domingo, setembro 25, 2005

* Sobre a mulher-macho - Parte 1 *


Estava conversando com um amigo meu e ele fez uma referência a uma conhecida que "parecia um menino". Perguntei na hora: como assim, parece um menino? Só por que ela namora outra menina? Na hora, ele respondeu que não. Argumentou que eu, por exemplo, namorava outra menina e não parecia um menino. Claro que eu continuei o assunto para ver o que eu poderia encontrar...

Não vou contar aqui detalhes da conversa. Acho que não é isso que importa. O que é interessante de se notar é como as tais "mulheres-machos" (meu Deus, eu sou terrível com plurais de substantivos compostos. Help me.) são vistas como se estivessem tentando ser o que não são - leia-se: homens. As sapas bofinho são as garotas que queriam ser homens, que se vestem como homens, falam grosso, são "toscas", "trashes", e tantos adjetivos mais. São vistas como se estivessem "forçando" algo, como se aquele modo de vestir não fosse autêntico ou próprio da personalidade delas, e sim algo que elas buscam fazer para conseguirem o papel de homem num relacionamento mulher-mulher.

Ouvindo tudo isso, me vem tanta coisa na cabeça que nem sei como organizar meus pensamentos. Como isso aqui é um blog, ou seja, um site informal, eu vou lançar as várias dúvidas que surgiram:

1. Qual o problema de ser uma sapa-bofinho? Qual o problema de se vestir como homem e se comportar como homem? Qual o problema de não ser "delicada" como uma menina deve ser? O que uma menina deve ser?
2. Ser uma mulher-macho faz de mim menos mulher? O que é ser mulher?
3. As tais mulé-macho estariam forçando alguma coisa ou elas são assim mesmo?
4. Entrar para o clube do estereótipo é o caminho natural na hora de se assumir lésbica? Ou é apenas o caminho mais comum?
5. A típica mulher-macho está querendo reproduzir padrões de relacionamento em que um lado é o Homem (forte, decidido, racional, ativo) e o outro é a Mulher (frágil, sentimental, delicada, passiva)? Se está, por que ela busca isso? Esse é o melhor padrão de relacionamento que existe? É o padrão que deve ser seguido por todos os casais? Ou é apenas a única maneira que ela conhece de se relacionar?


Vou ficando por aqui e deixo essas perguntas para vocês refletirem. Volto mais tarde com a "parte 2", com as minhas respostas pessoais para cada uma dessas perguntas, para confrontarmos opiniões.

Beijos a todas,
Orquídea.

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