?

Acho que a pior parte, depois do medo, foi me sentir covarde.

quarta-feira, outubro 03, 2007

Meu infinito particular

"Feliz com tudo e com as novas amizades."
Foi assim que eu terminei o meu post anterior. Mal sabia eu que o meu "tudo" e as minhas novas amizades (a generalização não é verdadeira) eram uma farsa em que só eu vivia.
No mesmo dia em que eu escrevia aqui, minha namorada e a minha nova "amiga" eram egoístas (pela segunda vez, logo eu saberia) o suficiente pra viverem as conveniências delas.
Talvez eu seja realmente muito diferente disso e tenha consideração demais pelas pessoas, pelos sentimentos alheios e pelo relacionamento alheio. Não é porque o meu tá ruim que eu quero que todos os outros também sejam ruins.
Achei idiota, baixo, desnecessário. Acho que faço expectativas e idealizo as pessoas mais do que elas merecem. Azar o meu. E só meu.
Se teve alguém "enganada e sacaneada por alguém" não foi a jasmim, não foi a orquídia.
Não estou aqui me fazendo de "oh, sou a coitada traída". Mais do que isso me sinto bem por ter idéia e ideais de que as amizades são leais, de que não se faz amigos em um mês, de quem gosta cuida, não quer te machucar, nem te enganar. Também não estou aqui querendo crucificar, culpar uma só pessoa, nem qualquer pessoa. Não tenho raiva, não tenho mágoa... muito pior (ao meu ver, porque vai saber a opinião dos outros) eu tenho desprezo ao pensar em quão baixo isso é... e o desprezo, muito mais rápido do que eu queira já vira indiferença.
Da minha parte, nada será como antes.



Às outras flores: Talvez não tenhamos mais muito contato, mas entendam que isso não é de forma alguma pessoal e direcionado à vocês. Estou saindo do jardim mas vocês sabem como me encontrar.


terça-feira, outubro 02, 2007

Meu depoimento sobre o que aconteceu

Não estou aqui para fazer papel de vítima. Dessa vez, essa é a última coisa que eu sou. Fiz merda mesmo e assumo o que fiz. Sei que não foi tão inesperado porque eu já vinha falando que estava infeliz no relacionamento e que queria ficar com outras meninas. Isso justifica alguma coisa? Não. O relacionamento ainda estava lá, ruim ou não, e eu não podia ficar com outra pessoa. Ainda mais quando isso envolvia outras. Enfim. Foi feito, e foi errado, mas eu não posso fazer nada mais do que pedir desculpas e não cair no mesmo erro.

O que me deixa com raiva é me sentir enganada e sacaneada por alguém. É ter me encantado por uma garota que não é real. Uma máscara. Alguém que falava coisas para mim, me fazia sentir única e especial, e depois fazia isso com a minha namorada, e com a namorada dela, e sabe-se lá com quem mais...

Sim, eu estava carente, e por isso acreditei. Assim como a Violeta, que também estava carente de atenção e carinho e amizade, e acabou se tornando uma "namorada afetiva". O lado sexual ficou para mim. Pelo menos foi o que pareceu.

Enquanto isso, saíamos as quatro para jantar e se divertir como se nada estivesse acontecendo. Uma merda de situação.

No fim das contas, eu desestruturei o grupo. Sei que o meu sentimento de revolta nada significa em reação às pessoas que magoei. E não é pra significar mesmo - eu não me perdoaria. O meu namoro eu já consegui consertar. Agora estamos mais transparentes, abertas, mais fortes. Aprendendo a lidar com nós mesmas de novo. Mas as amizades... essas eu não sei se sobreviverão. E eu entendo se não sobreviverem.

O que eu queria mesmo é que tudo fosse como antes. Bobo, divertido, íntimo, constante, próximo, cheio de confiança e com plena consciência dos limites. Na verdade a plena consciência dos limites a gente nunca teve, e daí veio toda a bagunça. Será que dá pra recomeçar? Acho que não, e essa decisão não cabe a mim. Da minha parte eu espero, distante, e fico no aguardo de alguma reaproximação, mas sabendo que isso pode não acontecer. Da minha parte, eu peço desculpas pelos erros que cometi e aceito o que for decidido por vocês.

quinta-feira, setembro 27, 2007

De como eu vim para o jardim...

Namoro recém terminado, fase deprê "ai eu quero chorar" já tinha passado mas eu ainda estava me obrigando a sair de casa e ocupar a cabeça.. Sairia nem que fosse sozinha e pra qualquer lugar.
E foi assim que depois de um vestibular, eu me vi sozinha no meio de uma parada gay. Fui sem intenção de "pegar" alguém. Andava por entre as pessoas com uma cara de estou-procurando-alguém-não-me-enche. E assim foi até quase o final do percurso.. quando ouço um "Oi. Tá procurando alguém?"
Uma menina tímida, tímida que mal olhava nos meus olhos pra perguntar se eu tinha me perdido dos meus amigos ou algo do tipo. Era Jasmim. Conversamos um pouco, eu com pé atrás, risinhos, conversas, olhares, som, bochecha corada dela, o olho dela... beijei-a. Ela me chamou pra um café, que estava fechado. E quase tudo estava fechado naquele dia, naquele horário. Menos um famoso bar daqui. Fomos pra lá.
Conversinhas, beijinhos, cerveja e aí duas meninas dão oi pra Jasmim. Eram Violeta e Orquídia. Sentaram com a gente na mesa e ficamos até tarde batendo papo e rindo sobre tudo e sobre nada.
O resultado desse dia: namoro com Jasmim há 3 meses e hoje publico meu primeiro post aqui. Feliz com tudo e com as novas amizades.

quarta-feira, setembro 26, 2007

E o jardim rebrota!

Ai meu Deus!
Vai todo mundo ficar achando qeu eu sou a maior fogo-de-palha e indecisa do Jardim inteiro! hehe
Primeiro termino um namoro, depois volto atrás... e aí termino denovo, e depois volto atrás denovo, mas aí termino de vez.
Depois, digo que nunca vou sair do Jardim, depois saio do Jardim, e agora volto denovo!
hehehe
Que bagunça! Mas não é indecisão não, minha gente! É porque são decisões muito importantes e eu nem sempre estou 100% segura delas (como é com mta gente, né?)
Bom, Jardim rebrotando, novas espécies introduzidas (espero que se adaptem bem ao solo dessa terra, mas sem competição, ok botõezinhos???), novo adubo pra minha vontade de ficar!
Espero que tod@s gostem dessa rebrota!

xxx


Um pouco da Dama-da-Noite, neste momento: feliz e contente com o curso escolhido! completamente deslumbrada com a genética, ainda sonhando muito em ter uma filha linda com minha companheira (minha E dela)! sou o que sobrou do final de um relacionamento de 4 anos com Impatiens, e o que está sendo construído com um namoro com Amor-perfeito! Me sinto na melhor fase da minha vida, emagreci 15 kg (tava precisando urgentemente), achei quem me ama incondicionalmente! Estou completamente apaixonada e curtindo muito essa nova fase "sapatão-assumida-pro-mundo-menos-pra-minha-sogra"!

xxx
Como é bom estar de volta!!!!

terça-feira, setembro 25, 2007

tempos novos

Como é boa a sensação de escrever aqui de novo!

Nova fase do Jardim, mais madura, mais flores, mais vidas e assim mais histórias! (siiiim mais amores também!)

Mas assim, além de todas as mudanças ainda vale citar: "ainda somos os mesmos..." Ou melhor, as mesmas!

xxx

Um pouquinho sobre Violeta, neste momento: estou na universidade novamente, em crise comigo mesma sobre a militância , feliz da vida porque finalmente tomei a decisão de largar meu emprego, com um corset lindo nas costas (10 argolas!). E o coração? Bom, ele vai bem, ele sabe pra onde vai!

quinta-feira, setembro 20, 2007

Era uma vez um Jardim...

... que foi criado com muito carinho e cheio de expectativas. Nesse Jardim cresceram 6 flores lindas, todas diferentes entre si e irradiando vida. Elas passaram por muitas alegrias, mas tambem por muitas dificuldades. E, nessas dificuldades, algumas nao resistiram.

O Jardim, no entanto, resistia. E enquanto havia motivo para as flores estarem la, uma do lado da outra, elas continuavam. Mas as intemperies eram muitas e elas, que nao aceitavam ajuda de estranhos, nao aguentaram. Fraquejaram. Se desapegaram ao Jardim e - pior - esqueceram umas das outras. Tornaram-se solitarias.

Hoje decidimos cuidar do Jardim de novo. Tirar as ervas daninhas, regar aquelas flores murchinhas no canto, adubar o solo. Mudamos de layout, estamos convidando meninas novas para escrever conosco e deixamos a porta aberta (e um espacinho na terra) pra quem quiser voltar.

Meninas de Brasilia, enviem seus curriculos! O Jardim Secreto esta voltando a ativa e precisamos da ajuda de voces para continuar. Sejam todas bem-vindas!

sábado, setembro 15, 2007

Dama murcha...

O Jardim, pra mim, murchou.
As amizades murcharam.
A convivência murchou.
A paciência murchou.
A Dama parece não conseguir mais se adaptar às características desse solo. Não aguenta mais a "competição" com as outras flores.
A Dama se sente uma planta exótica no Jardim que uma dia foi seu habitat...
A Dama não consegue mais viver nesse Jardim...
Tá na hora de dispersar sua semente por outros solos.
Flores, foi bom enquanto durou.
E desculpem-me por não dar mais conta. Ainda amo muito vocês.


Dama-da-noite, ex-flor do Jardim Secreto.

quarta-feira, setembro 05, 2007

comentário sobre um comentário

Pois é, sei que isso aqui tá meio parado mas é que a vida real tá muito corrida...

Eu vim basicamente fazer um comentário sobre um comentário!
É sobre o que a "ev" disse no post do dia 19 de julho, pois ela conseguiu usar o Jardim exatamente para o que ele foi criado! A nossa idéia era justamente criar um lugar onde meninas como a gente não se sentissem sozinhas, que conseguissem através das nossas experiências criar uma realidade paralela onde poderiam ser elas mesmas!

Não falo só por mim meninas, por todas as flores, nós agradecemos a participação de vocês e espero que tenhamos ajudado a "ev" e mais muitas que vivem como nós. E que meninas que também vivem um pouco das nossas vidas continuem achando aqui no Jardim um lugar pra poderem viver em paz!

=)

quarta-feira, agosto 15, 2007

2 anos de Jardim!

Pessoal, ontem o Jardim completou 2 anos de existência!
Íamos fazer um post a "oito mãos" mas acabamos enrolando!
Mas eu queria falar um pouco de ontem, do que fizemos....
Bom... Nesse segundo ano de Jardim, muita coisa aconteceu: Violeta e Orquídea foram morar juntas e eu e Impatiens terminamos um relacionamento de quase 4 anos (oficialmente só, pq pra mim passou de 4 anos).
Isso trouxe algumas conseqüências pra nossa amizade e ta´mbém pro Jardim.
Vocês devem saber como é difícil manter a amizade intacta depois de um relacionamento, então acabamos nos afastando. E principalmente, eu me afastei das meninas.
E depois de muito tempo, ontem me senti de volta ao "aconchego do lar"! hehe
Ontem fomos o Jardim de sempre, com alguns pequenos detalhes diferentes que acabaram não atrapalhando!
E assistimos muito The L Word, e fofocamos bastante (ainda que Violeta estivesse se matando pra conseguir emitir qualquer ruído) e comemos muita porcaria (tá, nem foi muita, mas foi pizza. e o Jardim sempre come Pizza! auehauheaue).
E nessas fofocas, acabamos relembrando muitas situações que vivemos juntas, como Jardim. Algumas situações sérias, outras nem tanto, umas muito ridículas e outras hilárias! E cada uma de nós se lembra de cada uma dessas situações de uma maneira diferente!
No meio dessa conversa, tivemos a idéia de colocar aqui no blog algumas dessas situações. Não sabemos quais, nem como e nem quem vai colocar elas aqui. Mas isso a gente vai descobrindo aos pouquinhos!
Então, em nome de todas as flores, gostaria de declarar aberta a fase: Bastidores do Jardim.
Quem se interessar, visite periodicamente o blog, pq sempre vai ter alguma situação ridícula pra ler e dar boas risadas!


E Parabéns pro Jardim! E para as flores! Que nunca nos percamos umas das outras!

sábado, agosto 11, 2007

tem certeza que não foi um sonho?!

Após uma noite meio surreal, quase inacreditável, vai uma frase pra atualizar isso aqui:

"a gente nunca sabe o que nos aguarda."


E agora, coisas demais passando pela cabeça pra falar alguma coisa que faça sentido...


Beijos à todas!

quinta-feira, julho 19, 2007

Sentindo Falta

Um post sem comeco, como os demais! (os meus, eh claro) Soh deu vontade de escrever.
To no Rio, sozinha e abandonada (hehe) e com o coracao cheio de saudades de tantas coisas da minha terrinha linda, especialmente as pessoas! Eu sei que tenho uma fama de nao ser muito saudosa, especialmente das pessoas.. Mas sim, estou com saudades de todos vcs que nao estao comigo, e nao da minha cama ou algo do tipo.

Parece que sempre que venho pro Rio varias coisas das quais nao tenho controle acontecem. Fato eh que tudo que muda, muda quando eu to no Rio! Mas agora vou ter internet em casa, entao por favor me contem as fofocas.

Estou com saudade dos abracos que aqui nao tenho, com saudades de falar merda de madrugada, com saudade de ir pra casa das meninas me intrometer e ficar brincando com os gatos!! Saudade de muita coisa que ja estava mesmo quando estava em Brasilia, mas agora estou com muito mais saudades!

To sentindo falta de alguem pra estalar minhas costas, de alguem pra me jogar pro lado qndo vou toda toda dormir de conchinha (hehe) com saudades de andar de carro por ai cantando alto e rindo pq as vezes os caminhos simplesmente nao dao certo! Saudades de uma cachorrinha gorda que entrou ha pouco no meu coracao tambem! Deus do ceu... onde ta a Lua que eu to assim? Soh nao me diga que eh em peixes!

To precisando falar um monte e parece que to falando comigo mesma, e agora as coisas tao diferentes. Soh acho que ainda nao me acostumei com essas coisas diferentes. As coisas mudam depressa, nao sei se mudam, mas no meu caso mudaram, como ja sabem. E agora eu me deparo com situacoes que, antes, eu teria uma reacao tao obvia... Mas percebo que nao eh mais assim.

Na verdade, nao sei se eh bom ou ruim. Nao sei se na verdade estou ainda mais acomodada do que ja fui um dia. Eu quero tantas coisas que nao tenho, e tenho algumas coisas que nao quero. Hora de mudar, hora de mudar... Mas aff... mudar cansa as vezes! Sei que no momento, sempre que penso em mudar, a unica coisa que faco eh abrir o freezer e comer mais um pedaco de pizza. Completamente fora do planejado!

Eu nao sei mais pensar muito bem o que eh "se impor", no sentido de tomar as redeas da propria vida imagino eu... Se impor eh fortalecer nosso orgulho, ou realmente pesar o que importante e prioritario? Sera que se impor pode ser assumir que, mesmo que nao seja o mais correto ou coerente ou certo etc etc etc, na verdade fazemos o "errado" pq assim queremos!
Nao sei se isso eh se impor ou se eh se acomodar...

Bom, vou parando por aqui porque ja ta grande e ainda por cima, fora do contexto!

Beijos
Impatiens

quinta-feira, julho 12, 2007

Um pouco da vida

E ai, de repente, você olha pros lados e está sozinha. Mais uma vez.

Vou ser sincera, cansa brincar de ser gente grande. Depois de um dia como hoje (cheio e não dos melhores) e sabendo o que virá amanhã, só consigo pensar em uma pergunta: como vim parar aqui?
2 empregos, possivelmente uma faculdade (resultado do vestibular sai na sexta-feira...) e me sinto extremamente cobrada porque não estou dando conta de ter vida social. Não tenho folgas, em um emprego trabalho de segunda a segunda, com folgas aleatórias, no outro de segunda a sexta, eventualmente (quase normalmente) nos fins de semana também.

Sinto como se meus amigos tivessem desistido de mim, a maioria só faz faculdade, e em parte eu deles. Sei lá, às vezes cansa ligar pra saber o que as pessoas vão fazer sem você, ou pra chegar mais uma vez a conclusão que não vai rolar de ir...

Sabe, cansa ver que até sua namorada parece estar cansada de você e da sua rotina ou falta de ânimo...

To me sentindo naquelas situações em que sua mãe é única que parece realmente se preocupar.

segunda-feira, julho 02, 2007

Tristeza não tem fim, Felicidade sim...

Hum...
Se vc não tá afim de ler um texto extremamente fresquinho, bem de mulherzinha mesmo sabe? Todo chorão e mimadinho, é melhor ir parando por aqui...



Enfim... Meu coração tá apertado... Tá batendo quase arrastado...
Minha Pequena tá indo embora... em 3 dias... vai passar 6 meses fora e, como Impatiens mesmo já tinha me cantado essa pedra, não sei se estou preparada pra isso.
A verdade é que ela apareceu na minha vida em um momento em que eu estava completamente fragilizada. Sem chão. Orquídea, Violeta, Hortênsia e a própria Impatiens podem confirmar isso pra todos vocês.. Aliás, vendo meus posts de 3 meses atrás vocês podem confirmar...
Eu estava completamente perdida... e nela me achei.
Eu estava sem chão, e ela me trouxe de volta...
A verdade é que não consegui me curar sozinha, ainda.
Qualquer momento de fragilidade, tristeza ou melancolia que surge por agora é curado nos braços dela... Meus recalques, minhas mágoas... É tudo chorado nos braços dela, nos ombros dela...
Ela é meu chão. E tá indo embora...
São só 6 meses... Mas eu morro de medo de surtar denovo... De passar por tudo aquilo denovo... De não saber me virar... De nao ter como correr pra ela...
Morro de medo de fazer alguma besteira, de desistir dela, de não suportar a saudade...
Só ontem mesmo que me caiu a ficha... Estávamos na despedida dela... e, antes de levá-la pra casa, chorei feito criança...
Eu... que não chorava por medo há tanto tempo... me sentia sem chão denovo... desamparada... perdida...
Eu... sempre forte, consolando a Pequena, toda vez que ela chorava por ficar longe... Toda vez que chorava por causa da família dela... nunca derramava uma lágrima sequer...
Mas ontem não consegui me conter... E chorei compulsivamente... Feito criança no primeiro dia do jardim de infância, pedindo pra ela não me deixar, nao me abandonar, nao ir embora...
E dói...
Dói tanto...
Não consigo respirar direito, não consigo pensar em mais nada, não quero mais fazer nada... Estou me entregando a esse medo e não consigo fazer diferente...
Essa Pequena vai me fazer tanta falta... já tá fazendo...
Não sei como agir... Não sei o que pensar...
Tento me convencer de que vai ficar tudo bem. Que 6 meses passam muito rápido. Que a gente vai tirar isso de letra.
Não dá certo...
Tô cada vez mais apavorada...
Não faço a menor idéia de como terminar esse texto...
A verdade é que nao sei nem se ele tá fazendo sentido...
Tá tudo muito bagunçado dentro de mim...
Então vou terminar falando uma coisa completamente nada a ver, mas que aprendi na semana passada, lá na Faculdade: Impatiens tem nectários extra-florais... Sei que isso nao vai mudar em nada na vida de vocês, mas eu achei mó legal...
Enfim...


Dama... morrendo de medo por dentro...

domingo, junho 24, 2007

12 motivos porque o casamento gay deve ser ilegal

12. O casamento gay irá mudar a fundação da nossa sociedade; nós nunca conseguimos nos adaptar a novas normas sociais. Assim como nós não nos adaptamos aos carros, ao setor de serviços, ou expectativas de vida mais longas.
11. Crianças nunca podem ser bem sucedidas sem um exemplo masculino e um feminino em casa. É por isso que não existem crianças criadas só pelo pai ou pela mãe na nossa sociedade.
10. O casamento gay não é apoiado pela religião. Em uma teocracia como a nossa, os valores de uma religião são impostos sobre todo o país. É por isso que só existe uma religião no Brasil.
09. Obviamente casais gays vão criar filhos gays. Assim como casais héteros só criam filhos héteros.
08. Casais héteros são válidos porque eles geram filhos. Casais gays, casais inférteis, casais que não desejam ter filhos e casais mais velhos não têm o direito de se casar porque eles não produzem filhos. Afinal, os nossos orfanatos não estão super-lotados e o mundo precisa de mais crianças.
07. O casamento hétero vai ter menos significância se o casamento gay for permitido; afinal, o divórcio não existe e muito menos não está mais alto do que nunca. A santidade do casamento de pessoas como Ronaldo e Cicarelli, que se casam e separam em menos de 3 meses tem que ser preservada!
06. Uniões civis, oferecendo quase os mesmos benefícios do casamento mas com um nome diferente são melhores, porque instituições "separadas mas iguais" são uma boa forma de se satisfazer as demandas de grupos discriminados.
05. O casamento hétero é uma instituição que existe há muito tempo e não mudou em nada. Afinal, mulheres ainda são propriedade e o divórcio ainda é ilegal.
04. Legalizar o casamento gay irá abrir portas para todos os tipos de comportamento estranho. Pessoas que querem se casar com seus animais de estimação terão precedente legal e poderão realizar seu matrimônio.
03. O casamento gay irá induzir as pessoas a se tornarem gay, assim como ficar perto de pessoas altas lhe fará alto.
02. O casamento gay não é natural. A nossa sociedade sempre rejeitou coisas não-naturais como óculos, poliéster e ar-condicionado.
01. O casamento gay causará terremotos, vulcões e meteoros. Aliás, foi o casamento gay que destruiu os dinossauros!



(Texto que rola pela internet, vai saber de quem é a autoria. Apenas para movimentar isso aqui!)

domingo, junho 17, 2007

Sobre a festa Femina

Meninas, vou publicar hoje - dia da Parada LGBT do Distrito Federal - um texto que mandei para uma lista de discussão LGBT jovem aqui de Brasília falando sobre a participação feminina nos eventos gays (ou a falta dela, ou o resultado dos eventos feitos por homens para mulheres, enfim, leiam e pensem sobre).

Boa Parada a todas!

xxx

Olá pessoas!

Estou escrevendo para falar da festa Femina, que rolou quinta-feira na Blue Space (antiga Garagem) especialmente para meninas para arrecadar fundos para a Parada LGBT (que vai ser hoje aqui em Brasília).

Quando eu vi os flyers no fim de semana passado, fiquei surpresa. A Blue Space, abrindo espaço para meninas? A mesma boate que costumava cobrar o dobro para entrada de mulheres? E mais: uma festa feita pela organização da Parada, aquela conhecida por expulsar lésbicas da organização e cortar os microfones das mulheres em eventos públicos? (sim, isso aconteceu...)

Como eu sou festeira mesmo, acabei indo. Fiz uma horinha no bar para não chegar no início da festa e fiz questão de só aparecer lá por volta de 1 da manhã - horário que a música deveria estar bombando, certo? Errado. Quando eu entro na boate vejo no palco 3 garotas, uma tocando violão, outra na percussão e outra cantando sucessos de Ana Carolina. E o pior: tudo com uma qualidade de Karaokê-na-casa-das-amigas. Que droga era aquela? Eu fui para dançar! Já comecei a noite hiperfrustrada, e não era a única. Muitos casais de meninas esperavam o intervalo entre as músicas para gritar "DJ" e, como era de se esperar, nada acontecia. Ah, e isso sem contar com o atendimento péssimo: eu quase não consegui entrar porque avisaram na hora que o ingresso seria vendido apenas em dinheiro - nada de cartão. Por que não colocaram isso no flyer então?

A casa estava vazia, poucos gays foram, mas as pessoas que estavam lá estavam super animadas. Quando a DJ começou a tocar a galera animou e eu nem sei que horas a festa terminou (saí de lá às 4 e ainda prometia). Mas não consegui deixar de achar estranho que o site que cobre todos os acontecimentos da Parada não publicou uma foto, uma linha, absolutamente nada sobre a festa das meninas.

Resumo da noite: uma festa que valeu a pena apenas pela música e pelas companhias, feita de maneira desorganizada, amadorística e claramente feita por homens para mulheres, cheia de estereótipos e performances de mau gosto. Por que os poucos eventos para lésbicas são feitos de forma tão grotesca e cafona?

Fica aí um relato para reflexão...

Orquídea

sábado, junho 09, 2007

Entrando em contato

Faz um tempo que eu sumi da internet e sumi de mim mesma. Não estava muito afim de sentir, de entrar em contato comigo. Perdi muito de mim nesse último ano - larguei 2 cursos, desisti do que eu achava ser o sonho da minha vida, ganhei (alguns) gatos, arrumei emprego, "casei", saí da casa da mãe... Me sinto uma adolescente sem saber como transitar para a vida adulta. Onde está minha vida de universidade besta e festas aos fins de semana?
.
Falando assim até parece um drama sem fim. Nem é, eu estou gostando muito de como as coisas estão. O emprego é tudo que eu queria e não sabia, e me dá vida, energia, motivação. Conheci pessoas maravilhosas, ultra-gays, e tenho desafios todos os dias. É foda de bom! Mas não impede de eu me fechar cada vez mais, talvez para evitar descobrir o que ainda existe de mim. Quais são meus sonhos? O que eu quero para a minha vida? O que me faz feliz? Eu não sei bem responder a essas perguntas, e vim evitando elas há quase 1 ano. É hora de encarar elas...
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Hoje decidi que vou comprar a droga de um computador e instalar internet em casa. Se os blogs e flogs e msns me fazem tão bem, por que me torturar sem isso? To com uns planos além disso também, mas esses eu vou deixar quieto até colocar em prática, pra não dar olho gordo.
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Fora isso, o principal: meu bebê voltou de viagem hoje cheia de carinhos e presentes. Ontem fizemos 11 meses de namoro (quase 1 ano!!) e quase terminamos por um puta mal-entendido. Agora, está tudo muito muito MUITO melhor do que antes. Certas coisas precisavam ser ditas...
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Terça que vem é Dia dos Namorados, ou melhor, Dia das Namoradas. To morrendo de vontade de contar o que comprei pra ela, mas quero fazer uma surpresa. Que vontade de entregar logo! Quando ela ganhar o presente, a gente posta aqui contando o que é - na verdade, o que são. Morram de curiosidade!

terça-feira, junho 05, 2007

Pra dar as caras...

Bom... sei que o pessoal nao se interessa muito pelo que eu escrevo. Sei também que não escrevo tão bem quanto as outras flores, mas às vezes é bom dar as caras, né?
Hum... então...
Acho que todos sabem que eu to namorando, né? Então... O namoro tá mto bom, tudo muito tranquilo entre a gente e pá... Mas a Pequena vai embora em EXATAMENTE um mês.
Dia 5/7/07, a tal da Pequena vai embarcar pra Oropa... E vai passar 6 meses trabalhando por lá...
E eu? Bom... Eu bem que queria ir pra lá, mas sou uma pobre duma universitária falida que nao tem nem um chão pra cair morta... Resumindo: fico por aqui.
Quando conto isso pras pessoas, me perguntam: E como vocês vão fazer?
Eu respondo: Uai... Vamos ficar eu aqui e ela lá.
"Mas vocês vão terminar? Abrir o namoro?"
Não... Vamos continuar namorando. E fiéis.
98,9% das pessoas não acredita... E, sem querer desencorajar, mas já desencorajando: Nunca vi namoro à distância dar certo. Principalmente namoros trans-atlânticos....

Bate um medão...

Então, namoro à distância dá certo ou não?

Conheço um casal de meninas recém casadas que já começaram a namorar uma em São Paulo e a outra em POA... Agora estão morando juntinhas, mais casadas que tudo, lá em POA....

Elas me dão muita esperança... Mas conheço muito mais casais que nao suportam a distância que casais que funcionam...

Além do mais, to morrendo de medo das coisas ficarem estranhas quando ela voltar....

Enfim...
Só um desabafo e uma leve atualização da minha vida pra vcs...

(acho que tô me sentindo cada vez menos parte disso aqui...)

sábado, junho 02, 2007

Resumo

A casa ta bagunçada, os gatos não têm areia, eu morro de preguiça de arrumar a cama e resolvi me esconder na casa da sogra.

(Minha mãe não pode nem sonhar que estou aqui, imagina o ataque de ciúmes!)

Hoje voltei a ser ruiva, e não sei muito bem o que estou achando disso.

Joguei fora o curso mais estúpido que já escolhi na vida e acho que vou tentar vestibular pra Letras numa universidade particular.

(Não tenho a menor idéia do que vou fazer se passar no vestibular.)

O namoro tá bem, a namorada tá doente e dramática e manhosa (leonina), as amigas estão presente. O trabalho tá ótimo e eu acho que estou bem.

Vou tentar militar no mundo LGBT, pela enésima vez. Será que vai dar em alguma coisa?

E eu acabei de lembrar que esqueci de devolver os filmes na locadora. Droga!!

sábado, maio 12, 2007

noite mais que boa!

Nossa meninas! Há quanto tempo não saíamos?

Essa noite fomos para um boate gay e levamos a Loira, que nunca tinha ido, pra conhecer! Dançamos, assistimos show de drag, go go boys (pééééééééssimos por sinal!), nos divetimos muito!


Momento tenso da festa: uma cara idiota resolveu mexer com a gente (siiiim numa boate gay!), quando vi meu pé já estava nas costelas dele... A coisa só não ficou muito feia porque o amigo dele viu que ele era um babaca e levou ele embora.

Noite muito muito boa, terminou com uma garrafa de champagne no nosso apartamento, com a gente fofocando horrores e vendo o sol nascer.

Beijos meninas!

terça-feira, maio 01, 2007

O mundo em 7 cores!

Fim de semana super longo seguido de feriado!! Tem coisa melhor??
Claro que tem! Aproveitar cada minuto disso tudo!

Cheguei em casa, e senti uma vontade enorme de postar! Jardim meio parado, eu com um debito enorme de posts... Soh nao sei bem o que postar! Pra variar!

Fato eh que estou, a cada dia, mais apaixonada pela minha vida! O arco iris sempre vem! E quando chega... simplesmente incrivel!

Meninas, pensei e pensei, escrevi, apaguei... Nada saiu! Nada bom o bastante! Nada que retratasse de verdade!
Estou feliz! Feliz demais!!!

Como eh bom passar 5 dias inteiros com voce! Como eh bom dormir com voce! Como eh bom rir com voce! Como eh bom beijar e beijar e beijar voce o tempo todo!
Eh fantastico ver a cumplicidade nascer, o respeito, a felicidade, a harmonia e, por que nao, o amor, a paixao!

Como eh bom acordar e te ver ao meu lado! Dormir nos seus bracos! Ver o quanto voce eh a cara da Kirsten Dunst pela manha!

Levar cerca de 10 sustos por dia! E ver, que nao precisa ser sempre eu a dirigir (e nem a cozinhar!!!!)! Tomar um banho de chuva!

Bom aprender mais sobre ti e sobre mim mesma! Me surpreender a cada dia com as mais variadas coisas!

O fds foi perfeito! Pelo menos pra mim!
Com a companhia da Orquidea, da Violeta e dela. Fizemos comida, vimos filmes, serie, rimos muito e aproveitamos muito!

Agora... agora saudade! Muita saudade! Vontade de ir busca-la para que durma comigo mais uma noite... e mais uma e mais uma e mais uma!
Mas, assim como a saudade vem, a saudade eh "matada"!! E mal posso esperar pra matar a saudade!!!

Meninas, amo voces!!!

sexta-feira, abril 20, 2007

RE-SENTIMENTOS

É! Impatiens viajou hoje pra uma cidade aki perto!
Massa!
Foi com três amigos e a hetero dela.
Encontrei um dos amigos hj na faculdade!
Espetou uma ponta de ciume quando falamos da tal viagem!
É estranho. Pensar q ela vai estar com a hetero no lugar em que estivemos a menos de uma ano.
Dormirão na barraca que dormimos, no camping que dormimos. Vão visitar a nossa cachoeira favorita (escolhida por nós duas, unanimemente).
Espero que nao encontrem a cobra, como na vez que fomos!
Mas é bom!
Ela tá seguindo em frente! E tá apaixonada!"
E eu tb tô!
Já to namorando. E to muito feliz, pq minha pequena tá me fazendo um bem danado.
Sem censuras, sem cobranças. Ela quer estar comigo!
E fazemos sexo! hehehe

O foda é que algumas pessoas ao redor nao entendem muito bem o meu seguir em frente.

Algumas pessoas ne sequer tentam entender o que tá se passando.
Aliás, estão putas comigo pq foi "filhadaputagem" da minha pequena ter falado com a Impatiens no meu show... é... quem te viu, quem te vê... e pensar que você não tem A MENOR moral pra falar dela...

enfim...

vc falou pro meu irmao que estamos brigadas. bom, foi vc quem disse q faria o possivel pra minha pequena se ferrar. bom. eu amo minha pequena. não vou brigar com vc. mas se tem problemas com isso, chegue até mim e converse.
meu problema com você está aos poucos sendo esquecido, pq nao quero entrar nesse assunto. Hipocrisia é uma coisa que nao gosto. mesmo.

não venha me cobrar telefonemas de "melhor amiga, to numa ótima com vc". isso nao vai acontecer.
denovo, não gosto de hipocrisia. Amanha nos vemos.

quarta-feira, abril 11, 2007

Retorno Karmico

Flores da minha vida!

Socorro! Acho que estou realmente comecando a viver meu retorno karmico, como diz a Orquidea.
Esse nao vai ser um post explicado... eh soh um post de ai ceus mesmo!

Soh uma coisa a declarar...

Lindaaaaaaaaa

Podem me sacanear! Eu deixo!

Beijinhos!

quinta-feira, abril 05, 2007

E quando o sol chegar

Nesse ultimo mes tive muitas tentativas frustadas de postar aqui... Olha soh, logo eu que nunca posto! A questao eh que o blog nao estava deixando eu postar. Tentei agora e deu certo! Na verdade eu nao sei bem o que escrever... nao sei nem por onde comecar! Mas realmente preciso escrever.
Como ja foi dito, meu namoro acabou. Mas na verdade nao eh tao simples assim... Quem participou, sabe que nao foi mas como isso eh um blog me vejo na obrigacao de contar mais ou menos.

A verdade eh que o namoro estava impossivel, eu mais chata do que nunca! A Dama na verdade estava muito bem disposta a fazer dar certo no final, mas eu infelizmente soh queria jogar tudo pro alto. E foi o que fizemos. Acabamos e ficamos assim, sem conversa, sem acertos, sem pensar melhor o que foi dito!

No principio tudo o que eu podia pensar eh que eu estava solteira! Nao tinha que voltar cedo pra deixa-la em casa, podia dormir fora de casa a vontade! Varias e varias vezes gritava pra mim mesma com entusiasmo que estava sim, solteira!
Mas enquanto isso.. ela sofria. Nao sei quanto, nao sei como.. soh sei que sofria. E eu, em meio a minha euforia, nao fiz nada.

O tempo foi passando e com ele fui percebendo quanto amor eu tinha em mim, quantos planos que nao tornamos reais, quantas promessas, quantos beijos nao dados... Quanta coisa perdemos. Um dia saimos juntas, e desse sair... rolou um beijo... alguns... simplesmente perfeito. Nosso ultimo beijo (que nao tivemos ao terminarmos). Beijo esse que sinto ate hoje em mim!
Aos poucos fui percebendo o quanto a amava, o quanto eu queria fazer dar certo, o quanto ela era linda e perfeita pra mim. A cama foi ficando grande demais (apesar dela nao dormir comigo) e os dias foram ficando longos demais.

Esse sentimento teve um auge em um show... ve-la no palco iluminou meu coracao, me fez ver o quanto a amava realmente (estava ha um tempinho sem ve-la) e mal podia esperar para acabar aquilo tudo, abraca-la e falar tudo isso para ela.. Falar que amo, que quero, que nao vivo sem, comecar de novo era a proposta! Nao deu. Ao descer do palco, direto para os bracos de outra... um beijo, um abraco. Que gracas a Deus nao vi! Vi pouco depois, um carinho que na verdade, achava que era exclusivamente meu. Nao qualquer carinho, o meu.
Meu mundo caiu.

Pode parecer drama, mas caiu mesmo. Como nunca havia caido antes! Mais que depressa sumi dali e nem sabia direito o que sentir. Se eu nao tivesse feito tantos planos durante aquele show...
Nao sei nem dizer muito bem o que aconteceu naquela semana... sei que chorei, aluguei ouvidos e colos, gritei, emagreci e, com certeza, percebi o que tinha perdido, o quanto amava, o quanto queria e o quanto nao tinha e nem teria. Dias longos, noites interminaveis! A imagem das duas nao saia da minha cabeca nem por um minuto, e parecia impossivel sair de la! Nao queria ver, nao me achava capaz de qualquer aproximacao, muito menos fisica.
Com o tempo, fui notando certas mudancas.. um orgulho jogado fora, certos principios no lixo, o odio se transformou... e nao mais que derrepente, meio a um picole de coco, viro para Violeta e solto um "Eh, eu quero voltar". Causei surpresa, levei bronca, fui incentivada... ou seja, tudo um pouco! Mando uma mensagem... quero conversar. Ela tambem.

Nao sei falar nada da conversa que tivemos, sei que o saldo final foi muito positivo, sai de la e fui encontrar com Orquidea! Contando como estava tudo perfeito, que tinha ateh fome de novo! Cheguei em casa. Acho que nao se passaram nem 5 minutos e estava eu, jogada, chorando, vomitando, gritando etc etc etc. (Perfeita, disse pra Orquidea) Nao aguentei e liguei. Celular sem bateria neh, entao o fiozinho ligado na tomada do banheiro pra nao ter erro. Falei, falei, falei... Nem sei o que e nem sei quanto, sei que foi de coracao, como nunca tinha me deixado antes.
Implorei para voltar, tudo de mim ja tinha ido pro ralo, qualquer coisa que me prendesse a minah velha e chata versao. Simplesmente chorava e implorava, humilhada completamente. A palavra certa acho que seria ridicula. Sem nem uma gota de arrependimento, ridicula com orgulho! Muito orgulho! Talvez pela primeira vez tenha aberto mao de tudo e lutado pelo que eu amo e quero. 2 semanas, foi o prazo estipulado. Pra ela pensar e ver se poderia atender aos meus suplicios.

Longos dias, noites interminaveis... Para ser muito sincera nao me lembro muito bem desses dias, lembro que fui ao cinema algumas vezes e como meus pais viajavam era mais facil pra mim viver aquilo. Nao completamos as 2 semanas... com 1 semana saimos, ficamos... foi perfeito. Antes de ir liguei pra Violeta "To indo atras dela, nao me julga!!" Louca.
Continuamos ficando, sem compromisso porem compromissadas, mostrei tantas das minhas mudancas. Beijos em meio a faculdade, na porta da sala? Sem problemas. Queria mesmo que o mundo que ainda nao sabia do meu amor, visse. Disposta a tudo! Ou quase.

Hoje completamos nossas 2 semanas... 05 de abril. Faltaria um mes exato para os 4 anos de namoro. Ontem conversamos... e eh na verdade sobre isso que eu quero tanto falar. Ela me quer no futuro e eu, nao poderia esperar. Um futuro sem prazo, sem tempo. Nao pude 2 semanas, quem diria esperara assim... indeterminadamente! Nao pude aceitar. Se nao fosse agora, nao poderia ser. E eh esse o meu quase... nao estava disposta a esperar, nem sei esperar quanto tempo. Soh nao podia entender a ideia de esperar. Trauma passado sabe?? Esperar nao funciona e soh causa sofrimento eterno! Era a unica coisa que nao estava disposta. A unica coisa tambem que faria diferenca. Esperar.

Na conversa de ontem e hoje ficou o "Agora ou nunca" no sentido literal da coisa mesmo... Nao foi facil pra nenhuma das duas. O nunca foi escolhido.
Hoje quando ela se foi, na verdade minutos ou segundos antes, enquanto ela falava que eu nao poderia esperar, reparei que de alguma forma eu novamente mudei... de ontem pra hoje. A ideia de esperar nao me pareceu tao absurda. Absolutamente necessaria tambem!
Ela se foi, e nao contei pra ela que eu esperaria. Na verdade, espero. Nao sei se eh tarde demais, mas eu sempre chego tarde! Mas agora, eu espero. O tempo que for.
Nao soh pq ela se foi. Nao soh porque doi. Mas porque dentro de mim algo mudou e estou disposta a realmente tudo, inclusive aguardar.

Quase que num estado de latencia. Soh tenho esperancas, de todo o coracao, que eu nao espere sem fim, e que o sol nunca chegue.

Impatiens

sexta-feira, março 30, 2007

Reaparecendo

Reaparecendo aqui depois de tanto tempo.
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Minha vida mudou muito nos últimos meses, de uma maneira que eu achei que ainda fosse demorar anos para mudar. Saí de casa, moro com minha namorada, tenho um emprego que estou amando, larguei um curso que não me agradava na universidade e entrei para o que eu quero fazer, tenho (alguns) gatos de estimação... tudo está perfeito. Ou quase...
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Não sei se a gente se cobra demais, se a gente espera demais ou se a gente simplesmente não sabe o que fazer quando chega naquele ponto que a gente quis por tanto tempo. Hoje, especificamente, estou triste por ter que largar uma matéria na universidade. Estou trabalhando 8 horas por dia e me matriculei em 4 disciplinas - isso, no meu curso, é o recomendado apenas para pessoas que vivem para o estudo. Claro que eu achei que ia dar conta; sempre fui inteligente, nunca precisei me esforçar muito para tirar boas notas. Mas eu percebi que não tenho tempo, fôlego, nem corpo pra fazer tudo isso.
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Mesmo tendo motivos, fiquei mal. Me imaginei formando lá pelos 28 anos. Que horror! Violeta, vendo o quanto eu estava chateada, me puxou para a realidade. "Não é problema nenhum terminar a faculdade com 28 anos quando você já saiu de casa e já está trabalhando. Não é como se você estivesse enrolando, você está levando sua própria vida!" (E foi só nessa hora que eu percebi que, realmente, eu não estou enrolando. Já estou tocando a minha vida, pra que o desespero de sair logo da universidade?)
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Tirando questões pontuais como essa, minha vida anda bem tranqüila, até previsível. Tenho um apartamento todo colorido, uma gata branca que deita em cima de mim pedindo carinho todas as noites e uma gata grande que dorme ao meu lado (essa eu peguei na rua há mais de 1 ano, ela era super raivosa, agressiva, tinha um moicano azul e gritava "sapatão" pras colegas. Hoje ela não tem mais o moicano e anda mais calminha, até aceita receber carinho!) Enfim, tá tudo bem.
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É estranho virar gente grande, não é? De repente a vida toma um rumo todo definido, com folgas semanais e dia de vencimento do aluguel. Talvez eu tenha ficado mais séria, ou mais chata, mas eu fico feliz de estar muito mais estável do que eu costumava (ou não costumava) ser.
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Agora estou na expectativa de comprar um rack pro computador pra poder colocar internet em casa. Sinto saudades desses mundos floridos virtuais. Quem sabe meu próximo post será escrito da minha casinha?

sábado, março 17, 2007

nostalgia

Ando me sentindo um pouco afastada da minha vida. Com saudade das amigas e amigos, pessoas que sempre me fizeram mais feliz. Estava com saudade de escrever também, sentindo que essa habilidade estava parcialmente perdida, ou pelo menos presa, restrita por alguma parte do inconsciente.

Me dediquei tanto tempo à blogs e fotologs, que hoje eles fazem falta como válvula de escape. Sempre me senti melhor e mais leve depois de escrever, sem contar que o sentimento de compreensão coletiva é muito válido! =)

A vida anda meio de pernas pro ar, muita coisa mudou. Olhar para março do ano passado é ver uma Violeta diferente, muito perdida também mas por caminhos bem diferentes. Existe uma maturidade diferente também, de experiência de vida, de acumulo de vivências que eu não achei que fosse ter agora.

Re-li todo esse blog hoje (6h de plantão tranqüilo no trabalho dão nisso... hehehe), tava com saudade das pessoas, das histórias, dos momentos. Tava com saudade de mim mesma. É engraçado ver como a gente relatou nossas vidas até agora, mais engraçado ainda é ver como reconheço cada flor, em cada texto, em cada comentário. Como sinto saudade! (Àquela boa, que nos faz ficar com cara de paisagem...)

Mas a vontade de reviver tudo hoje foi por causa de uma flor específica. Tava com saudade da Orquídea, da minha flor. Tava com saudade “da gente”, dos bons momentos, já não me lembrava mais tão bem de quando tudo começou... Sabe, enquanto relia tudo, voltaram todas as sensações, o frio na barriga, a lembrança de cada arrepio proibido, de cada olhar que confessava tudo... Me deu a sensação de estar subaproveitando tudo que existe entre a gente. Me deu vontade de correr te abraçar e mais uma vez dizer que te amo.

terça-feira, março 13, 2007

Retomada da vida

Bom... Após um relacionamento longo, deve ser normal não saber o que fazer ao se decidir seguir em frente!
Então, estou de volta ao mercado das relaçoes amorosas (ou sexuais! hehe) mas nao sei bem o que fazer!
Primeiro porque impatiens foi minha primeira namorada, e a única mulher que beijei (conscientemente) até então! Não estou mais tendo dúvidas acerca da minha sexualidade (sim, já as tive após o rompimento) e sei que quero ficar com meninas!
O problema é que nunca fiz isso antes, aliás, nunca fiquei com pessoas que nao confiasse e tivesse uma relação de amizade antes (por isso pode-se inferir que fiquei com pouquíssimas pessoas até agora).
O Fato é que estou me sentindo uma virgem denovo, EM TODOS OS SENTIDOS!
Sei que muitas das meninas que visitam o blog já viveram situações parecidas (senão idênticas!) e gostaria de alguma ajudinha!
Beijos virgens! auehuaehu

Dama!

domingo, março 04, 2007

Reação

Finalmente, você reagiu.
Muito obrigada, de verdade.
Agora posso começar a aprender a viver sem você!
Espero que isso tudo nao tenha estragado de uma vez por todas a possibilidade de um dia sermos amigas!
Te amo (acho que você vai entender esse, sem segundas intençoes!)!
=*************

sábado, março 03, 2007

Viver e dirigir...

sabe... to começando a ver que viver é como dirigir um carro
andar mais rápido (viver mais intensamente) é muito legal! Dá aquela sensação de posso tudo. De ninguém me alcança...
mas, a nossa visão fica prejudicada... A gente enxerga direito só à frente ... a visão periférica vira um borrão.
se a gente anda mais devagar, aprecia melhor os momentos da vida, com mais calma...
aí temos uma visão 180º, ou até maior.
fica mais fácil evitar problemas, antecipar erros.

Na vida temos momentos de correr frenéticamente. Viver como se tudo fosse acabar ali, e nada mais fosse existir. Mas há momentos em que o melhor é andar a 10km/h, apreciar a paisagem e perceber que há muito mais além do aqui e o agora.

Quando saber a hora de cada coisa?











Desaprendi a dirigir... era você a motorista, lembra?

dói muito ver que vc nao sente a menor falta de dirigir a minha vida, de dirigir a nossa vida...
ia ser muito bom saber que vc um dia se importou, que você um dia foi feliz, que eu realmente signifiquei alguma coisa pra vc...

pelas suas açoes, pelas suas respostas... pelo jeito que vc me ignora e ignora meus sentimentos, tudo o que vejo é que nao fui nada de verdade pra vc...
foi tudo uma grande ilusão... todos os eu te amos que pareceram tão reais um dia... hj nao me parecem nada mais que uma obrigação...

dói tanto sentir isso... você não faz idéia...

terça-feira, fevereiro 27, 2007

Ficar sem você é mais difícil do que eu pensava...

Rhett Miller - Come Around
I'm dressed all in blue
and I'm rememberin you
and the dress you wore,
When you broke my heart
I'm depressed upstairs
and I'm rememberin where
and when and how and why
You have to go so far
Am I gonna be lonely for the rest of my life ?
Am I gonna be lonely for the rest of my life ?
I'm gonna be lonely for the rest of my life
Unless you come around

So come around
I'm dressed all in white
and i remember the night
You came onto me
and opened up my heart
I was hollow then, till you filled me in
Now I'm empty again

I should have never let it start
Am I gonna be lonely for the rest of my life?
Am I gonna be lonely for the rest of my life ?
I'm gonna be lonely for the rest of my life
Unless you come around
So come around
No one else can fix me
Although sometimes my heart tricks me
Into thinkin someone else will do

You are the only one, you are the only one
Am I gonna be lonely for the rest of my life ?
Am I gonna be lonely for the rest of my life ?
I'm gonna be lonely for the rest of my life
Unless you come around, So come around
So come around
So come around
I'm dressed all in blue
and I'm rememberin you
and the dress you wore,
When you broke my heart






Como eu queria continuar sendo sua eterna exceção...

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Surtando...

Don't forget about us
Don't baby, don't baby
Don't let it go
No baby, no baby, no baby, no
Don't baby, don't baby
Don't let it go
My baby
(Y'all know what this is)
Just let it die
With no goodbyes
Details don´t matter
We both paid the price
Tears in my eyes
You know sometimes
It'd be like that baby
Now everytime I see you
I pretend I´m fine
When I wanna reach out to you
But I turn, and I walk and I let it ride
Baby I must confess
We were bigger than anything
Remember us at our best
Don´t forget about (us)
Late nights playing in the dark
And waking up inside my arms
girl, You´ll always be in my heart
So don´t forget about us
I´m just speaking from experience
Nothing can compare to your first true love
So I hope this will remind you
When it´s for real, it´s forever
So don´t forget about us
Oh they say
That you´re in a new relationship
But we both know
Nothing comes close to
What we had
it perseveres
(That we both can't forget it
How big we used to get it)
There´s only one me and you
And how we used to shine
No matter what you go through
We are one
that's a fact
That you can't deny
So baby we just can´t let
The fire pass us by
Forever we both regret
So don't forget about us
Late nights playing in the dark
And waking up inside my arms
girl,You´ll always be in my heart
So don´t forget about us
I´m just speaking from experience
Nothing can compare to your first true love
So I hope this will remind you
When it´s for real, it´s forever
So don´t forget about us
At least she got you
Hell I messed up
Now that's all trickery
Sure I ain't act like you know how this lovin used to
be
I bet she can't do it like me
She'll never be me
Baby don't you, don't you forget about Us
Late nights playing in the dark
And waking up inside my arms girl
You´ll always be in my heart
So don´t forget about us
I´m just speaking from experience
Nothing can compare to your first true love
So I hope this will remind you
When it´s for real, it´s forever
So don´t forget about us
Don't baby, don't baby, don't let it go
No baby, no baby, no baby no
Don't baby, don't baby, don't let it go
When it's for real, it's forever
So don't forget about us

Mariah Carey - Don't forget about us (adaptada)

Dama, murchando aos poucos...

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Nó na garganta

Não sei bem o que estou fazendo aqui. Queria desabafar algo que está atravessado na garganta, incomodando, mas às vezes sinto que deveria apenas engolir e seguir a vida, ver aonde ela me leva. Não tenho certeza também que alguém se preocupa com o que fala, se vai afetar e como a outra pessoa.

Me senti mal por ver como as pessoas me julgam, guardam coisas, entendem do jeito que elas querem e numa oportunidade qualquer, no meio de piadas, jogam na cara. Não sou ingênua ao ponto de achar que mundo é cor de rosa, que ninguém julga ninguém e tudo mais, mas deu um nó na garganta ver todo mundo falando uma coisa que não viram, não acompanharam, numa situação que levou meses e onde estávamos em posições bem diferentes. Ninguém quer saber porque, nem como, nem quando, apenas que eu fiz e isso já basta pra falarem o que quiserem.

No meio dessa situação toda, me senti a "melhor amiga escrota e nada mais", ou no máximo a outra, mas agora de um fantasma, de um resto de relacionamento, tendo que competir com a raiva e todas as sensações remanescentes. Senti minha vida toda superficial, tudo que eu faço sem importância ou valor, como se fosse apenas uma brincadeira de casinha.

Não to aqui pra ficar em segundo plano, nem pra disputar atenção. Pra mim não falta paixão, ela está onde sempre esteve, falta a confiança para entregar tudo. E talvez tudo esteja muito acomodado.

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

O Fim...

Um fim de namoro é complicado...
Complicado porque nao se acaba logo no dia seguinte a ter ficado ruim...
Complicado porque se tenta lutar contra esse fim (ninguém quer ver tanto investimento jogado no ralo...).
Afinal, um namoro é um investimento. Para todas as partes envolvidas. É um investimento de energias, de sentimentos, de si próprio.
E quando acaba, ficamos sem essas energias, sem esses sentimentos, sem um pedaço de nós mesmos.
O Fim é ruim quando é tribulado, tumultuado. Quando é motivado pela desconfiança, pela deslealdade ou mesmo por falta de compreensão. À medida em que essas coiss vão acontecendo, a convivência vai se tornando cada vez mais difícil. É terrível olhar aos olhos de um traidor, por exemplo. E esse fim acaba afetando nao só o namoro, mas a amizade que existiu algum dia entre as partes.
Mas o Fim é bom quando acontece naturalmente. Sem desonestidade, sem traição, sem desconfiança. Acabou porque era a hora de acabar. Não tava mais dando certo!
Quando esse Fim bate à porta, é possível haver amizade. E pra quem gosta ou gostou mesmo, essa amizade é muito importante! E então, o Fim nao se torna uma tragédia grega, mas uma leve comédia romântica que não deu certo!
Meu namoro terminou ontem! Eu e Impatiens conversamos e achamos melhor terminar mesmo!
Não tava bom pra mim, não tava bom pra ela! E antes que colocássemos em risco a nossa amizade (tão bonita, diga-se de passagem), pudemos terminar um namoro muito bonito de uma forma tranquila.
Hoje me sinto bem. Sem mágoas, sem dores, sem explosões sentimentais!
E à você, minha amada amiga, um beijo grande de quem te quer muito bem!

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

To com um sentimento ruim dentro de mim...
uma agonia, uma angústia...
uma tristeza, um pesar...
vontade de sair gritando e sumir pra sempre...
to cansada... cansada de indiferença, de motes, de brigas...
cansada de ser ignorada...
to cansada de tentar ajudar os outros com seus problemas e nao ter ninguém pra me ajudar com os meus...
eh... essa florzinha aqui nao vai nem um pouco bem...

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Mais uma bomba na família...

E quem achava que os longos e escuros dias de luta pela aceitação da homossexualidade aqui em casa estavam terminados, se enganou...
Agora a bomba caiu no mais novo... O pai já veio intimidando: "E você está disposto a sofrer e assumir a sua condição? Você quer mesmo ser bicha?"
Qual é... ele tentou a mesma coisa comigo! Mas pelo menos eu já era mais velha... eu tinha 16 anos, beirando os 17... o menino só tem 14!
Ele ainda nao tem obrigação de assumir nada! E nao deve se sentir acuado e ser privado de algumas experiências porque meu pai nao quer ter "mais um filho nessa onda".
Meu pai não consegue entender como "um homem sente isso por outro." Isso o que pai?? "Isso! Atração".
É... infelizmente não é só atração. Não nesse caso. Assim como foi comigo.
É gostar de verdade. Ter uma cumplicidade que nunca vai ter com alguém do sexo oposto...
E com muita certeza, se meu pai nao implicasse, fizesse vista grossa (como faz comigo, hoje) em menos de um ano esse relacionamento já teria terminado... Mas pelas atitudes homofóbicas e tiranas, tudo que meu pai vai conseguir é um filho que pensa que se o pai tem medo que ele seja homossexual "aí é que vou ser mesmo"...
trava-se uma luta na qual ambas as partes sofrem. E fazem sofrer também os que nao pediram por essa luta. E faz sofrer um coração de mãe, que claramente nao quer ver de novo o inferno em que esta casa se tornou durante a minha luta.
E eu, como primeira filha assumida... o que devo fazer?
Entendo o meu pai e minha mae. Sei que meu irmão vai fazer exatamente como eu fiz. Ele pensa como eu.... O amor bate às nossas portas poucas vezes, e devemos nos agarrar a essas oportunidades. Para que um dia possamos dizer que já encontramos um amor verdadeiro, nem que tenha sido por pouco tempo.
Eu me sinto responsável pelo meu irmão. eu sei o que ele vai passar. E sei que pode ser muito pior do que o que eu passei (afinal, ainda é menos pior imaginar duas mulheres se beijando).
E oq ue devo fazer, entao? Deixo ele lutar a luta dele sozinho, mas apoiando ele? Ou luto com ele, trazendo todo aquele inferno pra minha vida de novo? Me sinto de mão atadas...
Alguém tem essa resposta? Aceito sugestões também....

terça-feira, janeiro 30, 2007

Uma via de mão única...

Conversando com a Orquídea esses dias (até porque a gente dorme junto todo dia agora né), estavamos discutindo sobre fazer e manter amizade com pessoas heterossexuais, de como isso tem se tornado difícil.

Conversa vai conversa vem, chegamos a conclusão de que é porque os heterossexuais querem falar e falar da vida deles, dos relacionamentos deles e tal e quando nós abrimos a boca eles se negam a ouvir e nem deixam a gente tentar mostrar que temos uma vida também, bem parecida com a deles por sinal. Fecham qualquer possibilidade de ouvir que você está com uma pessoa do mesmo sexo e assim a convivência se torna chata e cansativa, uma via de mão única.

Já aconteceu com vocês, de não conseguirem falar com uma pessoa porque ela simplesmente não dá abertura? O que vocês acham?

(A generalização deste texto não significa que todos os os heteros sejam assim, apenas que isso tem sido muito frequente.)

quarta-feira, janeiro 24, 2007

Nova amiga sapata nova

Meu Deus, quase 10 dias sem atualizar! Como assim?

Momento de pausa forçada no Jardim. Nunca as Flores estiveram tão distantes. Dama-da-Noite tá viajando pro sertão, Impatiens pra Cidade Maravilhosa, Violeta está trabalhando feito uma condenada e eu estou curtindo a casa nova sem-computador-e-sem-internet.

Claro que agora eu não estou nessa casa nova. Agora estou na casa da mãe da Violeta, roubando o computador - óbvio. Mas como estou caindo de sono e preciso acordar cedo amanhã para buscar minha Flor no trabalho, acho que deveria ir dormir. Mas o vício cibernético é mais forte...

Como já to aqui mesmo, to contando a novidade lésbica da semana. Ontem fomos recrutadas para conhecer uma sapata recém saída do armário, prima de uma amiga da irmã da Violeta. Deu pra acompanhar a linha? Continuando. Fomos eu e Violeta achando divertidíssima aquela situação, curiosas com o que viria pela frente. Brochantemente (que advérbio lindo, acabei de inventar), a menina era muito sapata-nova para os nossos gostos. Isso significa que ela mal olhou na nossa cara quando chegamos na pizzaria (medo de as pessoas pensarem que ela é lésbica?), não demonstrou muito interesse em conhecer locais GLS (minha filha!!! como assim você faz turismo e não vai nos MELHORES lugares?), não parecia ter muita vivência/fluência/domínio no mundo gay e estava calada, muda, quietíssima, com aquela cara de bolacha que acabou de terminar o namoro. E tadinha, não é que tinha acabado de terminar mesmo? Mas é aquela coisa: lésbica e drama são quase sinônimos, acho que vou aceitar de vez essa conexão porque ela é quase intrínseca a nós, sapatonas. Enfim, deixa pra lá.

No fim das contas, a gente tentou convencer a menina a passar o fim de semana na cidade para fazermos com ela a programação gay. Ela não se animou muito, tinha que voltar para a cidade dela, coisas sérias a fazer, etc etc. Pena. Pra que interesses em comum, não é mesmo? Mas eu já to naquela: ou assume logo a cultura gay e vem pra farra, ou fica quieta aí ouvindo Ana Carolina, chorando a dor de cotovelo, se entupindo de chocolate e assistindo ao novo filme da Sandra Bullock em DVD. Essa coisa de meio termo, de não parecer lésbica, de ser discreta, já me encheu o saco. Po, eu sou adolescente, quero mais é ir pra gandaia explodindo com meus hormônios! Mas seguindo em frente, tenho algumas perguntas sobre o tema:

1. Por que, quando alguém acaba de sair do armário, logo tratam de juntar essa pessoa com outros GLBT? É quase um "eu conheço outro Labrador chocolate, a gente podia colocar os dois juntos pra ver se eles cruzam!"

2. Por que as sapatas demoram mais pra 'entrar na vida' gay do que os caras? Eu acho isso tão triste. Uma das coisas mais marcantes de adolescência gay pra mim é você ser 'adotada' por alguém mais velho. Super divertido, educativo e libertador. (Também pode ser nojento e traumático, mas eu to falando da minha vida aqui, então eu digo que é lindo e cor-de-rosa.)

3. Por que todo mundo acha que, só porque você é lésbica, você vai se dar bem com todas as outras lésbicas? Fala sério, nós já saímos do jardim de infância há algum tempo, e é preciso mais do que 'cor favorita' pra se fazer um amigo.

4. Por que eu fico tão mau-humorada quando estou com sono? (Essa eu queria saber a resposta mesmo, de verdade.)

Fiquem com essas perguntas e, se alguém tiver um insight, me responda. Estarei espiando o Jardim em um computador ou outro pelo mundo!

segunda-feira, janeiro 15, 2007

Mudança

Casa nova. Sem computador, sem internet, sem televisão.

Mas quem liga? Tá divertido pacas!

(Queria que as flores estivessem por aqui, vocês precisam conhecer a casinha! To com saudades. Voltem logo!)

segunda-feira, janeiro 08, 2007

No trânsito

Antes de começar, uma informação para melhor compreensão dos fatos: onde eu moro, as ruas são grandes, lisas, e têm um limite de velocidade bem alto. Fim da explicação.

Estávamos eu e Violeta andando de carro. Correndo, na verdade. Eu digiria, ela estava do lado. E lá ia eu feliz e contente, fazendo o de sempre: ultrapassa aqui, ultrapassa lá, pega a faixa da direita que não tem ninguém e dá pra correr mais. 90 km/h, 100, 110... e um cara entra na minha frente a 40.

Meti o pé no freio, quase bati no carro, que merda!, o idiota não viu não? Joguei pra faixa do lado e emparelhei com o cara, que ainda estava a 40 km/h. Ele fez um gesto de "ups, sorry", de um jeito bem irônico (dá pra imaginar?). Fiquei putíssima e, fina e educada como sou, abaixei o vidro da janela da Violeta e comecei a gritar:

"Porra, não viu não? Tá louco?"

Ele gritou de volta.

"Caralho!" e, olhando pra Violeta, mandou a já esperada: "Mas tu é muito bicha!"

Eu acelerei o cortei o cara. Saí correndo na frente e, já em outra via, esperei ele chegar perto e emparelhei de novo. O filhodaputa veio todo meloso pra cima de mim:

"Po, eu pedi desculpas, loira!"

Perdi a paciência. Loira??? Essa foi baixa! Antes de eu reclamar, a Violeta respondeu com aquela classe que eu adoro:

"Tomar no seu cu! Ah, e eu não sou bicha, nós somos lésbicas!"

Aceleramos e fomos embora rindo, coração disparado e sensação de alma lavada. Lembrar de sempre xingar pessoas no trânsito para melhorar o dia!

terça-feira, janeiro 02, 2007

A homofobia inocente

E hoje de novo aquelas piadinhas homofóbicas na mesa do almoço. Explicando: estava eu toda feliz cumprindo meu papel familiar de irmã caçula e falando de palavras novas que eu tinha aprendido no dia anterior. E lá fui eu falar que "the Rut", em inglês, é a época do ano em que os machos ficam sexualmente ativos, especialmente renas e veados. E aí meu irmão solta, todo engraçadinho: "Claro! Viado só consegue ser macho uma vez por ano!"

Fiquei calada, sem acreditar naquilo. Sou só eu que não acho graça? O assunto mudou e a piada ficou pra trás. Será que ele percebe que a homofobia está nessas pequenas gracinhas? Acho que ele não vê o tanto que ele me atinge falando esse tipo de coisa. Fiquei indignada, mas deixei passar.

Contando isso para a Violeta, percebi como minha postura estava sendo conivente com aquilo tudo. Fui tão educada pela minha mãe para não ser agressiva e "respondona" que minha única reação era ficar calada. E aí pensei que se eu ficar quieta em todas as piadas, meu irmão nunca vai perceber que me elas me incomodam (ou nunca vai ligar). Se eu for passiva enquanto me agridem, essa homofobia "inocente" não vai diminuir. Depende de mim que as pessoas percebam que certas atitudes não são adequadas, e eu estou falhando nesse ponto.

Resultado do almoço de família: de agora em diante, vou voltar a ser agressiva e respondona. Ou, pelo menos, me pronunciar sobre os assuntos que me dizem respeito. Se eu não fizer, quem vai fazer por mim?