quinta-feira, dezembro 28, 2006

E agora o fim de ano...

Pois é, o ano começou com idas a delegacia (vide posts do início do ano), o meio foi caótico e termina agora, calmo, com quase tudo organizado, apartamento novo e relacionamento estável.

Acho que nunca cheguei assim ao final de um ano, torcendo pra que continue do jeito que está, com pequenas alterações pra melhor é claro, mas não desejando que houvesse uma reviravolta na vida. Posso dizer que nunca fui tão feliz, com um família incrível, uma namorada que é tudo que eu sempre quis, com amigas e amigos que eu adoro...

Desejo um ótimo 2007 para todas, que seja um ano ainda melhor que esse!



PS: pras pessoas que eu gosto muito e não estão mais tão próximas, espero muito que o novo ano comece e as coisas voltem pros seus lugares. Sinto falta dos meus melhores amigos e espero que algumas posturas sejam revistas, inclusive minhas e que possamos resolver as coisas conversando.

terça-feira, dezembro 26, 2006

Considerações sobre o Natal

Na minha vida de sapata-escrava trabalhei no Natal de uma da tarde até uma da manhã. Como era uma ocasião especial, fui liberada meia-noite e Orquídea foi me pegar. Como combinado fomos pra casa da família dela para me apresentar oficialmente e encontrar a mãe dela.

Chegamos na cara-de-pau de mãos dadas, cumprimentando a família inteira (que não é pouca gente...). Entre olhares e risos, ficamos mais ou menos uns 40 minutos lá, conversando, falando do nosso apartamento/kit (e de como é complicado casar cedo... mereço né!) e claro, ouvindo as piadas do tia dela (muito boas por sinal!).

De lá fomos pra minha casa, a festa já tava no fim, parte da família já tinha ido embora mas tava todo mundo animado, ainda comemos, bebemos, fofocamos. Recebemos presentes, contaram como havia sido o amigo oculto, pois eu estava trabalhando... Divertidissimo sentar com minha mãe, minha vó, minha namorada e minha sogra pra conversar e meu pai fazendo participações especiais, metendo o bedelho na conversa alheia... =)

Natal atípico, posso dizer que fiquei feliz por ter passado entre famílias!

segunda-feira, dezembro 25, 2006

Feliz Natal!

Querid@s!
O Jardim gostaria de desejar a tod@s um Feliz Natal!
Hoje é o dia do nascimento do Menino Jesus, que veio ao mundo para ensinar aos homens como se deve viver. Ele veio ao mundo, diferentemente do que pregam as Igrejas, para ensinar o mundo a viver sem preconceitos, sem julgamentos corrompidos por falsas morais.
Mesmo para quem não acredita no Menino, gostaria de desejar que nesse dia, possam tod@s lembrar como é ruim sofrer preconceito, por qualquer motivo que seja. Vamos nos lembrar como é bom lutar pelo que acreditamos e como é melhor ainda vencer, depois de uma luta honrada.
Gostaria de desejar, em nome do Jardim, um Feliz Natal e um Ano Novo de mudanças boas para cada um!
Um beijo no coração de tod@s.

Dama-da-Noite

quarta-feira, dezembro 20, 2006

Natal fora do armário!

É isso aí. Eu até ia ficar quietinha, sendo 'discreta'. Ia passar o Natal com a família da Violeta, e só ia dar um 'oi' pra minha família - acompanhada da Violeta, claro, mas sem jogar nada na cara de ninguém. Esse era o meu plano.

Aí eu descobri que uns tios meus já ligaram pra minha mãe perguntando de mim, outros dizendo que me viram no jornal (ah, poisé, a gente saiu numa matéria sobre homossexualidade há alguns meses), todo mundo reclamando do tipo 'mas como você não me conta?' Alguns amigos próximos, que souberam da boca da minha mãe, logo falaram para ela: 'não sei como Fulana descobriu, eu não contei pra ninguém!' Minha mãe até se saiu muito bem, respondendo a todos algo do tipo 'tá na internet, tá no orkut dela, quem quiser entrar tá escrito lá'.

Essa era a parte boa.

De uns tempos pra cá, com a história da mudança de casa, minha mãe voltou pro armário dela e disse pra família inteira que eu to saindo de casa com uma 'amiga'. E que eu vou passar o Natal na casa da minha 'amiga', naquele eufemismo que dá raiva quando todo mundo já sabe. Agindo assim, ela abre o precedente pra todo mundo ficar falando por baixo dos panos, pelas costas, escondidos. Não é isso que eu quero.

Por isso, na noite de Natal, eu venho para a casa da Violeta, faço o social aqui, busco ela no trabalho (sim, ela vai estar trabalhando, tadinha), vamos até a casa da minha família, apresento a todos: 'gente, essa é a Violeta, minha namorada', andamos de mãos dadas, comento com quem quiser saber sobre nossa mudança de casa e depois voltamos para a casa da Violeta. Um Natal feliz.

(To ansiosíssima pra isso!)

sexta-feira, dezembro 15, 2006

Ano novo, vida nova, casa nova!

O ano está no fim, e acho que a melhor coisa que eu tenho pra dizer é "que bom!" Esse foi um dos anos mais loucos da minha vida, e estou feliz de ele estar terminando - e terminando desse jeito, bom.

Acabei namoro, (quase) acabei comigo, acabei com minha vida no armário, acabei com a Orquídea chata que nunca tinha um sorriso no rosto. Troquei tudo por uma vida nova, um namoro novo, uma família nova (duas, na verdade! a minha, que mudou completamente depois da minha saída do armário, e a da Violeta, que me trata muito bem como namorada dela), um sorriso novo, um curso novo (ah é! teve isso também. larguei o curso no 8º semestre para começar outro do zero), bichinhos de estimação novos e, por fim, uma casa nova.

Sobre a casa: Violeta e eu fechamos o contrato para aluguel de um quarto e sala perto da universidade (quer dizer, mais perto do que as nossas atuais casas). E o melhor: na frente do bar lésbico da cidade. Uhuuuu! Temos um novo ponto de encontro, meninas?

Agora a gente tem que ver se sobrevivem em um mesmo lugar duas sapatas, dois gatos e um pinheiro. Ah, e sem esquecer do tapete de arco-íris na porta do apê, dando as boas-vindas gays a quem entrar em casa. Hmm, acho que gosto dessa idéia...! Quem vai nos visitar?

terça-feira, dezembro 12, 2006

Música

Música!
Isso!
Eu quero música!
Música pra levantar meu astral!
Música pra acentuar meus sentimentos!
Música pra me afundar de vez nessa tristeza sem fim!!
Música! Porque é o só o que me faz feliz hoje em dia!
Música! Porque estou confusa!
Música! Porque nao sei se é melhor estar com você ou sem você!
Música! Porque é a única certeza que tenho agora!
Música! Porque nunca fui boa com palavras!
Música! Porque sou eu nas harmonias, nas letras, nos crescendos, nos pianissimos, nos fortissimo!
Música! Porque sou eu numa blue note, num solo sem sentido de um jazz, na confusão de uma banda marcial mal ensaiada, num trompete vacilante, numa guitarra sem uma das cordas!
Música! Porque sou o sentimento extravasado numa harmonia cheia de diminutos e quartas suspensas! Porque sou a sutileza triste de um acorde menor!
Música! Porque posso me emocionar, como sempre fiz, e chorar sem ter que dar satisfações!
Música! Porque me traz memórias boas de nós duas! Porque me traz péssimas memórias de nós duas!
Música! Porque é só por ela que sei me comunicar. Pra você, Dois Bicudos.


Dois Bicudos - Ana Carolina
Quando eu te vi andava tão desprevenido
Que nem ouvi tocar o alarme de perigo
E você foi me conquistando devagar
Quando notei já não tinha como recuar
E foi assim que nos juntamos distraídos
Que no começo tudo é muito divertido
Mas sempre tinha um amigo pra falar
Que o nosso amor nunca foi feito pra durar
Por mais que eu durma eu não descanso
Por mais que eu corra eu não te alcanço
Mas não tem jeito eu não sei como esperar
Desesperar também não vou
Não vou deixar você passar
Como água escorrendo nos dedos
Fluindo pra outro lugar

Ninguém pode negar que o nosso amor é tudo
Tudo que pode acontecer com dois bicudos
Não são tão poucas as arestas pra aparar
Mas é que o meu desejo não deseja se calar
Até os erros já parecem ter sentido
Não sei se eu traí primeiro ou fui traído
Não te pedi uma conduta exemplar
Mas é que a sua ausência é o que me dói no calcanhar
Por mais que eu durma eu não descanso
Por mais que eu corra eu não te alcanço
Mas não tem jeito eu não sei como esperar
Desesperar também não vou
Não vou deixar você passar
Como água escorrendo nos dedos
Fluindo pra outro lugar
Será sempre será
O nosso amor não morrerá(???????)
Depois que eu perdi o meu medo
Não vou mais te deixar(????????)

domingo, dezembro 10, 2006

Desabafo...

Que mania essa que você arranjou, né?
Assume os compromissos e de última hora (ou melhor, já atrasada) desmarca. E me faz ficar com peso na consciência por ficar puta com isso. Não assume a bosta do compromisso entao! Aliás, admite que nao assume nenhum compromisso comigo! Nem esse que eu assumiu há 3 anos atrás você assume...
To cansada disso. To cansada da gente. Você nao move uma palha pra poder fazer a gente funcionar.
Cansei. Não agüento mais. Sou otária, mas também nao é para tanto.
Me dói muito dizer isso... mas acho que nao tenho outra saída...
Foram 3 anos, 7 meses e 5 dias de namoro... mas pra mim, foi muito mais... Foram quatro anos inteiros amando você, me dedicando a voce... e hoje vejo que nao foi nada... que nao te significou nada... que eu nao faço diferença na sua vida...
Nao, nao... na verdade eu faço... Sou uma grande pedra no seu caminho... como você mesma me disse uma vez: Você é uma mulher que sempre viveu sozinha. Nao consegue se adaptar à uma outra rotina, a compromissos que uma outra pessoa na sua vida demandam...
Bom... acho que seu "grude" de um ano comigo acabou... durou até um pouquinho mais, né? 4 anos...
agora você já pode escolher outra pessoa pra se tornar melhor amiga, e passar 24h por dia...
desculpe nao ter sido suficiente pra você querer lutar pela gente.
é com o coração na mão que eu me despeço de você... porque eu ainda te amo muito... mas agora o amor não é suficiente pra eu gastar mais da minha energia .... eu me esgotei demais nesse relacionamento...
me coloquei de corpo e alma nisso...
gastei todas as minhas energias... lutei com o mundo, com minha família... pra nada...
infelizmente o que eu sofri pela gente está sendo jogado no lixo, à medida que vou rabiscando essas sofridas palavras aqui nessa tela de computador...
meu coração está em frangalhos por fazer isso, mas estar com você desse jeito está me deixando inteira em frangalhos...
Se algum dia você ainda achar que me ama o suficiente para tentar lutar pela gente, e estiver disposta a isso, por favor me procure. Porque o que eu sinto por você é eterno e nunca ninguem vai tirar de mim.
Ainda que você nao me queira nunca mais, eu consegui ter você nos meus braços por pelo menos um dia... e por isso já posso morrer feliz.
eu te amo.
Desculpe, meu amor... mas acabou.







*você vai querer a aliança de volta?*

quinta-feira, dezembro 07, 2006

Seja o Papai Noel!

Todos os anos, os Correios recebem centenas de cartas de crianças endereçadas ao Papai Noel. Algumas pedem brinquedos, mas muitas pedem material escolar, alimentos, roupas, empregos para a família...

Sensibilizados com as cartas, alguns empregados dos Correios decidiram fazer sua parte. Envolvendo colegas de trabalho e/ou a comunidade, eles mesmos atendiam os pedidos das crianças mais carentes, que recebiam seus presentes do próprio Papai Noel.

Em 1997, essa iniciativa virou um projeto corporativo, sendo desenvolvida em todas as capitais do país. A idéia é levar uma mensagem positiva a várias famílias, seja através de uma cesta básica, de um brinquedo, ou de uma alegre carta escrita pelo Papai Noel. E o melhor: agora, nós todos podemos participar.

Para saber mais, é só clicar no botão abaixo e procurar o telefone correspondente ao seu estado. Vamos lá?




(agradeço ao blog Calcinhas no Box pela notícia)

terça-feira, dezembro 05, 2006

É já que isto é um blog...

... vamos aos acontecimentos da vida real.

Ontem estávamos eu, Dama-da-noite e um amigo conversando sobre bateristas famosos.

Ele: Eu me surpreendi com o baterista do Placebo, o cara é bom...
Eu: Ah, mas eu gosto mesmo é da baterista do Lenny Kravitz, que é GOSTOSA PRA CARALHO!!! E ela ainda toca de biquíni, fala sério!

xxx

Minutos depois, longe do tal amigo, eu e Dama:

Dama: Você viu a cara que ele fez quando você falou da baterista gostosa do Lenny Kravitz?
Eu: Não! Que cara?
Dama: Ele deu uma parada, assustou, mas logo se recuperou e continuou dizendo que gostava dela também...
Eu: Nossa, nem vi! Sou muito passada... na verdade, nem percebi que tinha falado nada demais, saiu tão naturalmente a história dela ser gostosa!
Dama: É... a gente tá ficando muito sapata.

sábado, dezembro 02, 2006

Jardim

Sinto falta das reuniões e comilanças com 6 meninas, conversando em alto e bom som sobre namoradas e mulheres gostosas no meio de lugares públicos.

Se tem uma coisa que o Jardim fez por mim foi me libertar do medo de falar "minha namorada" quando há gente em volta.

(E pensar que, na última reunião, a gente gritava "sapatão" no meio de um café.)

terça-feira, novembro 28, 2006

Carta para Hortênsia

Querida Hortênsia,

fico feliz que tenhamos conversado e nos entendido. Espero que nossa amizade não diminua pelas coisas que aconteceram nem pela sua saída do blog.

Como esse é um momento de despedida, vou falar aquelas coisas fofinhas: desculpe por todos os desencontros que tivemos. Espero que você saiba que eu nunca quis te fazer qualquer mal. Acho que você merece toda a felicidade do mundo, e ainda quero conversar mais muitas madrugadas com você pelo MSN (ouvindo as piadas infames mais divertidas de todas).

Vamos sentir falta de você aqui no Jardim, mas como já dissemos antes: uma vez Flor, sempre Flor.

Não some, ok?

Beijos,

Orquídea

sexta-feira, novembro 24, 2006

Protesto

Em protesto à Hortênsia ter apagado seu post, comunico a todas que não escrevo mais no Jardim até que seja feita uma reunião geral.

quarta-feira, novembro 22, 2006

Plano de saúde para namoradas

Era pra ser um post comemorativo, soltando fogos de artifício e estourando a champanhe. Mas vou só comunicar a todas:

Ontem eu e Violeta fomos ao local de trabalho dela, uma empresa de urgências e emergências médicas. Vendo que o negócio funciona (sim! eles salvam vidas de verdade!), decidimos nos filiar. Preenchemos a ficha com o nome dela como titular e o meu como dependente. Depois de completar o formulário, entreguei-o para a moça que nos atendeu, que de modo naturalíssimo colocou em "parentesco" um enorme "namorada" do lado do meu nome. Tudo muito fácil, muito normal. Agradecemos, pegamos os documentos, fomos para casa. Tudo NORMAL. Fim.



(Ainda estou tão chocada com isso que só consigo falar: "que coisa, não?")
(Será que o mundo está mudando?)

domingo, novembro 19, 2006

Distância...

O Jardim nasceu da vontade de uma pessoa se encontrar e conseguir botar para fora suas dúvidas, suas vontades, seus palpites... Coisas que não podiam ser ditas se ela mostrasse sua cara.
Para fazer o Jardim funcionar, essa menina reuniu outras 5 que ela julgou comungarem com suas expectativas e vontades.
O Jardim, portanto, se tornou um blog, de 6 meninas completamente diferentes, mas que em algum momento compartilharam da mesma situação: a de namorar outra menina.
Nesse tempo de Jardim, uma deixou de ser flor. Julgou nao ser mais pertencente ao blog, uma vez que seu namoro com sua unica exceção tinha ido pelo ralo... Tudo bem! Fica no Jardim quem tem vontade, quem acha que tem que ficar! E será sempre bem-vinda nos cometários e na participação das nossas vidas! Para mim, será sempre Margarida...
Nesse mesmo tempo, houveram brigas (claro! vai tentar deixar 5 mulheres cuidando de uma mesma coisa! ainda mais essas, que não são flores que se cheirem). Muitas vezes, passaram batidas essas brigas. Não tinha muito o que se discutir, foi tudo conversado. Pronto! Tudo bem denovo.
Mas, infelizmente, uma dessas brigas (um tanto atigas já, do início do semestre) ainda não foi resolvida. Tentou-se sair para conversar, mas por problemas externos e familiares não pudemos ficar o tempo suficiente sequer para começar a discutir o problema.
No Jardim, as coisas só começam a ser conversadas quando estão todas presentes.
O problema foi que, depois dessa tentativa frustrada de nos entendermos, uma outra flor se perdeu de nós. Parou de comentar, de postar... Está mais distante do que já esteve um dia. Entendemos que muitas vezes nao queira sair com a gente, afinal, são dois casais com muitos círculos em comum, e ela, que tentamos a muito custo trazer para junto da gente, mas sempre teve um círculo de amizades muito diferente.
O négocio é que sentimos falta dela. Tanto nas nossas saídas ocasionais quanto aqui no blog.
Hortênsia, se você está assim tão distante por causa da nossa não-resolução da questão reportagem, não será se omitindo que resolveremos esse impasse. A não ser que esteja utilizando seu silêncio como forma de protesto.
Apareça, ao menos pra dizer que leu esse post... Sentimos falta dos seus comentários e de você por aqui...

terça-feira, novembro 14, 2006

Quando a cabeça desanda...

Precisando desabafar sobre um lado da vida que não vai muito bem (não estou contradizendo o post anterior, a parte amorosa da vida vai muito bem!)

Sempre detestei trabalhar com pessoas e esse era um dos motivos pra eu trabalhar com animais. Comecei a fazer veterinária na universidade e logo vi que meus objetivos tinham mudado. Larguei e vou prestar vestibular novamente, para um curso de humanas. Simultaneamente comecei a trabalhar em uma empresa de emergências médicas, onde sou atendente, fico no telefone por horas a fio.

Com isso, trabalho com pessoas, pessoas e mais pessoas o dia inteiro, fazendo o que mais detesto, tendo que ser simpática, cordial e educada demais. Aguentando de tudo, quieta. Meu mapa astral é quase todo dominado por fogo, fazendo com que ficar quieta seja quase um estupro psicológico.

Sou simples e prática, me mostre o que tenho que fazer e como, que vou, faço e se estiver tudo certo vou embora. Detesto ser chamada, falar com chefe, ter que trabalhar no dia em que não iria, ter que trabalhar a mais... Minha única motivação é o dinheiro, detesto a possibilidade e o discurso de: você pode crescer lá dentro... Ou qualquer coisa do tipo. Minha vontade sempre foi entrar pra universidade e seguir uma carreira acadêmica.

xxx

Só estou frustrada e precisando botar pelo menos um pouco pra fora. Tenho medo de isso acabar virando estress a longo prazo.

domingo, novembro 12, 2006

Sobre escrever (e relacionamentos)

Lendo meus textos antigos confirmei uma reclamação da Orquídea, que eu não escrevo mais. Escrevia mal, português de MSN, mas escrevia e escrevia tudo, conseguia mostrar o que eu sentia. E o que aconteceu, não sinto mais? Não, acho que apenas fiquei com medo de mostrar o que eu sinto.

Na realidade paralela em que vivia, relacionamento era sinônimo de sofrimento e desespero. Família era algo que não existia pois nunca considerava o bem estar de ninguém a não ser o seu próprio. E assim ia, expectativa de relacionamento era sempre ruim... ( e os relacionamentos sempre por água abaixo, diga-se de passagem...)

Hoje me acostumo com a calma e estabilidade de um relacionamento, tenho duas famílias, quatro gatos (a mais nova veio hoje, branca, linda, com 450 gramas!), trabalho, vou estudar (algum dia, prometo!) e durmo e acordo todos os dias com uma menina que adoro. Acho mesmo que deveria corrigir isso, começar a escrever sobre a minha vida agora pois não vai ser mais um drama lésbico, mas com certeza vai ser muito mais gostoso, até porque agora eu posso dizer que estou feliz!

terça-feira, novembro 07, 2006

De mulher pra homem, homem pra mulher...

Continuando o assunto...

Identidade sexual e papel sexual são coisas muito próximas no começo de nossas vidas. Na infância não diferenciamos muito esses dois, pois nos é ensinado que só existem duas possibilidades: homem e mulher, ativo e passivo (não exatamente com essas palavras, claro). E o que acontece quando crescemos e esses dois não seguem o padrão? E se uma menina tiver papel sexual masculino ou mesmo identidade?

Nunca tive papel sexual feminino e minha identidade por muitas vezes foi masculina. Assim, cresci brincando com meninos, detestando meninas assim como eles e não me submetendo à vida de Amélia. Mais tarde, me questionando sobre minha sexualidade, identidade e papel sexual, acabei por me identificar não como uma coisa ou outra e sim algo no meio, um ser andrógino, onde algumas pessoas tinham certeza de que eu era homem, outras mulher e algumas preferiam não questionar. Era uma pessoa de identidade transitória, menino às vezes, menina outras, variava com a minha necessidade, com a minha visão de mim e do mundo. Nada tinha a ver com estilo ou parecer “foda” e sim de me sentir bem comigo e ter um lugar.

Vejo todos os dias meninas sendo abrigadas a escolher um lado, não podem viver transitando, muito menos “escolher” o outro lado. São induzidas a continuarem exercendo seus papéis, e atuando como pessoas que não são, com uma identidade que não corresponde à realidade. E enquanto isso, as outras pessoas não enxergam, não cogitam a possibilidade da alguém sair do considerado “normal” e reduzem o conflito a um problema de estilo, ou mesmo relacionamento, ao invés de se questionarem sobre o formato conservador em que vemos os gêneros humanos. Deveríamos parar e considerar o fato de talvez nossa sociedade ter uma mente fechada, ou uma idéia pequena sobre o que realmente somos. Assim poderemos entender outras realidades, aquelas não tão simples, como uma mente masculina num corpo feminino ou vice-versa.

sexta-feira, novembro 03, 2006

Crise de identidade...

Quem sou eu?
Que me conhece?
Ninguem me conhece...
A pessoa que me tornei não é a pessoa que eu quero ser.
Não consigo ser quem eu quero, e isso me frustra.
Minha família nao me deixa ser quem sou, minha namorada nao me deixa ser quem sou. Só ontem achei alguém que me deixa ser quem eu quero ser (duas amigas muito queridas)...
Mas, se eu nao sou quem eu sou (confuso isso)... tá, se eu nao sou quem me tornei (bem melhor agora), quem sou eu então?
Bom, eu sou um bofinho. Quase um homem. Mais pra lá do que pra cá. Dentro de mim tenho essa vontade imensa de vestir roupas masculinas (bonitas, por favor), sair tirando onda e ter uma 'pegada forte'. sou alguém que tem atitude. Que nao se esconde. Que faz o que bem quer, na hora que quer, com quem quer. Alguém que nao é sobmissa, ou mesmo passiva. Sou uma mulher que nao se identifica com si mesma. Uma mulher de cabelo muito curto (moicano, topete ou espetado, com a nuca bem feita, pintado de azul, ou talvez verde). Um bofinho estiloso, tira onda, quase um 'pegador'. Sou Moira*, sem a mudança de sexo. Sou Ivan*, com menos apetrechos... sou completamente diferente do que me tornei.
Agora... o que me tornei?
Me tornei uma pessoa submissa, sem vontade própria. uma pessoa que nao se reconhece mais.
uma mulher que é mulher e é frustrada. uma mulher submissa à namorada. uma mulher que nao consegue mais se impor. passiva, ao máximo. que faz tudo pra nao desagradar a namorada. que faz das tripas coração, que faz um monte de coisas que nao gosta, pra ver a namorada feliz (no que raramente obtém êxito). me tornei uma mulher, com desejos de voltar atrás e fazer tudo diferente. uma mulher com roupas que nao a agradam. com um estilo que nao agrada. uma mulher que, já que nao consegue ser diferente, queria ser ana carolina (a cantora), que queria ser Bette*, que queria ser Dana*. uma mulher que quer ser o que nao gosta de querer ser.
No fim das contas... Tudo que eu quero mesmo é poder ser eu mesma. Sem repreensões da namorada, da mae, do irmão, da irmã.
até poderia me definir em uma pedaço de uma música que a Cássia canta: "e não há nenhuma outra hipótese que eu nao considere, mas eu queria mesmo ser a Cássia Eller"...
Mas isso porque ela foi ela. E ponto. Meio bofinho, meio feminina, com certeza andrógina. E era foda!
Bom... acho que já me perdi horrores e várias vezes aqui...
Meu ponto é: eu quero poder e conseguir ser eu mesma.
acho que fico por aqui....
Desculpem o desabafo....








*personagens de The L Word

segunda-feira, outubro 30, 2006

A próxima geração lésbica

E aí eu cansei de levar pessoas novas a lugares GLS e ouvir delas um "nossa, tem tão pouca mulher!" e eu responder "olha, na verdade hoje tem mais mulher do que de costume".

Tá, deixa eu explicar. O problema não é a pessoa nova no lugar GLS, longe disso - adoro fazer expedições héteros a boates e bares gays (quase uma experiência antropológica). Mas eu me sinto envergonhada, de tabela, por mal existirem mulheres nos points gays.

Eu me pergunto: qual a diferença? Por que tem sempre muito mais homens do que mulheres? A pior resposta que eu já ouvi foi que "há mais gays do que lésbicas no mundo". Tá, isso definitivamente não me convence.

Eu tenho as minhas explicações possíveis. Talvez as mulheres apareçam menos. Talvez elas se assumam menos, ou se arrisquem menos numa vida homossexual. Ou então talvez elas prefiram ficar em casa, namorando, vendo um filme, ou no máximo ir a um barzinho, enquanto os caras preferem curtir a noite e sair para a balada. Sei lá.

O que eu sei é que o mundo tá cheio de sapata velha que só sai se for pro boteco tomar um chope ouvindo Ana Carolina com as amigas também sapatas. E todas com aquele barrigão de cerveja, o cabelo desgrenhado e as pernas abertas. Ecow! Eu não quero ficar assim no futuro!

Fico pensando como será a próxima geração de sapatas (a nossa). Será que a gente vai fazer alguma diferença? Será que a gente vai dar uma cara nova às lésbicas? Ou será que, no fim das contas, vamos ser sempre o lado "feioso" do mundo gay, onde vão parar todas as mulheres cafonas e que não se cuidam?

Eu gosto de pensar que a nossa geração é a que vai reformular o mundo lésbico. Tanto se fala em lesbian chic ultimamente! Até temos uma série lésbica na qual os figurinistas estão interessados em dar um "tchan" para as sapatas (aliás, coisa que é criticada pelas sapatas velhas!). Gosto de pensar que, num futuro não muito distante, a palavra "sapatão" leve a uma imagem mental de uma mulher muito estilosa, seja ela feminina ou masculina. E independente, bem-sucedida e de bem com a vida. Chega da tia solteirona e gorducha que só usa roupas do dobro do seu tamanho! Se os gays conseguiram emplacar a imagem de caras bonitos, malhados e de bom gosto (é só ver as séries americanas, como o Will do seriado Will & Grace), a gente também pode mudar a nossa. Mas será que algum dia muda?

quarta-feira, outubro 25, 2006

O Brejo

Já estava na hora de fazer uma propaganda decente d'O Brejo, não?

Para quem ainda não sabe, O Brejo é uma lista de e-mails apenas para meninas. Aqui está a descrição que consta no site oficial:

"O grupo foi criado com o intuito de reunir meninas lésbicas e bissexuais (eventualmente alguma garota heterossexual curiosa, por que não?) para que tenham um espaço para conversar e trocar idéias com privacidade, coisa que não ocorre, por exemplo, numa comunidade do orkut, onde qualquer pessoa pode ler as mensagens."

Interessa? É só clicar abaixo:

segunda-feira, outubro 23, 2006

Hora de acordar.

Todas as crises do mundo ultimamente. Hoje, especificamente, foi a de ter a necessidade de ser apaixonada pelo que faço, de ser motivada e não fazer algo simplesmente por fazer.
Consegui meu primeiro emprego, uma empresa grande que exige dedicação e interesse de seus funcionários. Pré-requisitos que eu não tenho, por não ver futuro, não querer crescer dentro daquilo que não me interessa. Não sentir mais do que a necessidade de receber um salário no fim do mês.
Tenho vontades, sonhos... Aquela vida “adulta” que todo mundo quer, ao mesmo tempo tão perto e tão longe agora.
Mas será que crescer na marra funciona? Me sinto fraca, incapaz, sem preparo e maturidade. Às vezes acho que o que falta é acordar e perceber que meu mundo mudou.


xxx


E vocês meninas, acham que tudo vale por um salário? Seria esse o caminho pra “liberdade”? Vocês já trabalham? Querem sair de casa ou já saíram?

quarta-feira, outubro 18, 2006

Sexo lésbico (pesquisa)

Conversando com uma colega minha por MSN, recebi uma pergunta tão previsível quanto complicada de responder: o que é "básico" quando se fala de sexo entre lésbicas?

A minha interlocutora explicou melhor a pergunta. Se o ápice do sexo heterossexual costuma ser a penetração, o que é o supra-sumo do sexo lésbico?

Fiquei sem resposta - afinal, só posso falar por mim, e não por todas. Será que há uma preferência por certos tipos de sexo entre mulheres? Será que há um "ponto alto" entre lésbicas que se compare à penetração? Ou somos tão diversas como nossas práticas sexuais?

Por isso, trago ao Jardim a pergunta:

O que você costuma fazer na cama com outra mulher? O que você mais gosta? O que não faria de jeito nenhum?



(Lembrando que contribuições anônimas são liberadas nos comentários. Vergonha não é desculpa, participe!)

sexta-feira, outubro 13, 2006

Voltando ao Jardim!

Voltando ao Jardim, e fervilhando com os últimos acontecimentos.

Falei com minha ex hoje. Sim, aquela por quem eu quase (quase mesmo) morri, e a que me trocou por outra garota mesmo sendo a pessoa mais correta e ética do universo (ah, esqueci que ela era hétero e fazia questão de jogar isso na minha cara!)

Parece agressivo? Bom, não era a idéia. O encontro hoje foi bom, agradável - e eu que fui atrás. Decidi que eu precisava resolver essa pendência, afinal, a gente ia acabar se encontrando na cena musical da cidade. Achei que seria melhor descobrir se eu dava conta de olhar na cara dela hoje, quando eu estava preparada, do que esbarrar com ela um belo dia e sair com uma crise de choro.

O encontro me surpreendeu. Não por ela, mas por mim. Sem taquicardia, sem tremores, sem o antigo encanto. Ela me pareceu uma pessoa normal. As manias que ela tinha, que eu tanto gostava, hoje foram só tiques sem graça. Ela não parecia incrivelmente linda - e nem feia, só normal. Ela falava do curso e do semestre dela e eu me senti aliviada ao perceber o tanto que eu achava aquela conversa enfadonha, coisa que eu nunca tinha me dado o direito de sentir. Me senti, finalmente, curada do vício, da dependência horrorosa que eu tinha criado dela e que tanto me fez sofrer. Me senti uma pessoa melhor.

Apesar de tudo isso, e da sensação de alívio ao voltar para casa, certas coisas ainda me incomodam. Recapitulando: quando a antiga namorada dela a trocou por outra pessoa (e ela entrou em crise, história familiar, não?), todos a protegeram e ela nunca precisou sequer ouvir o nome da ex por aí. No meu caso, me incomoda ver ela se aproximando de novo, invadindo o meu espaço, e eu ter de receber cobranças de todos os lados para resolver minha vida com ela. Me incomoda ela ter sofrido com as reaproximações da ex há dois anos atrás, e - em contrapartida - ela ter me ligado para "esclarecer as coisas" menos de 2 meses depois de eu ter tentado me matar por ela. Me incomoda ela achar que não fez nada de errado e se fazer de vítima, quando no passado ela queimou o filme da garota que fez com ela menos do que ela fez comigo. Me incomoda, mais que isso tudo, perceber que eu sou a única que vê as coisas dessa maneira - ou ao menos a única que se importa.

De qualquer forma, fico feliz com o resultado do encontro de hoje. Me senti calma, segura, e mais forte para passar a encontrá-la uma vez por semana, nos ensaios que minha professora de canto arranjou para a gente. Só acho engraçado que essa professora sabe de todos os acontecimentos e evitou ao máximo que as duas (a minha ex e a antiga namorada dela) se encontrassem nos ensaios passados. Comigo, a história é diferente. Que coisa, né? Acho que eu faço drama demais. De repente 3 meses é tempo mais que suficiente para superar e esquecer o maior trauma de sua vida. Vai saber...



***



(Para entender melhor - Tragédia em três atos:

A traição
O declínio
A tentativa)

domingo, outubro 08, 2006

Sobre Orquídeae Dama!

Pois eh... esses dias atrás, na aula, descobri que a Dama-da-noite é uma flor polinizada por um tipo específico de mariposa, muito simpática... Descobri que a hortênsia nao é uma flor, mas uma inflorescência (um monte de florzinha junta)...
Mas o mais legal é que eu descobri que uma das flores mais especializadas em termos de polinizador é a Orquídea! Elas têm uma pétala modificada que "guia" o seu polinizador até a fonte do néctar... O legal é que essa pétala é tão modificada que somente um tipo específico de inseto consegue entrar lá!


Será fidelidade?
Ou só enjoeira???

Te amo Orquídea!!! Tô com saudade!!!!

segunda-feira, outubro 02, 2006

Família, família...

Quanto da minha vida também é a vida dela??
E quanto da minha família também é família dela?????
Com certeza, nós sempre queremos que nossas amadas sejam partes integrais da nossa vida (eu pelo menos, quero). Ou seja, se a família a aceita bem, gosta dela, chamamos pra batizados, aniversários, churrasco de fim de semana em casa, trocar a fralda da afilhada nova (quem mandou já ter cuidado de bebês?), fazer curso com a mãe, participar de um evento pra arrecadar fundos pro grupo que vc participa, também pro que você não participa... Enfim, uma tonelada de coisas chatas, às vezes até desconfortáveis pra ela. Mas mesmo assim, a queremos pertinho, pertinho....
Esse fim de semana foi assim... Arrumei um monte de coisa chata pra Impatiens fazer comigo... Umas eu vi que esteve profundamente desconfortável (dama, vc vai ficar muito triste se eu for embora e voltar pra te buscar mais tarde?)... Mas eu sou muito egoísta... Quero ela perto de mim sempre...
Uma coisa que eu sempre fiz com ela... nunca soube 'separar' as coisas...
Mas afinal, devem ser separadas? Quando ficar triste porque ela nao quer ir? Quando tenho o direito?
Até quando eu posso querer inserí-la na minha vida e no meu cotidiano sem graça?
São perguntas pras quais eu nao faço a menor idéia da resposta... Alguém sabe?

terça-feira, setembro 26, 2006

Dando um tempo

Escrevo por mim e pela Violeta para notificar que estamos deixando o blog por um tempo.



Desejo uma boa semana para todas.

sexta-feira, setembro 22, 2006

A tal diferença de idade

Hoje não vou narrar nenhuma história, nem fazer elocubrações e nem mesmo vou reclamar da vida alheia. Vou fazer uma pergunta simples e direta, e vocês respondem com base no que sabem/conhecem/viveram:



Por que é tão comum que sapinhas novinhas comecem a namorar mulheres bem mais velhas? Você já namorou alguém de idade muito distante? Por que será que esse é um padrão que aparenta ser tão comum entre as lésbicas?



Pergunta lançada! Aguardo respostas.

quarta-feira, setembro 20, 2006

Pânico!

Tem me dado um certo desespero conhecer lésbicas ou bissexuais novas ultimamente. Meninas interessantes, conversas boas e tal, a maioria já com alguma experiência de vida, com alguns relacionamentos de bagagem. Tudo indo muito bem até que observo as mãos delas, mais especificamente as unhas.
Momento de pânico! Olho pra Orquídea, ela olha pra mim, o pensamento é o mesmo: "Meu deus! Será que ela usa os dedos com essas unhas desse tamanho?"
Na inocência, pergunto sobre as unhas, e pra minha surpresa a resposta mais comum é: "Não atrapalha não, nem machuca, é assim mesmo." Tenho a sensação de que elas faltaram essa aula no curso de preparação para lésbicas.

xxx

Meninas, pra vocês pode não estar acontecendo nada e estar tudo muito confortável, mas sua namorada pode estar sofrendo horrores! Além disso, você pretende ficar em um tipo de estimulação pra sempre? Penetrar lenta e delicadamente pra não machucar? Jamais encostar no clitóris dela porque não vai ser eficiente e há grande possibilidade de você cortar tudo em volta? Vai ficar no sexo oral pra sempre? Ou isso não vem ao caso porque você é PASSIVA? (Ela não precisa sentir prazer ou ter um orgasmo nunca mesmo...)

Se eu fosse vocês, cortava as unhas agora mesmo!

sábado, setembro 16, 2006

homem + homem

(Acho que pela primeira vez aqui vou focar os homossexuais homens. Aí vai meu desabafo.)



Estou cansada daquele preconceito mesquinho, velado, disfarçado de não-preconceito. Já perdi a conta de quantas vezes já ouvi de alguém: "não tenho nada contra gays, desde que eles não venham dar em cima de mim!"

Ora! Nunca vi nenhum homem se preocupando com o desconforto que eles vão causar às mulheres dando em cima delas. A explicação só pode ser que homem dando em cima de mulher pode e é "natural", ao passo que homem com homem é "errado"!

Hoje pessoas muito próximas a mim e com aquele discurso de "não tenho nada contra" me incomodaram. E não sei se teriam incomodado a outras pessoas ou se eu estou crítica demais. Mas foi simplesmente revoltante ver um amigo pegar uma entrevista de um conhecido gay num jornal e reclamar do "estereótipo". Ele estaria reforçando o "estereótipo gay".

Minha vontade era falar: quem é você para falar de estereótipos? Para dizer como as pessoas devem se comportar? É muito hipocrisia falar que "tudo bem quando o gay é discreto, mas os gays insistem em ser bichas", quase com o complemento de "e a bicha eu não respeito mesmo". Quer dizer que você aceita o diferente que é igual a você? Aí é muito fácil. Eu também poderia passar a vida inteira falando que "lésbica tudo bem, desde que ela seja feminina e não aparente ser lésbica". Afinal, é isso que importa, não? As aparências. Se formos iguais aos héteros, e aparentarmos essa heterossexualidade, seremos aceitos.

Eu acho que muita gente não percebe que o problema não são os outros, e sim as pedras em seus próprios sapatos. Talvez os incomode porque eles não conseguem ser livres como as bichas ou corajosos como as sapatas - eles passam a vida seguindo aquele molde sufocante. Pois que morram trancafiados em seus armários heterossexuais!



(Pronto, desabafo feito. Ufa... me sinto mais calma agora. E para deixar claro: esse parárafo final não representa minhas idéias gerais sobre homofóbicos, apenas sobre os homofóbicos que a gente sabe que são gays enrustidos. Fim.)

segunda-feira, setembro 11, 2006

Uma decisão difícil.

Quando sabemos que estamos prontas pra sair de casa?
O amor pela família não diminui um dia pra te avisar: " olha, você já está grandinha, siga seu caminho!" Sempre fui uma pessoa contraditória, louca pela minha família, mas muito independente também. Agora a possibilidade de sair de casa é real e é próxima.
Existem trocentos motivos pra essa saída, pra mim, os principais são financeiros ou de estudo, vou morar perto da faculdade, diminui todos os meus gastos e facilita minha vida de universitária. Outro motivo seria morar com Orquídea oficialmente, porque já moramos juntas nas casas das nossas famílias, revezando: um dia na minha casa, outro na dela.
Sei que não é nenhum bicho-de-sete-cabeças, vou ser vizinha do trabalho da minha mãe, vou estar a 20km da minha casa, enfim, só não dormirei mais lá. Mas ainda assim, estou em fase de adaptação, me acostumando com a idéia de uma vida de novas responsabilidades, a duas... Ainda é uma idéia que traz felicidade e "desespero".

quinta-feira, setembro 07, 2006

Dúvidas....

Sabe quando você tem aquele amigo de todas as horas?
Aquele que vc pode ligar a qualquer hora que ele com certeza vai te atender?
Aquele do qual você gosta muito e nao quer se afastar?
Então... O que fazer quando ele começa a confundir as coisas? O que fazer quando ele começa a invadir um espaço que originalmente nao é dele (com a sua namorada, diga-se de passagem)?
O que fazer quando você nao sabe como dizer pra ele que ele tem que se tocar, mas morre de medo de afastar ele de você?







Alguém, por favor me diz que tem as respostas!!!!

terça-feira, setembro 05, 2006

Crise de sexualidade

Transcrição de uma conversa minha com a Violeta.



Orquídea: Eu tava pensando...
Violeta: Ahn.
Orquídea: Acho que vais pegar todas as minhas crises de sexualidade.
Violeta: Hein? Como assim?
Orquídea: Assim: eu percebi que gostava de meninas ano passado, e pluft, em um ano já sou *a* sapata. E eu tive crise nesse tempo? Me viste tendo alguma crise?
Violeta: Não que eu me lembre... Crise de verdade, não.
Orquídea: Pois é! Porque eu não tive.
Violeta: E?
Orquídea: E aí que uma hora eu devo explodir. Como é que uma pessoa não tem crise nenhuma?
Violeta: Hm... sei lá. Eu tenho uma opinião muito particular sobre isso.
Orquídea: Que opinião?
Violeta: Eu acho que não necessariamente você tem crises de sexualidade. Por que teria? Você vê os héteros tendo crises loucas? Não. Você vê héteros que se fecham pro assunto e pronto, acabou, e héteros que são mais tranqüilos e pensam "olha só, será que eu sou?" e logo percebem que não são e continuam com suas vidas. Por que a gente tem que ter crises malucas?



(Pensando nisso até agora.)

sexta-feira, setembro 01, 2006

Serviço de Utilidade Pública

Flores da minha vida,

o novo point de encontro das sapinhas online é O Brejo, lista de e-mails só para mulheres criada pela bloggeira Erika, do http://www.fufainfame.blogspot.com. Apenas na última semana, as associadas já trocaram mais de 300 mensagens - e o melhor: com conteúdo. A lista também conta com várias enquetes, links para sites, sugestões de filmes e livros lésbicos e muito mais.

Para entrar, é só mandar um e-mail sem nada escrito para obrejo-subscribe@yahoogrupos.com.br.

Vamos nos encontrar por lá?

segunda-feira, agosto 28, 2006

Parada Lésbica

Olá, meninas!

Estou aqui escrevendo rapidinho sobre o grande acontecimento do fim-de-semana: a 2a Parada Lésbica de Brasília.

Eu, nessa minha vida chique de viagens, voltei de Barretos na quarta para viajar outra vez no sábado (dessa vez sozinha). Mal tinha chegado em Brasília no domingo e já saí correndo com a Violeta para as preparações da Parada. Como a menina é importante e é da organização do evento, eu estava de roadie. Encontramos as outras garotas da organização e enchemos balão, criamos arco-íris, penduramos faixas... o que deu um trabalho considerável, pois o trio elétrico era imenso! Era muito boa a sensação de estar lá no meio, preparando o terreno para que quando as sapatas chegassem estivesse tudo pronto para a festa.

Quem já organizou algum evento sabe que o trabalho não termina quando o evento começa, muito pelo contrário. É um tal de segura faixa, fala com não-sei-quem, pega tal coisa, prende aquele negócio ali, não deixa ninguém subir no trio, dá entrevista (olha que tudo!), desce do trio e segura o povo pra não ninguém ir pro meio do trânsito... ufa! Que canseira!

No fim das contas, sinto que esse cansaço todo valeu muito mais a pena do que se eu tivesse ido apenas para curtir. Eu adoro a sensação de estar invisível, movimentando as peças para que tudo saia direito. E sejamos sinceras: é muito bom namorar em cima do trio com todos os repórteres filmando e tirando fotos!

Nem tudo sai como a gente espera, claro. Fiquei muito chateada com algumas coisas, discordo de outras que aconteceram na Parada (como assim tinha político falando no trio?). Mas essas coisas grandes são assim mesmo, cada pessoa pensa de um jeito e eu não tenho nada além da minha opinião - que não vale muita coisa quando você não tem um respaldo político, entendem?

Cheguei em casa morta de cansada, passando mal, com o cansaço de sábado e do domingo acumulados, puta com algumas coisas que rolaram dentro da organização (e eu tomo as dores da Violeta meeeeesmo!)... estava um caco, mas muito feliz. Tranqüila, me sentindo realizada por ter estado lá no meio, bem no olho do furacão, fazendo a minha parte praquele negócio andar. E não é que andou?

sábado, agosto 26, 2006

Depois da viagem...

Voltando a vida internética! =)
Resumindo os últimos dias (Orquídea escreve mais depois). Viajei com a Orquídea pra Barretos semana passada, fomos visitar umas amigas minhas de lá e de quebra ir até o maior rodeio da América Latina. Foi uma viagem com cara de férias, de descanso, diversão, vivemos uma situação de pseudo-armário porque lá é muito interior, nunca se sabe o que pode acontecer e a gente ficar se expondo pode prejudicar as meninas que moram lá, pois a gente vai embora e elas ficam pra sofrer as consequências (ainda acontece muito de pessoas perderem o emprego por serem homossexuais...). Mas foi bom, muito bom, companhia perfeita, dias muito legais!
Voltamos meio obrigadas, queria muito ter ficado mais, até o fim da semana. Mas voltamos as pressas, afinal a II Parada Lésbica de Brasília vai acontecer esse domingo e a gente tinha que estar aqui pra ajudar na organização.


II Parada Lésbica de Brasília
Domingo, 27/08/06 as 15:00h, na 502 Sul (estacionamento do Fashion Mall)
"Mulheres que revolucionam, qual a sua revolução?"

domingo, agosto 20, 2006

Atendendo a pedidos e matando a saudade...

Olá querid@s!!!
Então... acabei de chegar em casa, de uma viagem massa! mas muito cansativa!
Cansativa por muitos motivos... Dentre eles, o que acho q as pessoas mais querem saber, ou às vezes nem querem saber mas... enfim!
Viajamos eu, Impatiens (já ia botar um Camélia aki, hehehe) e dois amigos, para uma cidade do interior, aqui perto! Fomos a cachoeiras, estradas de terra, fazendas, praças etc etc etc! Sabe como é, essas coisas que turista faz...
A viagem ia ser 100%, mesmo com as muitas picadas de mosquitos, se não fosse por uma coisinha: o meu namoro.
não que ele foi um impecilho, muito pelo contrário... o problema é que ele virou casamento assim que entramos no carro para começar a viagem. Mas assim, nao foi só um casamento qualquer, foi dakeles que tah mais pro fim, sabe?
Fiz muitas coisas que irritaram ela, e tentei consertar todas! Sério mesmo, tentei muito. Ela fez muitas coisas que me irritaram. Mas eu, como de praxe, fiquei na minha. Engolia, tentava falar com jeitinho, deixava pra lá, estourava com ela e tal... Mas no final das contas, todas as vezes levava muitas patadas.
Aliás, eu praticamente, durante a viagem inteira, só levei patada. Talvez tenha sido pela presença de uma passoa diferente no grupo, talvez tenha sido culpa dos mosquitos e das formigas, talvez tenha sido culpa minha, ou o calor, ou nada parecer estar dando certo...
O fato era que Impatiens estava realmente impaciente (como o nome remete!) comigo. Sabe, ainda não falei pra ela isso, comecei a falar soh, mas tenho a impressão que nao vou saber continuar...
Aliás, eu nem to sabendo falar aqui! Mas o meu ponto é que levei muitas patadas de graça. E não gostei! Ainda mais pq, toda vez q eu ia reclamar, recebia ou uma patada ainda maior, ou ela ficava puta sem falar comigo; mas se eu dava uma patada nela, ela apelava muitão comigo...
Sinto como se eu não pudesse ser eu mesma. Como se meu destino fosse ser apagada e nao ter mais vontades, atitudes, gostos, ideias proprias...
Brigamos muito nessa viagem. E aqui agimos como se tivesse tudo corrido às mil maravilhas...
Mas eu to triste. Não quero ser apagada por ninguem, como minha mae foi. Não quero que nos tornemos um casal estupido, que nao sabe respeitar, dividir, aceitar...
Ah... nem sei mais o que eu to falando, nem o que eu quero falar, deve ser o cansaço... Acho que paro por aqui... ficou muito confuso né?
Mas enfim... precisava escrever um cadim soh...

segunda-feira, agosto 14, 2006

Um Ano!

Um Ano de Jardim!

Parabéns às Flores, às ex-Flores e às pessoas que acompanham nossa história. Que este seja o primeiro de muitos outros!

Um brinde ao Jardim!

domingo, agosto 13, 2006

1 dia!!! É amanhã!

Estamos chegando ao final dos posts de Aniversário. Com todos esses relatos que me antecederam, sobre o que escrever? Começarei do início: a fundação do Jardim.

Eu adoro escrever. E sempre tive a intenção de criar um blog em grupo, do assunto que fosse. Algo que as pessoas fossem atrás e gostassem de ler, e se identificassem com a maneira de escrita de cada pessoa. Nunca tinha achado um grupo que funcionasse, nem um tema interessante.

Ano passado, quando comecei a ensaiar meus passos de sapateado, fui atrás de informação. Será que eu era bissexual? Onde estão pessoas como eu? Eu preciso ficar me escondendo pra sempre? Onde eu encontraria amigos que sairiam comigo mesmo sabendo que eu namorava uma menina?

Foi aí que eu resolvi unir o útil ao agradável (ou o agradável ao agradável). Eu já conhecia a Dama-da-Noite e sabia do seu namoro com a Impatiens - aliás, alguém não sabia? Comecei a fazer contato com ela e, ao mesmo tempo, com outras meninas "duvidosas". O tempo foi passando e, em uma conversa com a Margarida pelo MSN, contei da idéia. Um blog de meninas adolescentes que amam outras meninas. Cada uma com sua história, com sua cara. Para que as garotas que visitassem o blog se reconhecessem e pensassem "ei, eu sou normal!" E, claro, tudo anônimo. Cada menina com seu codinome. "Que tal sermos flores?", eu sugeri. "É bem feminino". Idéia aceita.

E assim o Jardim começou. E, pelo jeito, eu era a única que acreditava que o blog poderia vingar! As primeiras reuniões eram divertidas, bobas, meio forçadas. Com a convivência, as amizades começaram a se desenvolver. A gente saía para lanchar, para dançar, para fazer compras. Os assuntos eram os mais variados: fofocas, comida, namoros, sexo, roupas, preconceito, festas e, o mais recorrente, homossexualidade. Gostar de meninas era, finalmente, a regra - não a exceção. As palavras "lésbica" e "sapatão" foram deixando de incomodar. Não era mais necessário baixar a voz ao comentar da namorada em um restaurante. Andar de mãos dadas na rua era permitido. Quando nós estávamos juntas, como um grupo, nada poderia nos abalar. O Jardim foi se transformando, aos poucos, no nosso "lugar seguro".

Gosto de ouvir quando alguém pergunta "quem estava em tal lugar ontem?" e outra pessoa responde "Fulano, Siclano e o Jardim". Assim desse jeito, "o Jardim". A família que eu escolhi - e agora eu falo com a propriedade de quem decidiu quem viria e convidou as pessoas, fui eu que escolhi. A família que segurou minha barra quando eu estava triste, quando eu era escrota, quando eu me machucava e machucava todos ao meu redor. As meninas que me faziam me sentir bem, normal, pela primeira vez na vida. As garotas com quem eu tinha intimidade para falar sobre tudo e sobre nada. Flores que eu podia abraçar, beijar, morder e comparar os peitos (sim, nós já fizemos isso!). Pessoas maravilhosas que me deram a mão e, sem nenhum olhar de julgamento, me puxaram de volta à vida quando eu já estava desistindo dela. Gente que me aceitou, assim do jeito que eu sou: instável, brincalhona, sentimental, falante, extrovertida, impaciente, extremista... lésbica.

Amo todas vocês, Flores da minha vida. Obrigada pelo apoio incondicional e por fazer desse Jardim a minha casa. Melhor: a nossa casa.

Vida longa ao Jardim!

sábado, agosto 12, 2006

2 dias!!!

Engraçado olhar pra trás agora. Tantas coisas, tantos momentos... Muitos conflitos, muito apoio, muitas mudanças. Foi aqui que eu encontrei amigas, suporte, força, onde eu retomei meus sonhos. Foi aqui onde eu me senti pertencente a algum lugar pela primeira vez, onde minha vida fez sentido e as ideologias acharam razão.
Há um ano eu achei essa idéia engraçada, inovadora, divertida, mas a idéia de “não vai durar muito” estava lá. Um ano, que coisa! Começamos com seis, hoje, infelizmente, apenas cinco presentes... (Mas uma vez uma flor, sempre uma flor!) Muitas histórias, noites viradas, filmes, guerra de travesseiro, uma viagem, o jardim unido sempre que uma flor precisava... As discussões políticas, as descobertas, as conversas sobre sexo, as demonstrações (cômicas!!), os chocolates quentes, os relacionamentos. Nós já rimos muito, já choramos muito...
Personalidades diversas, mas nenhuma flor que se cheire... Hortênsia foi um reencontro. Nos conhecemos na quinta serie (eu acho), duas crianças, nem sonhávamos com nada disso, na verdade, acho que nem fazíamos idéia de sexualidade, ou melhor, de homossexualidade... Anos mais tarde nos reencontramos, agora com uma coisa em comum, o amor por meninas.
Impatiens e Dama-da-Noite foram minha salvação no colégio, meu modelo. Um ano a minha frente, eu pensava: “será que consigo ser assim um dia?” Forcei amizade horrores, até conseguir me aproximar. Ficava encantada pensando que o que elas tinham de relacionamento eu tinha apenas de saída do armário.
Margarida, melhor amiga, primeira dama. Passamos por muita coisa juntas, momentos ruins, outros péssimos e os melhores também. Uma amizade louca, linda, onde achei uma irmã. Infelizmente, não está mais nesse jardim, mas nunca deixará de ser uma flor.
Orquídea literalmente brotou do chão (piadinha infame... hehehe). Era a amiga da amiga com quem eu tava saindo freqüentemente. Virou a amiga de MSN, depois a de saídas ocasionais, a melhor companhia pra festas, a melhor amiga, a melhor amiga/namorada e hoje a namorada. Deixamos metade da cidade com a nossa cara, já perdi a conta dos flashes, das memórias de nós duas. Foi quem me ajudou a sair do fundo do poço, várias vezes por sinal... Quem tava sempre lá. Ela é gatos, estrelas, festas, glamour, família, orgulho, uma gracinha...
Parabéns pro Jardim, pras flores, pra gente! Conseguimos mais do que todas esperavam eu acho, conseguimos mudar, conseguimos olhar pra trás e ver que mudamos. Crescemos.
Um brinde às Flores!

quinta-feira, agosto 10, 2006

4 dias!!!! E agora é a minha vez!

então... quase um ano de blog.
interessante como um ano (ou quase) faz diferença na vida das pessoas. hoje, com certeza, não somos mais as mesmas meninas que fundaram esse espaço.
não que tenhamos mudado de propósito, mas mudamos por experiência. Cada momento na vida desse Jardim reflete os momentos vividos por nós todas.
ora se manifestando como o silêncio de umas flores, ora em um imenso post, cheio de brainstorms e heartstorms. principalmente heartstorms.
o Jardim nasceu com o intuito de prover um local seguro a todas as mulheres homo ou bi, ou mesmo apenas curiosas, para que pudessem se reconhecer. um lugar legal, sabe? desses que muito falta na net. chega de gays e pornografia! hehehe
começamos, entao, como um blog ao meu ver pioneiro. pelo menos, ainda nao tinha visto nada parecido pelas páginas da web.
surgimos, em nossas cabeças, com uma ideia fantastica, porem, com toda a simplicidade e humildade de um principiante.
nunca pretendemos julgar ninguem. nunca pretendemos alugar ninguem com nossas besteiras matrimoniais, ainda que isso acontecesse frequentemente nos nossos posts. esse blog tornou-se, entao, válvula de escape, meio de informaçao, local de identificaçao com outras meninas.
é bastante petulante o que vou dizer, mas me recorda uma cena de um filme (o relatorio kinsey) onde uma senhora diz ao kinsey que ele salvou sua vida quando publicou seus relatorios de pesquisa, pois neles ela pode ver que exitiam outras mulheres na mesma situaçao em que ela se encontrava. e ela nao sabia que nao estava só nesse mundo.
e o Jardim é isso: um lugar onde podemos ser quem somos, sem dicriminaçao, preconceito, julgamentos.
obrigada, meninas, por ajudarem a fazer deste blog uma casa, para a qual posso correr sempre que preciso.
simtam-se sempre à vontade por aqui.
Dama

quarta-feira, agosto 09, 2006

5 dias!!!!

Faltam 5 dias para celebrarmos o primeiro aniversario do Jardim!! E assim, a cada dia, até o grande dia – 14/08 – uma flor vai fazer um post especial, na nossa edição Aniversário!

Posso dizer que minha amizade com cada uma das flores foi fruto do acaso, algumas amizades mais “trabalhadas” e outras que simplesmente aconteceram e que seriam, pensando bem, bastante improváveis. Mas acho que posso dizer que cada uma dessas amizades veio mesmo do amor por meninas.
Tão inesperado quanto tais amizades veio o jardim, e ao mesmo tempo em que aparenta ter sido ontem, parece que já se passou uma eternidade desde o dia em que estávamos esparramadas tentando pensar em um bom nome para o jardim. E pra falar a verdade... não lembro da onde veio a idéia de sermos flores..
Sou, sem duvidas, a flor mais virtualmente ausente, e é justamente por isso que, por espontânea pressão estou responsável por este primeiro post da serie! Pouco ou nada se sabe sobre Impatiens ou Camélia neste blog... E não sei dizer o quanto sou desconhecida também no meio físico dentro do jardim.
Não consigo colocar meus sentimentos em palavras e compartilhar e discutir meu cotidiano, minhas fraquezas e experiências neste espaço... Ou em qualquer espaço... Fato é que, para mim, ao mesmo tempo em que muito aconteceu neste um ano de jardim, tenho muitas vezes a sensação de que nada realmente mudou na minha vida. Talvez não tenha conseguido atingir minhas metas, resolver meus problemas ou tantas outras coisas que se deve concluir neste prazo, mas com certeza aprendi, vivi, amei, ri, chorei, gritei, sacudi (hehe) escondi e me abri (ui) com cada flor... Todas têm seu mérito especial na minha vida. E talvez minha contribuição neste jardim não seja para o mundo, com minhas experiências banais neste mundo, mas seja pra mim mesma.
Não sei se fui importante para o jardim durante este ano, pelo menos não como gostaria, e nem mesmo sei se fui importante para mim mesma, mas com certeza este marcou presença na minha vida!!

segunda-feira, agosto 07, 2006

Reflexão

Na época em que me assumi, fui atrás de informações, precisava ler, saber e entender mais sobre meu novo mundo. E pra minha surpresa não achei nada.
Senti-me perdida, deslocada, tudo que encontrava estava parado, desatualizado e os grandes sites ou blogs eram sobre/para gays. Onde estavam as lésbicas? (escondidas em que brejo gente?). Questionava-me se estaria eu realmente sozinha, porque era assim que me sentia. Como uma lésbica adolescente deve se comportar? Como achar outras garotas? Lugares legais para freqüentar, o que fazer com a família, quando contar, como contar, onde achar apoio... Dúvidas como essas me perseguiam e quando achei outras lésbicas vi que elas estavam ou estiveram tão perdidas quanto eu. E hoje, conversando com outras meninas, vi mais uma vez que isso era recorrente, afinal o mundo é heterossexual e o que diverge é gay.
Toda essa reflexão começou quando fui entrar em um dos blogs amigos e vi que ele tinha sido desativado. Me senti mal, queria muito saber o que aconteceu... Mais importante que o Jardim ou qualquer outro que escreva sobre o assunto é a rede que formamos, com experiências diversas. Cada depoimento é necessário, pode ser que mais uma menina se identifique através dele. Lendo cada história e vendo que as pessoas comentam, opinam e se identificam passei a entender a importância dos blogs e que podemos fazer a diferença com tão pouco a princípio, mas tanto para quem está entrando em um mundo completamente novo.



PS: hoje, Orquídea e eu fazemos um ano de amizade! Te adoro!

sexta-feira, agosto 04, 2006

Diálogo

Mãe - Filha, como a gente chama a mulher que é gay?
Eu - Lésbica, ué.
Mãe - Ah não. Acho essa palavra muito forte. Não tem outra?
Eu (rindo) - Tem sapatão!
Mãe (chateada) - Não! Quando eu quiser dizer "minha filha é gay", como eu faço?
Eu - Bom, a senhora pode dizer "homossexual".
Mãe - Tá, melhor. Homossexual. "Minha filha é homossexual".
Eu - É. Mas falar "homossexual" é coisa de quem não consegue falar "lésbica".
Mãe - Pois bem, eu não consigo.



***



E vocês, como chamam?

terça-feira, agosto 01, 2006

Ainda em estado de choque...

Me acostumando a uma nova vida, muito melhor diga-se de passagem. Orquídea foi em um almoço da minha familia, depois reunimos as duas familias no meu aniversário, me sinto querida na casa dela, minha familia a adora... Coisas que eu achei que nunca fossem acontecer.
Amanhã serei apresentada ao pai dela... Frio na barriga, meu deus, eu tenho um sogro!

(adoro...)

domingo, julho 30, 2006

Indignação!

Há algo de muito estranho e de muito lésbico nesse namoro.

Não basta dividir as contas, o carro, a cama e as famílias. Agora eu menstruo por ela também!

Alguém me explica por que a menstruação da Violeta pulou um mês enquanto a minha desceu pela 2a vez em julho?

segunda-feira, julho 24, 2006

Esse sábado fui num almoço de família. Casa cheia, aparência comportada, o sorriso educado. Dia de fazer o social.

Família inteira estava lá: tios, tias, primos, prima, avó, tia-avó, cunhada, sogro, sogra. Ahn??? Sogra?

Pois é. Fui de namorada (oficial) da Violeta, num almoço da família dela. Estava nervosíssima. No fim, deu tudo certo.

Alguém tem o Guia da Nora Lésbica pra me emprestar? Preciso estudar.

quinta-feira, julho 20, 2006

O preconceito vem dos lugares que a gente menos espera.
Nessa vida de casal, saímos eu e Orquídea para comer perto da universidade. Chegamos e aquele inferno, lugar lotadíssimo, fila pra pegar a comida... E a gente lá, normalmente, na fila de mão dadas. Já no balcão, a atendente pergunta quem é o próximo, várias pessoas respondem "eu" e uma mulher que estava ao nosso lado começa a reclamar que ela estava na nossa frente e deveria ser atendida primeiro (nós estavamos caladas...). Orquídea responde que não havia motivos pra ela agir daquele jeito e ela se irrita, eu perco a paciência e respondo: "olha, a comida não vai sair andando." Fim da primeira parte, pessoas irritadas...
Conseguimos escolher o que iríamos comer e saimos para sentar e esperar a moça levar. Pra nossa supresa não haviam lugares vagos, então ficamos esperando em pé. Falando da vida, (céus, como a gente fala!!) ficamos lá sob olhares tortos e curiosos, até a moça chegar. Falamos do problema assim que ela apareceu com nossa bandeija e o inacreditável aconteceu! Um homem e uma senhora, sentados numa mesa próxima nos ofereceu lugar, se não nos importássemos de sentar com eles!! Alívio, ainda existem pessoas educadas e simpáticas no mundo.
Comemos, conversamos, rimos... Quando levantamos o lugar já estava bem mais vazio e pudemos constatar um fato interessante: no final das contas, a origem dos olhares tortos, da observação descarada e com ar de reprovação, foi de jovens, pessoas que esperamos que tenham uma concepção diferente daquilo que é considerado "fora do padrão", pois são de uma nova geração, com muito mais acesso a informação e a diversidade da sociedade.

quarta-feira, julho 19, 2006

Vamos começar com as definições.

The Chart: Popularizado por The L Word. Gráfico composto pelas relações entre todas as garotas que já ficaram, namoraram, transaram, etc. O nome de cada garota é colocado no Chart e ligado a outra por uma linha, simbolizando contato sexual entre as duas (bonito isso, não?). Essa ligação entre as duas é chamada Link.


Fizemos nosso Chart anteontem. Queríamos saber quantos links eram necessários para chegar em outra Flor. Descobrimos distâncias consideráveis entre o Jardim. Faltam conexões. Faltam meninas.

Precisamos linkar!

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Flores que aderem ao movimento:

Camélia

Dama-da-Noite

Hortênsia

Orquídea

Violeta

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Alguém se habilita?

domingo, julho 16, 2006

É lugar-comum ouvir que não existe amizade entre um homem e uma mulher. Já ouvi muito que todo relacionamento H-M descamba para o interesse amoroso ou sexual, e por isso uma amizade não vinga. Puxando a sardinha para o nosso lado (claro!), pergunto: existe amizade entre as lésbicas?

No seriado The L Word, uma das personagens comenta que, para lésbicas, "amizades são preliminares". Estando certa ou não, uma coisa é fato: é muito fácil - e prático - desenvolver um relacionamento com aquela amiga.

Analisando racionalmente: a amiga está ao seu lado, te apóia quando você precisa, conhece suas qualidades e defeitos, costuma sair com você... a base está toda lá. E com toda essa carga de vivência e de intimidade, é muito comum confundir as coisas. Quais os limites dessa amizade? Como saber até onde vai a linha da amizade e começa a da paixão?

Eu, como Flor, tenho o privilégio (e às vezes o desespero) de dizer que namoro em grupo. É rotina elogiar a roupa, dar em cima, consolar, ir ao supermercado junto, dar pitaco na vida da amiga e até brigar por besteira, com direito a discussão de relação depois. Mas o que acontece quando a intimidade fica grande demais e a amiga deixa de ser amiga, mas ainda não é "algo mais"?

É nesse limbo que me encontro agora. Oficializando: Violeta e eu estamos "qualquer coisa" no momento.



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(Acho que deveríamos lançar a campanha "Diga o que você acha de ficar com amigas e ajude Orquídea e Violeta!" - Que tal?)

domingo, julho 09, 2006

Acho que nunca falamos de festas por aqui... (absurdo!!)
Brasilia, capital do país e quase uma cidade do interior no quesito festas LGBTTS (GLS). Boates são poucas e a maioria é para gays ou pelo menos focam esse público. Festas são poucas, existem alguns poucos organizadores que fazem sempre as mesmas festas.... normalmente em chácaras, lugares afastados. Eventualmente temos uma grande festa, com estrutura muito boa, música, decoração...
Toda essa introdução pra falar da festa deste fim de semana!!! Foi um tiro no escuro, diziam que a festa era boa mas eu nunca tinha ido. E de fato, as festas da Lili são muito boas!! Vi poucas como ela e a maioria em ocasiões especiais, semana das lésbicas, semana do orgulho gay... A decoração estava linda, umas estrelas enormes de tecido colorido e iluminadas, conseguiram dividir muito bem o ambiente aberto, música excelente, telões... Além de um público muito bom!! (Sem contar que a natureza ajudou muito!! Céu lindo, lua linda, muitas estrelas, fora o fato de estarmos na beira do lago...)
Violeta aqui se divertiu horrores!!! =)

PS: melhor festa ever, com a melhor companhia ever... (oficialmente a melhor companhia!!)



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Enquete:
Como vocês chegaram ao Jardim?
a) Através de amig@s
b) Através de outros blogs
c) Banheiros da UnB
d) Links fotologs
e) MSN
f) Outros (como?)

terça-feira, julho 04, 2006

Leve, leve, leve. É como eu estou me sentindo agora, depois de tudo. Um peso enorme saiu das minhas costas, a nuvem cinza e pesada que ficava ao meu redor se dissipou. E todas as outras metáforas mais-do-que-repetidas.

Fui parar no hospital esse fim de semana. Setenta comprimidos. Preciso explicar mais alguma coisa?

Foi muito bom. Contraditório? Hm, pra mim não é. Eu precisava ir até o fundo do poço pra voltar. E acho que finalmente encontrei o fundo e estou pronta pra retornar.

Muita gente foi me fazer companhia, mas o importante não foi o "muita", e sim o "gente". Amigos de verdade. Gente que eu nem sabia que eu podia contar. Família que parecia não estar ligando muito antes (engano). E um detalhe essencial: ela não foi. Dolorido. Necessário.

Meu pai, que não mora conosco e sempre foi meio distante, pegou o primeiro avião que conseguiu pra Brasília. O que contar pra ele? Meu irmão falou a verdade. Tendo muito cuidado ao dizer que o que aconteceu foi devido a um "grande processo, várias coisas acumuladas, e a questão problemática não era namorar uma menina, mas o tipo de relacionamento". Meu irmão sempre foi bom com palavras.

Ontem saí do hospital. Vim almoçar em casa com meu irmão, minha mãe e meu pai. Escolhi o lugar do almoço (no jardim de casa), conversamos besteiras. Mas logo antes do almoço conversei com meu pai. Ele, ariano típico, disse que não era "um bom conselheiro", mas que era bom em resolver problemas. E que qualquer problema era só falar com ele que ele tentaria achar uma solução. Eu chorei e disse que tinha muito medo de contar pra ele da minha orientação sexual. Ele sorriu e disse que "não tinha problema nenhum, aliás, não é um problema". Chorei de novo.

Hoje almocei com ele mais uma vez antes de ele pegar o avião de novo. Vida política, sabe como é. Tomei coragem e perguntei pra ele algo que me incomodava há muito tempo e que era um argumento muito utilizado na minha casa para eu não me assumir: que isso iria destruir a carreira política dele. Ele riu e disse que isso é escolha de cada um e que ele queria que eu fosse feliz. Depois disso nós nos despedimos, ele foi para o aeroporto e eu estou aqui, em casa, feliz, leve, sem acreditar direito em nada, louca pra colocar um "gay" enorme no Orkut. Leve, leve, tão leve!

quarta-feira, junho 28, 2006

E quem já cansou dessa história, pare de ler agora.



O namoro terminou. Já faz tempo, e já vem terminando há tempos. Sempre foi uma relação instável, mas antes os altos e baixos valiam a pena. De uns tempos pra cá, só tinha os "baixos" - e não, não to dizendo que a culpa é dela. Eu surtei. Depois de um ano e meio vivendo só pra ela, fui parar na terapia por não conseguir me afastar. Dependência. Com direito a crise de abstinência e tudo mais...

Ela tenta ser compreensiva. Entende. Vê, ao contrário de muita gente mais próxima, que o processo depressivo já vinha há muito tempo. Minha vida tá desestruturada há anos, era questão de tempo pra que eu explodisse, ou implodisse.

Eu fico alternando. Sei que é terrível ficar sem falar com ela, mas pode ser pior falar. Não que ela me trate mal, mas parece que meu corpo tá viciado. Tolerância. Preciso de doses cada vez mais altas, e cada vez mais concentradas. Não posso exigir isso de ninguém.

Mudei meu horário na aula de canto, bloqueei no MSN, coloquei outro testimonial na frente no Orkut, troquei o nome dela no celular. Adianta? Digamos que em 1% dos casos, sim. Hoje eu a vi no MSN e a desbloqueei na hora. Ela nunca entra, será que estava me procurando?

Falei com ela. Não, não era por minha causa que ela estava online. Estava em reunião. Ah, ela é workaholic. Até aí tudo bem. Eu estava bem estável e achei super normal, como uma pessoa normal acharia. Falei que queria conversar com ela depois. Ela perguntou se era alguma coisa ruim, e eu disse que não, at all. Carinha feliz.

Esperei. Fiquei passeando pelos blogs-amigos, lendo histórias de outras pessoas, sonhando com um namoro perfeito. De vez em quando trocando uma frase ou outra com amigos pelo messenger. Depois de muito tempo fui olhar a janela do programa e - parece óbvio, não? - ela não estava mais lá.

Uma sensação de tristeza subiu meu peito e tomou conta de mim. Por que ela não falou comigo? Rejeição. Tinha um personagem de um jogo que eu adoro que dizia que "to be forgotten is worse than death" (ser esquecido é pior que a morte). Mandei uma mensagem pro celular dela: "Saíste da internet sem falar comigo?" Quase uma criança perdida no shopping, sozinha.

Ela me ligou. Estava com a voz cansada, pediu desculpas e falou que se eu soubesse o tanto que ela estava esgotada eu não faria isso com ela. Fiquei sem saber o que falar. Disse que "de boa, deixa pra lá". "O que você queria dizer?" "Nada", eu respondi. Não me parecia que ia valer a pena falar...

Passei o dia pensando nela. Como ela tinha me entregado uma carta hoje de manhã, resolvi fazer algo parecido pra ela. Fiquei horas pensando nela, nas peculiaridades, os detalhes. Aquelas coisas que fazem ela ser ela. Fiz uma lista: dormir de luz acesa, esconder chocolates pela casa, enrolar um cachinho do cabelo com os dedos... a lista ficou imensa, inacabada e completamente bagunçada. Acho que ficará assim. Não sei se tenho vontade de entregar para ela depois disso...

segunda-feira, junho 26, 2006

Maratona de Paradas!! A segunda hoje e talvez a mais importante pois foi a daqui de Brasilia, semana que vem tem Goiânia... É sempre uma possibilidade!!
Meu terceiro ano de parada em Brasilia e o primeiro sem trabalhar... E foi bom, muito bom!! Música boa, amigas e amigos, pessoas que eu não via a muito tempo, glamour (ninguém merece)...
Com o lema: Voto Consciente, as pessoas foram chamadas para refletir sobre suas escolhas na hora de escolher suas/seus representantes. Com essa proposta mais a do evento em si, o protesto político, ficou muito claro um dos problemas mais graves do movimento LGBTS que é a invisibilização de grupos distintos como as mulhres (lésbicas e bissexuais). Como o carro de som feminino pode ficar sem microfone em um movimento político de inclusão?



xxx



Frases do dia:
1) Vocês são namoradas?
R: Por enquanto não.

2) Vocês são amigas?

domingo, junho 25, 2006

Surpresa. As coisas acontecem da forma mais inesperada, tratamento de choque talvez. De ontem para hoje minha cabeça se consumiu, eu tinha que parar, tudo tinha que parar. E as coisas haviam tomado um rumo tão inesperado quanto o meu prórpio. Eu queria morrer. E realmente achei que fosse. Limite.
Onde eu estive todo esse tempo? Ao abrir os olhos pela milésima vez durante a noite com o estômago rodando percebi que era o ápice. Ou eu me matava ou meu estômago se encarregaria disso. Nunca achei que fosse me sentir tão mal.
Perdida. Confusa. Cansada.
Eu precisava sair do foco das expectativas.
O dia muda, o amanhã que ninguém sabe como vai ser. Uma noite louca, duas pessoas loucas. Uma promessa não cumprida. Por que você me faz sentir? O tempo pára. Muitas risadas. Aquele conforto.
Me mata vê-la chorar.

Até amanhã.

sábado, junho 24, 2006

Flores, muito obrigada!!!!
Foi muito bom ter vocês quase todas me prestigiando ontem à noite!!
Faltou só a Margarida, mas não consegui avisá-la a tempo, acho!
Estávam quase todas lá! Não sabem o quanto foi importante ter vocês perto na minha estréia no cenário musical noturno de Brasília!!!
Muito obrigada mesmo!!!
Boa prova Hortênsia! Israel vai contigo e com a monk, e com a Margarida tb!!!
Amo todas vocês!!!

domingo, junho 18, 2006

Oficialmente lésbica. É assim que estou me sentindo depois do fim de semana/feriado mais "gay" da minha vida... (minha mãe que o diga). Desde quarta feira em SP, acompanhando todos os preparativos para vários eventos destinados ao público LGBTTS.
Fui a vários lugares legais, Galeria do Rock, Pinacoteca (a fila do Museu da Língua Portuguesa tava inacreditável...), FNAC... E claro, pra onde eu olhava eu via casais homos, ou homos sozinhos... Enfim, a cidade estava dominada.
Sexta a noite foi o lançamento do livro Vidas em Arco-Iris : Relatório sobre Homossexualidade, foi super legal, conheci pessoas fofíssimas (biiiiiixa), encontrei outras que não via a muito tempo. Sábado foi o grande dia. Marcha das Lésbicas de manhã, foi tudo!!! Um grupo de percussão só de mulheres puxou a caminhada até a concentração da Parada. Ha tempos não via um evento tão político.
A tarde a Parada. Definitivamente não é qualquer parada, é A Parada! De repente a cidade parecia pequena para o tanto de pessoas que chegava... 19 caminhões de som (se não me engano), 2 milhões de pessoas, aquela emoção contaminando a tod@s, gritos contra a homofobia, a favor da liberdade... Inacreditável. O tempo realmente parou, com todas aquelas pessoas no meio da Paulista, momento único para a maioria, pois ali todos eram iguais a alguém, ali nós eramos a maioria, ali ninguém precisava de outra identidade.

Foi lindo!

domingo, junho 11, 2006

Resolvi aproveitar que o dia tá acabando e ninguém vai postar mais nada hoje pra deixar meu recado pessoal:

Eu sou melhor escrevendo do que falando, e por isso eu vou escrever o que eu já te disse. Aquele "eu não queria ter vacilado com você", dito no meio da madrugada, espontâneo, sincero, sem pedir perdão, foi o melhor pedido de desculpas que eu poderia ter ouvido.

Eu não queria arrependimentos mil. Eles não mudam o que aconteceu. Eu queria o simples reconhecimento de que foi, não dá pra voltar atrás, e que merda, queria que tivesse sido diferente. Apenas isso. Porque dessa maneira eu sei que reconheces o que houve, em vez de negares. Agora há consciência e racionalidade. Agora me traz paz...

Agradeço por teres tomado as rédeas da situação. Porque eu não consigo. Não por enquanto. Entendo que é o melhor, e sei que a gente vai ficar bem. Mas uma coisa de cada vez, e agora eu só quero agradecer por estares distante/presente.



***



Meninas, foi muito bom encontrar vocês hoje. Só faltou a Hortênsia - por favor, apareça! Pena que eu não comi nem um quinto das comidas gostosas de festa junina. Fica pra próxima...!

segunda-feira, junho 05, 2006

Este sábado eu tinha um casamento pra ir e fui tomar um daqueles banhos imensos, daqueles que a gente passa um sabonete diferente pra cada coisa: é um pro rosto, um pro corpo, um pro pé... lá no meio do banho, depois de escolher cuidadosamente o shampu pra cabelos oleosos, fui pensar se passava ou não um esfoliante no rosto. Na hora, pensei: "óbvio que não! A gente não passa esfoliante em dia de festa, senão a pele fica toda descascada e fica terrível pra passar maquiagem!"

Com a mesma rapidez desse pensamento, veio outro. Como assim eu sei disso? Na verdade, pra que eu sei isso? Eu lembrei de todas as revistas Claudia que li quando era criança, que diziam que tipo de pele combinava com que cor de maquiagem e cabelo e qual era a roupa mais adequada para o trabalho (sem decotes e fendas, por favor!). Lembrei das matérias de "como se preparar para seu casamento", que diziam quando você deveria ter o vestido pronto, as depilações e sobrancelhas feitas e, claro, as esfoliações.

Lembrei das Carícias, Atrevidas e Caprichos, todas falando sobre como conquistar o gato ou que roupa ir para o cinema com ele. Ou então trazendo penteados "fashion" e, para as que podiam ler escondidas, a seção de perguntas sobre sexo. "Se ele gozar na minha calça jeans, será que eu engravido?"

Lembrei e tive nojo de tudo isso (não do gozo na calça jeans; quer dizer, também, mas eu tava falando do resto.) Pensei em todo o tipo de informação que eu tive que engolir, todos os padrões que eu incorporei, todas as roupas que eu julgava certas ou erradas, todos os desejos que eu tinha que achar que eram meus. Eu precisava casar lindamente de véu e grinalda e unhas feitas, e o grande trunfo da mulher moderna era ser uma trabalhadora competente, rica, bem-sucedida, de cabelos e sapatos impecáveis e que ainda conseguia ser a super-mãe, super-esposa, praticar exercícios físicos e passear com o cachorro. Eu precisava me encaixar em tudo, e nada de gordurinhas a mais ou bolsas envelope (a não ser que elas voltem à moda). E tudo para conquistar o amor da sua vida. Porque apesar de todas as brigas, as mulheres não vivem sem os homens e etc etc etc.

Cansei. Cansei de me adequar a sonhos que, de repente, não são os meus. E se eu não quiser casar? E se eu quiser minha liberdade e independência? E se eu não quiser filhos, ou simplesmente não fizer questão de passar por todo o ciclo (eu acho até egoísta) de 9 meses de uma gravidez? E se eu quiser adotar uma criança? E se eu quiser me dedicar apenas à minha carreira, sem marido ou filhos "atrapalhando"? E se eu não quiser ter um homem na minha vida? E se eu quiser usar um sapato vermelho com um batom cor-de-rosa?

Mas eu sei que, no final das contas, eu vou decidir não usar o esfoliante, sair do banho, colocar um vestidinho preto que esconda minhas imperfeições e passar uma camada bem espessa de maquiagem. Uma que possa cobrir tudo aquilo que eu não posso ser.

segunda-feira, maio 29, 2006

Eu queria ser uma pessoa evoluída. Queria conseguir controlar o ciúme, os medos, a desconfiança. Queria mandar tudo pra puta que pariu e admitir que amo, sim. Conseguir ser feliz com ela. Afinal, eu sei que minha paz está nela. Me sinto protegida com seu abraço, sinto falta das mensagens durante as aulas. Dos carinhos tranqüilos dentro do carro, em algum lugar distante na universidade, ou mesmo no gramado perto da biblioteca. Quero dormir abraçada com ela todas as noites, e acordar com o cachorro pulando na minha cara... quero me virar de madrugada na cama, reconhecê-la do meu lado e beijá-la, para logo em seguida adormecer novamente... quero poder viver esse amor sem pressão, cobranças, inseguranças. Queria me libertar...

Não quero ouvir que estou indo na direção errada. Meu racional me diz que o relacionamento não existe mais, e que nós deveríamos nos afastar. Mas eu ainda sinto que nós temos tanta coisa para viver...

domingo, maio 21, 2006

Venho acompanhando ha alguns dias uma discussão sobre o termo "gay" ser usado para denominar também mulheres homossexuais, lésbicas, em uma lista de Internet. Várias pessoas não vêem os motivos de definir os termos, separar @s homossexuais em dois grupos pois dizem que nós somos iguais e por isso podemos dividir uma nomenclatura.
Mas será que somos mesmo? Será que as necessidades das lésbicas são as mesmas dos gays?
Se pararmos para pensar por um instante veremos que este é um pensamento muito equivocado.
Por uma questão de visibilidade e empoderamento devemos estimular as lésbicas a usarem esse termo, originário de uma história fantástica, ainda é um termo tabu no meio LGBTTS. Outro ponto são os estereótipos pré-determinados, onde lésbicas são desleixadas, não se preocupam com o corpo, querem ser o mais masculinas possível e gays entendem tudo de moda, são aqueles que fazem de tudo para serem perfeitos, com o corpo ideal e muitas vezes são quase mulheres.
Além disso temos uma diferença ainda mais básica, pois mulheres e homens são completamente diferentes na sociedade em que vivemos. O processo de se descobrir e se assumir é completamente diferente, os lugares que freqüentamos, nossos relacionamentos. Mesmo em casais heterossexuais podemos observar que são mundos completamente distintos.
Então devemos mesmo misturar todas essas necessidades, passar por cima de outras, para podermos usar apenas um termo? Termo esse que, ainda por cima, é normalmente usado para definir homossexuais masculinos?

domingo, maio 14, 2006

Ridiculas. É a melhor maneira de descrever algumas situações que ando vivendo. Me sinto idiota, muitas vezes descartável e na maioria delas insegura, confusa. Tento fazer as coisas certas e às vezes pareço tropeçar nos meus próprios pés.
Algumas imagens e falas têm me atormentado, ficam indo e vindo, provando pra mim mesma que não sou louca e que simplesmente não posso controlar a maioria das coisas que me cercam, nem mesmo a mim mesma.
Tenho a sensação que não vou suportar mais, que vou explodir, porque a verdade é que dói. Queria poder ficar dormindo, ir para a lua, ou quem sabe, ir para a França, criar cachorros e gatos (né!?).

(Noite virada fazendo trabalho... Turbilhão de pensamentos, sentimentos... E um sábado sem comentários...)

sexta-feira, maio 12, 2006

Coisas que eu tive que ouvir no MSN ontem:



"Eu e minha ex-atual-nada-amiga e tudo mais que possa confundir entramos em crise hoje e a culpa é SUA!
Sua e da sua ex-atual!
A gente viu vocês e caímos na real de que estamos na mesma.
Somos igual namoradas sem namorar e mesmo sabendo que é mais saudável se desvencilhar não conseguimos."



É porque eu sou escorpiana, e meu dever no mundo é jogar na cara das pessoas as verdades que elas não querem ver. Ou não. De repente todas as histórias de namoro são iguais, com pequenas possibilidades de variação no início e no fim. Quem nunca teve um namoro enquanto não namorava?

[Texto levemente editado para não citar nomes.]

sexta-feira, maio 05, 2006

BODAS DE COURO!!!!
êêêê!!!
Parabéns pra mim e pra Camélia!!!
Hoje, segundo as minhas contas: 3 anos de namoro (ou 1095 dias ou 26287 horas ou 1577257 minutos ou 94365420 segundos, se preferirem)
Sabe...
foi um dia muito especial
por mais que eu soubesse a sua resposta, nao poderia ter estado mais nervosa!!
sabe quando você fica ensaiando e ensaiando e ensaiando e na hora sao tido ao contrário???
que bom que vc me entendeu, né gata??
já pensou se eu te perdesse?
acho que hoje não seria ninguem!
Minha neguinha linda! Queria muito dizer que te amo muito! E que, mesmo com todos os problemas que tivemos, todas as brigas que compramos, todas as crises conjugais, posso dizer sem nenhuma dúvida: foram os 94365420 segundos mais felizes da minha vida, até agora!
Mal posso esperar pelos outros 2522880000 segundos (pelo menos) que vou passar ao seu lado ainda! (80 anos)
Você me faz a mulher mais feliz do mundo!!!
te amo minha vida!!!



(foi mal orqs, mas eu precisava postar!)
*** Cabelo ***



Aí eu cortei o cabelo. Mas eu acho que sou a única que ainda não se acostumou, sei lá, acho que porque eu não tava esperando. Só falei pro cabelereiro "faz o que você quiser", ele ficou feliz da conta. Eu não costumo ser fresca com cabelo, muito pelo contrário, já tive cabelo longo, curtíssimo, de corte reto, repicado, loiro, ruivo, preto, castanho, liso, encaracolado, com mechas loiras, ruivas, brancas, prateadas... enfim! Meu cabelo já foi de tudo, e é sempre o primeiro que sofre quando eu quero mudar algo em minha vida. Então, esse sábado eu fui cortar o cabelo e agora ele tá assim, curto, curto mesmo. E dependendo do dia, meio anos 60, o que é bem divertido porque eu adoro moda retrô.

Mas o que eu queria dizer é que eu fiquei com uma sensação esquisita. Sabe, é legal ter cabelo curto, e eu não tenho o cabelo assim desde os 13 anos, quando minha sala era a campeã da 8a. série de meninas com cabelo curto (eram 3 numa sala de 24 garotas). Então, cabelo curto, economia de shampu, possibilidade de tomar mil banhos por dia sem ficar com um cabelo molhadão nas costas, e nunca mais sentir calor na nuca. Mas sei lá, me senti meio desprotegida.

Parece que o cabelo era uma proteção, um lugar pra eu me esconder. Eu tava com um corte pra lá de introvertido e romântico, e de repente vem uma coisa super pra fora, e bom, se você for pensar bem, tem muito a ver comigo. Mas ainda dá uma sensação de estar pelada, parece que todo mundo tá vendo alguma coisa.

Aí eu fui me tocar que ir pra universidade de manhã tava sendo esquisito, mas quando eu saía à noite eu tava amando o cabelo. E foi quando eu fui perceber a minha linda esquizofrenia, eu realmente sou uma coisa de dia e outra à noite (e quando eu falo isso eu lembro tanto de "de dia é Maria, de noite é João", olha que beleza!) e aí é óbvio que eu vou me sentir exposta quando meu visual agora condiz com o que eu tenho sido por aí. E sim, eu sei que cabelo curto nada tem a ver com homossexualidade, não me levem a mal, até porque eu já tive o cabelo mais curto ainda quando eu era um projeto de hétero. Mas agora tem mil fatores psicológicos e blá-blá-blá, essas coisas que a gente só vai perceber quando já tá pensando abobrinha. Enfim, que eu to me sentindo meio exposta, eu to.

Mas um monte de gente gostou, em especial minha mãe (que é a melhor mãe do mundo!) e umas pessoinhas especiais aí que nem vou citar. E são pessoas que me conhecem, então acho que o cabelo tem a ver comigo, e é isso que importa, né? Afinal, se é pra "expor" algo, que seja verdadeiro. E, no fim das contas, eu sei que hoje eu devo sair à noite me achando horrores com um cabelo que eu adorei. Isso depois de ser emo o bastante pra ficar arrepiando ele horas na frente do espelho. Ai Deus, olha no que eu to me transformando!



***



Eu e Gérbera no carro ontem fofocando:

Eu: ... e velho, ela só pega cara gato!!! Sem noção!
Ela: O que é você chamando os caras de gato?
Eu: Ahn?
Ela: Ué, você sempre disse que não acha homem bonito, tá aí falando que os caras são gatos...
Eu: ...
(silêncio)
Eu: Então, pra ver o tanto que eles são gatos!!! Pra eu estar dizendo isso tem que ser muito bonito!

(Ato falho? To começando a achar que estou com problemas de aceitação da minha sexualidade. hehehe)

terça-feira, maio 02, 2006

Até hoje meu perfil tá em manutenção... será que sou tão mutável assim? É, pelomenos não sou o que podemos chamar de boring, hahahahaha! Alguém além de mim tá sentindo cheiro de naftalina por aqui? Poiséééé, ninguém nunca mais quis se pronunciar no nosso lar de mono e dicotiledônias =~.
Estou em dúvidas sobre a vida. Suponha uma certa pessoa X. Suponha que você só veja essa pessoa X em média uma vez por mes. Suponha que apartir de um certo mês vc tenha ficado com essa pessoa X e que todos os outros raros meses que vcs se encontram vcs fiquem... oq vc chama isso?! uehaiuehuiaehueuia!!! Eu nem sei! E vamos supor que vc não achava que essa pessoa X iria querer ficar com vc de novo...mas ela quis e isso é muito mágico!!! Ah, se não fossem os fatores externos... =~
Já que eu não posso falar com a pessoa X como eu me sinto, falo aqui!
Pessoa X, eu realmente queria poder fazer parte do seu cotidiano, é um puro prazer ter sua companhia por perto e é ainda melhor quando certas coisas inesperadas acontecem. Eu realmente gosto de vc e tem sido um prazer te 'beijar de novo'.

=]


ps: Saudades das flores, todas elas.

quarta-feira, abril 26, 2006

Eu estava fazendo um rascunho do que escreveria, tinha que ser um texto explicativo, útil. Escrevi varias vezes, varias coisas, que na verdade eram sempre as mesmas, com palavras diferentes mas o sentido ainda estava perdido, o texto ainda estava ruim. E foi assim que percebi porque as pessoas confundem significados, conceitos se perdem. Pois as informações estão lá, o problema é que muitas vezes quem as escreve não se preocupa em pensar se aquilo realmente faz sentido ou fará quando cair num senso comum.
Assim aconteceu com o FEMINISMO e o FEMISMO. Ideologias de mesma origem, o movimento de mulheres contra o machismo da sociedade (simplificando, claro), porém infinitamente diferentes, elas vêm para desenvolver alternativas à sociedade que conhecemos. As feministas, em suas várias correntes (jovens feministas, feministas radicais, tradicionais...), têm como objetivo a igualdade de gênero, alicerce do movimento, o empoderamento da mulher, a reapropriação do corpo feminino e de tudo que se refere a ele.
Já as femistas têm outra ideologia, baseada na superioridade feminina, ela é a ideologia que podemos comparar ao machismo mais diretamente. Com ideais bem mais extremistas, as femistas objetivam submeter os homens como as mulheres vêm sendo submetidas por tanto tempo e chegam a querer a erradicação masculina.
Apesar das diferenças, feministas e femistas tem algo fundamental em comum: a luta pelas mulheres, fazendo com que trabalhem muito próximas e muitas vezes compartilhando problemas, ideais, perdas e vitórias.


Quer saber mais?
http://pt.wikipedia.org/wiki/Feminismo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Femismo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Machismo

terça-feira, abril 18, 2006

Universidade. Assim mesmo, sem emoção. Entrei pro curso que sempre foi meu sonho, mas de um tempo pra cá deixou de ser e eu estou me esforçando pra nao implicar com ele a toa. Mas nao consigo parar de me perguntar se é realmente isso que eu quero, se eu estou disposta a passar por todo o curso, todas as materias que eu nao gosto nem me identifico, se realmente vai valer a pena. To me sentindo completamente deslocada, sozinha. (Sabe quando você deixa um gato acuado numa parede e vai chegando cada vez mais perto? E parece que ele vai entrar na parede? É exatamente assim que eu me sinto agora.)
E nao é só isso. Tenho me sentindo estranha, meio abandonada na verdade, descartável pra pessoas que eu amo.

xxx

Outra parte dificil: encontrar com Ela todos os dias. Uma mistura de raiva com saudade com indignação com carinho e com tudo mais que eu consigo sentir ao mesmo tempo e que vai me deixando cada vez mais sem rumo.

xxx

Quero colo, quero um rumo, quero minha sanidade de volta.




(desculpem as palas seguidas...)

sexta-feira, abril 14, 2006

Já que o Jardim tá parado, vou dar sinal de vida.

Estou bem, viva, tranqüila e feliz em São Paulo. Contextualizando para as não-Flores, já que ninguém se deu o trabalho de explicar a nossa viagem pro Rio Quente: surtei no sábado passado e decidi vir pra São Paulo passar a semana com a minha ex, na casa da família dela. É, eu sei, coisa de gente doida, eu não devia ter feito isso. Enfim, já fiz.

Continuando. Daqui a pouco devo ir para o show do Funk Como Le Gusta (tudo!) e minha nossa, como essa cidade tem bicha. Tá, o show não tem nada a ver com as bichas, mas era necessário falar isso.

Então, amanhã eu volto pra Brasília, e juro que estou tentando ficar animada para o início das aulas. Quanto ao coração, por incrível que pareça, está bem. Dando uns piripaques de vez em quando, mas tudo muito normal e previsível, eu acho.

Balanço da viagem: maravilhosa. Pensem em alguém que aproveitou a programação cultural da cidade. (Por sinal, desisti das baladas. São caríssimas e os paulistanos são super nojentos.) Ontem morri de êxtase com a OSESP.

Amanhã estou chegando. Vamos ao Barulho domingo?

segunda-feira, abril 10, 2006

Eu dei umas palas estranhas essa noite. Tipo aquelas de quando eu tomei plaziu, mas foi bem consciente, foi muito mais medo, sentimento de impotência, do que o nojo que eu sentia do mundo com o remédio.
Não sei, muitas coisas têm acontecido, o mundo ta realmente virado pro ar e acho que isso ta me abalando com força. Sou incapaz de dizer qualquer coisa sobre mim agora, a não ser que eu estou muito confusa com a vida (mentira, tenho uma certeza e essa é dificil perder, gosto mesmo de meninas...=P), UnB começa semana que vem e ainda não sei o que penso sobre fazer veterinaria (será que esse sonho ainda é meu?), to meio desanimada com o ativismo, de sentimento eu nem comento... (gosto?!)
Ando bem nostálgica, relembrando muito o passado e pessoas que viveram nele, mas ao mesmo tempo penso em um futuro completamente diferente. Não me sentia assim ha muito tempo, tão dividida.

xxx

Surtando...

sábado, abril 08, 2006

eh...
nao sei o q acontece com a gente...
porque ficamos assim?
tava tudo tão bem... tão lua de mel ainda...
desculpa se fiz alguma coisa q vc nao gostou... devo ter feito sem perceber...
e deve ter sido algo muito ruim... nem me ligou ontem... ficamos apenas nas mensagens frias...
devo tentar ir pra caicó amanha...
não to muito segura de mim... só quero chorar, e chorar, e chorar...
vc não quis pegar a minha mão ontem no cinema... só consegui no finalzinho... achei q a gente ia ficar bem... mas nao ficamos nada bem...
vc mal falou comigo o caminho todo ate em casa... isso pq passamos em mil lugares antes...
vc mal me deu um tchau aki na porta de casa... não me deu sua boca pra beijar, mesmo sabendo que poderia nao me ver mais por uma semana inteira...
e continuou sem se mexer depois de eu te dizer isso.
to começando a pensar que nao faço tanta diferença na sua vida, e que, na verdade, sou soh uma pessoa a mais pra te encher o saco...
desculpa ser esse peso nos seus ombros.
eu te amo pra sempre...

segunda-feira, abril 03, 2006

Que porra tá acontecendo?

O mundo tá caindo.

Férias mais bizarras e surreais do universo.

Internet cara, então não vou explicar muito. E também, chega de explicações.

Quero virar canja no trevo!

sábado, abril 01, 2006

O problema é que eu me importo, me abala muito essa situação. Eu não queria que fosse assim, não queria me sentir assim, até porque não tenho esse direito, não posso cobrar nada. Mas contra a minha vontade, me incomoda mais do que eu jamais imaginei. Não que eu tenha algum objetivo, principalmente porque tá tudo muito confuso, apenas não sei como agir, ou reagir.
Eu não sei falar. Na raiva tudo sai, sem pensar... Mas eu não sinto raiva, até porque (de novo) eu não tenho motivos. Triste eu me fecho e preciso que arranquem as coisas de mim. Eu não to bem, muita coisa têm me feito muito mal, em sua maioria coisas que estão além do meu controle. Quanto mais introspectiva mais dificil é de voltar e algumas pessoas vão acabar me perdendo. Há muito tempo não sei o que é razão e minhas únicas armas são a frieza e o afastamento.
As lembranças voltam e atropelam meus planos, pra minha surpresa é tudo muito vivo ainda. Nessas palas eu volto a ter desejos que há muito tempo não tinha, vontades loucas e quase incontroláveis.
É tão complicado descrever tudo que se passa na minha cabeça, têm sido tantas as palas que a única coisa que eu queria era ficar dormindo.

xxx

Eu não sei pedir ajuda.

xxx


Boa viagem pra gente e até a volta.

sexta-feira, março 31, 2006

então, viagem amanhã!!!!!!!!!!
(eeeeeeeeee!!!!!!!!)

hehehehe




(colocam logo a Violeta, que tá dando palas, pra fazer um post feliz e animado... ta meio dificil, confesso. Mas quero viajar, to precisando e vai ser muito bom!!!!)

=***

quarta-feira, março 29, 2006

Queridas!

Sou definitivamente lésbica depois de hoje! Virei caminhoneira!

*lágrimas de emoção*

Tá. Andei de guincho com a Violeta. E ainda demos uma de filha sapata que sabe o que aconteceu com o carro. Sabe como é, toda lésbica nascida pós-1900 já vem ao mundo com conhecimentos de mecânica!

Todo mundo merece brincar de guincho!

terça-feira, março 28, 2006

É uma sensação estranha. Eu não me sinto traída, nem tenho raiva. Dá uma tristeza às vezes, mas sabe, era previsível. Eu só não achava que ia ser agora, mas eu sabia que ia acontecer. Não dá pra dizer que é "legal", mas é "interessante" elas ficarem, poxa, sempre rolou um clima escroto e eu acho até bacana... mais ou menos. Se não fosse tão recente, eu acharia "legal".

Só me dá um desespero quando eu imagino. De vez em quando vêm imagens à minha cabeça, as duas juntas, a outra tendo tudo aquilo que eu sempre tive, os carinhos, as respirações, os beijos, as expressões. Tudo. Aquilo que deveria ser meu, e apenas meu, agora com outra pessoa. Ruim. Dói.

Mas quem sou eu pra falar? Fui eu quem falei pra ela não me ligar mais. Queria distância. Falei que não agüentava mais, bastava aquela situação. Eu a abandonei quando o que ela mais queria era meu carinho e minha atenção. E ela foi buscar isso em outra pessoa.

Não quero me sentir igual à ex da Violeta que pisou em cima, jogou fora e depois veio dar crise de ciúmes. Não me sinto assim... não sinto como se fosse crise de ciúmes, como se fosse "ah meu Deus, estou perdendo ela". Não me sinto traída, digo de novo. Acho natural. Talvez só esteja chocada porque é recente.

Logo ela, que sempre falou tanto da ex que a havia trocado em uma semana. Logo ela que falava tanto do respeito a esse tempo pós-término. Que sempre falou que morreria se eu ficasse com alguém logo após terminar com ela. (E eu sempre jurei que não faria isso, eu respeitaria o tempo dela, não valeria a pena.) Logo ela... justo ela foi ficar com a amiga, no mesmo dia, ou um dia depois de a gente terminar, sei lá, não sei como foi.

Não estou contando isso para dizer que a acho hipócrita. Não. E não acho. Talvez esteja usando isso como argumento para justificar a minha surpresa. Sei lá. Só fico feliz de nunca ter acreditado muito quando ela dizia que eu era a exceção da vida dela, e que ela não ficaria com outra menina depois de mim. Se eu tivesse acreditado nisso, acho que não estaria tão sensata assim...

Às vezes bate o pensamento de "porra, eu deixei tantas oportunidades de lado e ela faz isso na primeira que aparece". Mas e daí? A gente não namora mais, e olha só, alguém faz o favor de lembrar que fui eu quem acabou? E no fim das contas isso não tem nada a ver, é só ciúmes mesmo...

Ainda agora passei no orkut da garota, só pra ver se tinha algum scrap, qualquer coisa. (Atitude auto-destrutiva, isso sim.) Passei no álbum dela e vi a foto que eu sei que a minha namorada acha foda... aliás, não é mais namorada, né. Então. A foto que ela acha foda. Fiquei imaginando as duas juntas, as respirações ofegantes, as mãos puxando um rosto para perto do outro, o calor dos corpos próximos (afinal, ela disse que foi "intenso"), horrível, de novo não... dá uma angústia, uma vontade de chorar, péssimo isso. E por mais que eu saiba que ela pensou em mim e que não pretende fazer de novo, não importa. Eu preciso me preparar, a gente tem que se separar, não somos mais propriedade uma da outra. Eu preciso aprender...

Eu preciso não pensar.